09 de Agosto de 2011
No meu caminho para Calais eu tinha alguns locais a visitar. Rennes, a capital da Bretanha, já estava fora do meu caminho, por isso contornei-a e segui mais para norte.
Independentemente do que pesquiso em casa vou rolando sempre aberta a novas cidades e localidades que se me deparem pelo caminho e neste dia descobri algumas “coisas” com muito interesse!
Treffieux, uma cidadezinha muito pitoresca, onde pude refrescar-me dos últimos calores de que sofreria antes de Inglaterra!
Por aquela região as casas parecem todas iguais e pintadas da mesma cor, por todos os lados! Deduzo que um arquitecto não tenha a vida muito facilitada por ali!
Acho que teria de memorizar bem o nome da minha rua e o numero da minha porta, se vivesse ali, para não me perder ao voltar para casa!
Mais à frente segui a placa de Fougêres, um nome que não me era estranho mas não constava nos meus planos!
Fougêres é chamada a Porta da Bretanha! Uma cidade fortificada que merece uma visita mais cuidada! Desta vez só consegui dar umas voltas por lá e descobrir recantos muito antigos!
A porta Notre-Dame do sec XIV
As 4 rodas de moinho !
A catedral gótica!
E a frase de Victor Hugo: “Je demanderais volontiers à chacun: avez-vous vu Fougères?”
Eu vi mas vou lá voltar para catar aquele castelo a palmos, pois pareceu-me muito interessante e merecedor de uma visita detalhada!
E segui para Saint Lô, outra cidade que ficou na minha agenda desde 2008, quando andei por ali a visitar as catedrais do norte de França.
A sua catedral mutilada é testemunha de uma batalha terrível que arrasou a cidade e a região, na 2ª guerra Mundial, durante a libertação da Normandia…
Na igreja tem uma exposição permanente, como acontece em quase todas as catedrais vítimas da guerra, com as fotos do que a igreja era antes e como ficou depois da guerra.
No restauro da catedral decidiu-se deixar a fachada como ficou, apenas completando o pedaço em falta com tijolos verdes, como forma de lembrar para sempre o que aconteceu ali, “para que a memória não se perca e o erro não se repita”!
Ainda bem que a restauraram, pois é linda…
Mais è frente está a porta da prisão que também foi destruída na batalha e onde morreu muita gente! Hoje é um memorial.
E ainda em ambiente de vestígios da guerra fui até La Cambe, onde queria visitar o cemitério Militar Alemão…
É para mim impossível passar naquela zona e não ir visitar estas coisas… devia ser obrigatório, “para que a memória não se perca e o erro não se repita”…
“La paix n’est pas une question publique. C’est plutôt une question personelle qui s’adresse à chacun d’entre nous!” Karl Jaspers
“A paz não é uma questão pública. É antes uma questão pessoal que se diz respeito a cada um de nós!”
“On parle depuis plusieurs milliers d’années déjà des larmes verses par les mères. Il faut avouer que ces discours n’empêchent pás leurs fils de mourir.” Antoine de Saint-Exupérys
“Fala-se há milhares de anos das lágrimas choradas pelas mães. É preciso admitir que esses discursos não impedem os seus filhos de morrer.”
Lamento a quantidade de fotos, mas não consegui ficar indiferente à beleza do local… à paz que ele emana… à tristeza que ele comporta…
Depois segui caminho, passei em Caen, ela também bombardeada durante um mês aquando da batalha de Caen, quando os Aliados entraram em França pelas praias da Normandia para libertar o pais e marcharam sobre Paris…
Esta abadia foi refúgio da população. Foi casa, hospital e igreja… a chamada Abbaye-aux-Hommes… A abadia dos homens.
Nesta abadia está o túmulo de Guilherme o conquistador
Ainda há a Abadia da Mulheres que hei-de visitar na próxima passagem!
Depois embrenhei-me por ruelas e caminhos onde descobri coisas lindas
E cheguei a Calais. A minha Magnífica dormiu como o cachorro, sobre o tapete da entrada! Linda!
«Cucu!
Estou em Calais, o tempo melhorou e tem estado como eu gosto, com nuvens, céu azul e fresquinho! Hoje fiz mais uma vez uma infinidade de quilómetros o que faz que not total já tenha feito perto de 3000 km.
Há pouco, a 80km daqui, fui gentilmente socorrida por uma menina simpática que me pôs 30€ de gasolina, quando a minha Magnifica já se estava a preparar para morrer de sede! Não havia qualquer bomba aberta e a única que funcionava com cartão só aceitava cartão “bleue”, coisa de francês! Então ela pôs-me gasolina com o cartão dela e eu dei-lhe o dinheiro! Uf…
Amanhã atravesso para o lado de lá! Não me posso esquecer que do lado de lá o comércio ainda fecha mais cedo!
Agora vou dormir…
Beijucas»
Fim do 4º Dia de viagem!
A mulher tem queda para estas coisas!!!
depois de fazer 14.mil km,s,tem passado horas e horas no blog a por fotografias(e a escolha, já que são muitas),é um dilema!!! o que dificulta ainda mais a sua publicação.
o que me surpreende e até nem devia é nos seus comentários dizer:não fui lá mas tenciono lá ir para ano!!!!! é a Gracinda Ramos a dar volta ao texto para desde já começar engordar o “Animal” e desenhar nova partida!!!
a ver vamos mas que vamos ter “outra”,mal esta chegue ao fim isso é certinho!!!! caros bloguers
o “moçoilo”!!!!!
Oh homem, (moçoilo) escreves do meu computador e o teu comentário entra como se fosse meu! As voltas que dei para ele entrar em teu nome!
Claro que quando volto de uma viagem já ando a sonhar com outra! Afinal não é o sonho que comenda a vida?
Depois, contar como foi é, para alem de uma forma de mostrar o que vi a quem “me lê”, uma forma de eu não esquecer como foi, nem baralhar pormenores, pois quando se viaja regularmente a memória precisa de auxilio para não se perder!
Por um lado bonitas fotos! 🙂
Por outro lado, se me permintes Gracinda, faço minhas as tuas palavras, no que se refere ao Cemitério.
Entre várias coisas que dizes, as que cito a seguir:
(… “para que a memória não se perca e o erro não se repita”…)
Obrigada por mais estas fotos e estas palavras.
Beijinho/Simone
Essa frase formou-se na minha cabeça quando me diziam que visitar aqueles sitios devia estragar o meu humor nas férias! Eu criei-a para responder a essas pessoas!