10 de Agosto de 2011
Estava à porta da Grã-bretanha, era o dia de passar!
A minha preocupação era encontrar o balcão para comprar o bilhete e o sítio do embarque! Eu sei que é caricato mas embarcar a moto para qualquer lugar assusta-me sempre um bocado!
Tinham-me dito que Calais não era nada de especial e se calhar não é mesmo, mas toda a cidade tem os seus recantos, por isso, depois de comprar o bilhete (que teria ficado bem mais barato se não fosse estúpida e o tivesse comprado pela net) fui procurar os encantos da cidade. Tinha uma hora para passear um pouco e voltar para embarcar!
Fui naturalmente encontrar a cidadela de Calais!
Um forte sem nada de especial mas que se presta a boas fotografias, sem dúvida!
Ao longe via a porta de Neptuno, lá dentro há um espaço desportivo… estava a contar com tudo menos com isso!
Mais à frente a igreja, antiga e interessante mas não havia tempo para a ver por dentro!
E o farol, ali no meio da rua!
e num instante estava na hora de ir para o cais de embarque!
Conheci ali uns italianos que iam a Londres visitar a filha de um deles. Foram tão simpáticos que começou ali a “minha reconciliação” com os italianos! Aliás, ao longo desta viagem a quantidade de italianos, todos simpáticos, que encontrei, mostrou-me que no ano passado eu apenas tive azar com os estúpidos com que me cruzei no norte de Itália! 😉
O ferry é muito confortável e a viagem não custa nada! Eu que enjoo a andar de carro ainda não enjoei a andar de barco, é curioso, não é?
Por uma janela podia-se ver o cais e a nossa porta de embarque
Por outras podia-se ver Calais a ficar para trás!
Calais é o ponto de França mais perto da Inglaterra, fica apenas a uns 34 quilómetros do território inglês: Dover!
A confusão começou aqui!
«Desembarca-se, anda-se atrás de uns e de outros, passa-se uma fronteira, depois outra, tudo muito simples e sai-se para a rua directo! Em filinha vou-me sentindo a conduzir à esquerda “que fixe! Afinal é fácil!” então reparo que vou toda catita pela via da esquerda mas pela faixa da direita! “espera aí, se é tudo ao contrário eu vou na faixa de ultrapassagem!”…
Não sei se devo pôr o meu Patrick a contar milhas ou quilómetros. Experimento milhas e ele dá-me a minha própria velocidade em milhas também. “boa, fico a saber como é isso das milhas” mas então vejo placas a dizer que Londres fica a 70 milhas e eu não sei se é longe ou perto! O GPS também me diz que estou a X milhas de Londres…
O meu cérebro dá uma volta sobre si, não sei se vou pela estrada correctamente ou a fazer asneiras! Tenho pela primeira vez a sensação, que me acompanhou por vários dias e em várias situações, de que estou a fazer bosta!
Saio da via-rápida “afinal eu não viajo para conhecer vias-rápidas, são todas iguais!” Quero ver um castelo que fica mais ou menos no caminho e vou andando pelas estradinhas…
À sensação de “vou a fazer bosta!” acrescentei a sensação de “vou a correr perigo!!!” só me resta colar-me toda à esquerda, às sebes e aos muros e ao entrar num cruzamento fazer contas por onde seguir… acho que vou ter um treco!»
Cheguei ao Bodian Castle, tão concentrada na estrada (que era uma ruela e onde eu achava que nenhum carro conseguiria cruzar comigo sem me rapar o espelho direito) que nem o vi!
Mas ele estava ali mesmo ao lado da estrada…
Naquele país é comum fazerem-se estacionamentos sobre relvados!
O castelinho do sec XIV com todo o ar de quem quer impressionar a vizinhança!
por um lado é imponente, por outro é “frágil” para defender o que quer que seja!
Aquela gente aproveita bem o sol, talvez por ele ser pouco ou pouco frequente! Levam o almoço ou o lanche e vão fazer pic-nics para estes locais bonitos! Haja sol, que lá vão eles para os relvados!
Ali ao lado um comboio a carvão passou para completar o quadro!
E segui para Londres… diziam-me que andava para lá tudo em manifestações, revoluções, pilhagens e não sei que mais…
A mim pareceu-me tudo calmo… uf, ainda bem!
Junto à National Gallery, na Trafalgar Square, o ambiente era de serenidade, a confusão que se vivia por ali tinha a ver com turismo e não com terrorismo!
Ao longe podem-se ver as torres do Big-Bem e do Parlamento
Pormenores curiosos de Trafalgar Square
O edifício da National Gallery domina a praça! Este é, afinal, um dos museus mais importantes da Europa! Eu queria visita-la e iria faze-lo noutro dia e não acreditava no que estava a ler: a entrada era gratuita!!!
Então fui ter com o meu amigo do Facebook, Hugo Ribeiro, que vive perto de Londres e fomos jantar ao Ace Café!
Um espaço curioso e simpático que é um ponto de encontro entre motards muito interessante! Um café que nasceu, nos anos 30, para servir camionistas e acabou por cativar motociclistas!
Gostei bastante do local, comi bem e voltaria lá no meu regresso a Londres, quando voltava da Escócia.
Fim do 5º dia!
Fantasticas fotos Gracinda!
A maneira como relatas este dia fez-me rir. ehehehehe…. 😀
Fixe de verdade. 5* por tudo!
Estou a adorar a tua aventura e só vou no inicio….
Beijinho/Simone
Pois… foi o dia da confusão! eheheh