24 de Agosto de 2011 – continuação
Continuei a improvisar!
A sensação de liberdade não podia ser perdida, por isso fui andando ao sabor do vento, mas sem perder de vista a direcção a seguir.
Encontrei o Loch Earn, com uma ruínha deliciosa que parecia ladeá-lo!
Nisso o GPS é um grande amigo pois, mesmo sem estar programado, vai mostrando as ruas que vou escolhendo e por ele vejo facilmente se cada ruínha tem saída!
O lago estava sempre ali ao meu lado esquerdo, com casas senhoriais e castelos de quando em quando a aparecer.
Sempre construções imponentes mas habitadas e propriedade privada.
Não chovia mas ía encontrando tudo molhado, a chuva estava à minha frente e parecia deslocar-se na mesma direcção que eu! Sou uma mulher de sorte!
Abandonei a moto diversas vezes para ir explorar a zona
Lá estava a minha Magnífica à minha espera lá à frente em cima da ponte!
Encontrei um parque de bungalows, estava a chegar à “civilização” da outra ponta do lago, certamente!
Chegava efectivamente à outra ponta!
St Filliens é logo ali à frente
E desci de novo até Stirling… eu não vira tudo o que queria quando lá estivera porque não estava no meu próprio meio de transporte! Mas agora estava!
Eu queria ver o monumento a William Wallace!
Fui lá acima, mais uma vez de mini-coach porque nenhum veículo lá pode ir e a subida prometia ser íngreme para ser feita a pé!
William Wallace foi um guerreiro escocês do sec XIII que conduziu os escoceses na resistência ao domínio inglês.
O seu comando foi fundamental na Guerra da Independência Escocesa, quando Eduardo I aproveitou a desordem e desunião provocada pelos conflitos entre os clãs e avançou sobre o país para o subjugar
Wallace venceu o exército de Eduardo I de Inglaterra na “Batalha da ponte de Stirling” ou “Stirling Bridge”. A sua história acaba numa terrível execução, mas a independência da Escócia pôde ser restabelecida por Robert the Bruce pouco depois.
The National Wallace Monument foi erguido, no sec XIX, no topo do Abbey Craig, uma colina de origem vulcânica. Este monumento foi motivo de diversas polémicas desde a discordância do local até ao estilo da construção (gótico vitoriano).
Cá fora pode-se acompanhar uma pequena encenação de uma conversa de Wallace e o seu confessor, sobre os seus pensamentos e raciocínios sobre a situação da Escócia e a sua acção junto dos escoceses.
Subi a torre, onde se pode seguir, andar a pós andar a história do herói e seu povo.
Lá pode-se ver uma réplica da sua espada e, segundo a legenda, a verdadeira também… mas, será ela a verdadeira? Dado que esta é uma espada de 2 mãos e ele usaria uma espada de uma só mão, pois a outra seguraria o escudo?
A espada é monumento nacional e mede 1.52 metros de comprimento e pesa 2.72 quilos.
Lá de cima pode-se ver Stirling e a colina do castelo ao fundo.
E a curva do Rio Forth, o tal que vai até Edimburgo.
Voltei à estrada, ainda envolvida pela história e pela sensação de ter estado tão perto de um herói que admiro…
Segui para St Andrews, a “casa do golf”, mas o que me chamava lá era mesmo a catedral!
A St Andrews Cathedral do sec XII foi deixada ao abandono com a reforma e hoje, em ruínas, mostra ainda a dimensão que teve e que fez dela uma das maiores do reino.
É sempre uma sensação forte encontrar um monumento daquela dimensão e importância em ruínas…
Aquela torre quadrangular pertenceu a uma construção anterior, românica
A grande catedral era gótica
Começava chover um pouco e as pingas da chuva estragaram algumas fotos, ao deixarem manchas na lente… uma pena!
Não podia deixar de pensar cá dentro no silêncio da minha cabeça “como puderam fazer tal bosta com um monumento destes e deixa-lo cair assim?”
Saí finalmente dali, depois de horas de contemplação, e fui ver a costa, ali mesmo ao lado
onde há mais ruínas, as do castelo do sec XIII!
A praia… não tem areia! Nem é praia! Chama-se o quê a uma “praia” sem areia e forrada de pedra?
Tudo parece estar reduzido a pedra sobre pedra naquela ponta da cidade!
Peguei na moto e fui ver o outro lado da cidade, lá, onde as coisas estão direitas e há gente e tudo!
Há casas que parecem monumentos nacionais!
E há a universidade! Uma das mais importantes do mundo de expressão inglesa!
Tinha de continuar o meu caminho para Aberdeen!
O Glamis castle estava fechado quando lá passei… mais um sitio a visitar da próxima vez!
E pus-me a andar para norte
sem deixar de espreitar por cima dos muros que cobriam mal palácios que mais pareciam castelos!
Fim do 19º dia de viagem!
LIndo!! 🙂
Obrigada!