22 – Passeando até à Escócia – O dia em que a Magnífica parou!

19 de Agosto de 2011

Se houve dia em que eu acordei cedo foi este dia 19 de Agosto!

Estava finalmente na Escócia, só queria sair para a rua e começar a descobrir o que aquele país tinha para me mostrar! Era tão cedo que tive de esperar pela hora do pequeno-almoço, pois ele só seria servido às 7.00 horas da manhã!

Enchi a barriga com tudo aquilo a que tinha direito, que é o que faço sempre de manhã, se durante o dia a comida que encontrar for sempre uma bosta (como o fish yaaaarrk ships) já não passarei fome! E lá fui toda catita buscar a minha Magnífica, para o meu primeiro dia de explorações!

Mas o trajecto deste dia foi bem curto!

Lá estava ela à minha espera. Já que a deixara num parque vigiado, o fato de chuva ficara preso no assento com a aranha. Estava tudo no sítio.

Preparei-me para me por a andar. Tudo parecia normal, o motor ronronava sereno quando eu montei mas… quando tentei meter a primeira para arrancar, nada estava mais normal! Senti a pancada da mudança que não entrou e a motita deu um salto de meio metro!

É assustador ter nas mãos uma moto de 300kg desgovernada que salta qual cavalo selvagem! Mesmo assim tentei de novo, mais uma vez e outra… ela não iria andar! Aquilo não era uma birra desconhecida, aquilo era mesmo uma indisposição grave!

Não sabia o que fazer! O senhor que estava de serviço no parque foi espectacular, tentou ligar para um lado e para outro, mas era muito cedo, estava tudo fechado!

Liguei para a assistência em viagem. Fui atendida por uma voz simpática (que parecia de locutor de rádio) que me garantiu que rapidamente um reboque iria buscar a minha Magnifica para a levar ao sr doutor.

Da minha oficina da Honda, cá em Portugal, diziam-me que tudo indicava que a embraiagem perdera óleo, coisa fácil de compor!

Fiquei ali a conversar, uma conversa que parecia de surdos por vezes, porque entender o inglês com sotaque e mistura de gaélico, não é fácil.

Pelas frinchas da “parede” exterior do parque podia-se ver uma Pan lá em baixo na rua. Fui até lá tentar encontrar o dono e perguntar-lhe se havia por perto uma oficina da Honda.

Uma Pan cheia de autocolantes reflectores, tão comuns por lá.

O dono não estava por perto… tive vontade de fazer como contam aqueles e-mails tenebrosos, que aparecem nas nossas caixas de correio, e roubar-lhe a embraiagem e deixa-la numa banheira de gelo!

A quantidade de “coisas brilhantes” que a moto tinha!

O parque era mesmo ali, do outro lado do entroncamento

Então chegou o “reboque”!

E eu que estava à espera de uma carripana sem condições para levar a moto e de uma hora para resolver o quebra-cabeças de “como colocar a moto em cima do camião” , desci do parque pela rampa em espiral em ponto morto e encontro um carro perfeitamente equipado e preparado para transportar motos! Fantástico!

Fartei-me de fazer perguntas! Pensei que era o carro de uma oficina de motos mas o senhor explicou que não. Aquilo pertencia a uma empresa de rebocadores que tem carros próprios para rebocar e transportar carros e estes furgões para transportar motos.

Sempre sorridente, fez questão de me dizer que me mantivesse calma que aquilo era serviço fácil!

Prendeu uma fita nas bainhas da moto e puxou-a mecanicamente para dentro do carro, eu só tive de a controlar, montada nela! Nunca tinha visto subir uma moto para um carro tão facilmente!

A moto ficou encaixada numa calha e depois foi só amarra-la.

“a oficina é perto daqui” dizia ela “é mesmo ali à frente” mas eu não imaginava que fosse tão perto!

No meio de uma conversa animada, em que eu não entendia tudo o que ele dizia, rapidamente chegamos à oficina!

“mas é mesmo uma Honda!” exclamei eu “claro que é uma Honda! Temos de levar a moto a quem a entenda!” exclamou ele rindo-se

Toca a manobrar o carro para descarregar a minha motita linda!

A minha Magnífica foi recebida com atenção e surpresa. Nunca tinham visto uma moto com tantos quilómetros/milhas!

O stand, Victor Devine & Co Ltd é, na realidade, uma “loja de motos” que comemora este ano 50 anos de vida, com esta gerência, mas a sua história remonta aos anos 40, quando o Victor a abriu com outro sócio! É concessionário Honda desde 1970.
http://www.victordevine.com/

Andei por ali a cuscar o stand, tinha de ocupar o tempo enquanto esperava pela minha motita!

Li e reli tudo o que encontrei por ali

Meia volta, volta e meia ia dar uma vista de olhos à minha motita… o problema não se resolvia com por ou tirar óleos, nem sangrar nem coisa nenhuma!

Ela não ficaria pronta naquele dia… teria de voltar para o Hostel sozinha e voltar no dia seguinte de tarde. Que iria eu fazer tanto tempo sem moto?

Levaram-me para casa, eu estava tão triste!

Naquele dia a paisagem da minha janela teve muito menos piada do que no dia anterior!

Fui para o bar, onde a cerveja é de ½ litro e a net é de borla, meio “falha e segue”, mas de borla! Nem tudo é mau em Glasgow!

Mas…

Fim do14º dia de viagem… parada!

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