34 – Passeando até à Escócia – Ilha se Skye… passeando pelo paraíso!

26 de Agosto de 2011

“Precisava de tanto tempo mais para explorar este paraíso!

Todo o tempo do mundo seria pouco para eu poder ver o que esta terra tem para me mostrar… há uma infinidade de paisagens inesperadas, de castelos lendários, de lagos misteriosos, que me chamam e eu não posso ir!

Tenho de decidir para que lado, para que universo vou, porque apenas me resta 1 dia, quando eu precisava de tantos!

É difícil a decisão… quando me apetece decidir ficar!

Felizmente está sol, senão eu iria lamentar amargamente a sensação de perda que trago comigo desde Glasgow!

Tenho de ir para a ilha de Skye, não posso passar sem lá ir, e tudo o resto ficará na minha consciência como um peso como “aquilo que eu não pude ver”!

Um dia eu vou cá voltar e vou querer rever tudo o que vi, mas vou trazer comigo o tempo todo que preciso para explorar o mundo inteiro que não vi!”

+++

Estava sol e eu decidi ir para a ilha de Skye…

Decidi que, independentemente do tempo que tinha, não iria correr! Iria demorar todo o tempo que precisasse para visitar a ilha à minha maneira.

Skye é uma ilha lindíssima, agreste e pouco habitada, cheia de paisagens deslumbrantes e estradinhas bonitas de percorrer e eu fui ver tudo isso, sem mais nenhum objectivo na cabeça!

Valeu a pena!

Tudo valeu a pena, desde o momento em que saí do hostel, pois o percurso entre o Great Glen e a Skye Bridge (a ponte que liga a Escócia à ilha) é simplesmente deslumbrante!

Não conseguia progredir no caminho porque parava a todo o momento, tal era a beleza da paisagem!

“puxa, se o caminho é assim como será a ilha?” pensava eu a cada passo “será que já cheguei à ilha e nem dei por ela?!” lembrei-me em alguns momentos, considerando a fama de beleza da ilha, eu não imaginava muita coisa mais bonita do que estava a ver por ali!

O Great Glen, onde fica o Loch Ness, fica lá mais atrás, por baixo das nuvens!

E a paisagem parecia um cenário quase artificial, até para mim que estava lá, quanto mais agora, vendo-a na fotografia!

O loch Cluanie

Parei junto a uma berma cheia de montinhos de pequenas pedras! Não entendi o que era nem porque alguém os tinha feito! Julgo que foram feitos por muitas pessoas que ali vão ou passam, mas não entendi porquê! Não havia nada nem ninguém por perto que mo explicasse! Intrigante!

Cheguei ao loch Duich, já um lago de mar.

Logo ali fica o Lochalsh , um outro lago-mar que separa a ilha do pais em si.

Apenas “rolar” por aquelas estradas é já um deslumbramento! Tal como o Glen Coe, a montanha ali é surpreendente!

Eu costumo dizer que cada montanha, cada cordilheira, tem a sua personalidade. Podem até ser parecidas, mas há uma alma diferente que as distancia e as torna únicas!

Por isso Pirenéus, Picos da Europa, Alpes, até podem ser aparentemente “parentes”, mas são bem diferentes! Ali acontece o mesmo, até parecem os montes do Glen Coe, até fazem lembrar algumas paisagens verdejantes dos Alpes centrais da Suiça, mas não são! Sente-se!

A maré do lago estava baixa e a cor da turfa que deixava para trás era espantosa e fazia um efeito surpreendente!

O sol foi uma bênção naquele dia!

Graças a ele e ao céu azul, todas as fotos que tirei ficaram simplesmente espantosas!

E digo uma bênção porque estou a falar de um país que, por ano, não tem mais que uns 48 dias de sol! Isto é, mais de 80% do tempo é de chuva!

Eu tive a sorte de viver vários dias de sol, e um deles, foi este!

De repente ao longe vislumbrei um dos castelo que eu queria tanto ver! O Eilean Donan Castle, do sec XII, foi a casa do Clan Macrae, é hoje o castelo mais fotografado da Escócia.

Não o fui visitar. Na realidade eu nunca o quis visitar, apenas o queria ver e fotografar na sua paisagem, no seu ambiente!

Passei ali uma infinidade de tempo a satisfazer o meu desejo de o fotografar! Tirei umas dúzias de fotos! Eheheh

E lá fui seguindo o meu caminho, meio relutante, de tal maneira me senti bem ali…

A ponte de Skye é apenas um pouco mais à frente e entrei na mítica ilha…

A ilha tem diversos lagos, que não são mais do que braços de mar que entram nela. São os Sea-loch.

Cada milha que andava era mais uma milha de paraíso…

Ali ao fundo os rochedos afiados e escarpados a que chamam os “the old man of storr”

A estrada segue junto à costa e não é difícil acercarmo-nos das escarpas e dos pontos mais interessante a pé!

Pela dimensão das pessoas no topo esquerdo da foto pode-se sentir a dimensão do morro!

Skye, como toda a Escócia, é para ser visitada lentamente, docemente, sem correria, apenas deixar deslizar a moto suavemente por ali.

As ruas são estreitas por vezes e é preciso parar para deixar passar.
No outro extremo da ilha, ali logo depois de contornar a ponta e começar a voltar para cá, fica o The Skye Museum of Island Life, inaugurado em 1965, com o objectivo de preservar uma aldeia de cabanas de colmo, cada uma retratando, tão perto quanto possível, as condições existentes na ilha no final do século XIX …

Há muito poucas casas destas na ilha, por isso acho que o objectivo deste pequeno museu é louvável!

É curioso ver de perto como as coisas eram feitas e preservadas antigamente, como a forma de acondicionar o colmo e prende-lo com redes e pedras!

Dentro das casinhas pode-se ver como eram as mobílias e os utensílios domésticos e de trabalho da época.

Seguindo por uma ruínha estreita, logo à frente fica um cemitério histórico que fui visitar. O Cemitério Kilmuir é histórico por uma série de tumbas medievais que lá se podem ver, diferentes de tudo.

Mas o que faz este cemitério ser famoso é o jazigo de Flora MacDonald, que viveu no sec XVIII e ficou na história como uma heroína porque ajudou Charles Edward Stuart, conhecido por “Bonnie Prince Charlie”, quando este tentou reclamar o trono de Inglaterra. Não foi bem sucedido e Flora foi presa na Torre de Londres. Mais tarde foi libertada e emigrou para a América, mas foi morrer à sua terra, onde é até hoje aclamada pela sua coragem.

Diz-se que no seu funeral estiveram presentes 3.000 pessoas (uma enormidade para uma ilha tão deserta ainda hoje) e que estas pessoas beberam 300 litros de whisky, há que afogar a dor!

É curioso descobrir nos locais, sem contar, pormenores desconhecidos da história que se conhece!

Segui ainda a matutar na história que lera, por uma ruela única no meio de nada, longe da também estreita estrada nacional que fizera até ali. Gosto de explorar ruínas e ali então, era sempre um prazer e uma descoberta.

Quando voltei a encontrar a estrada nacional, de repente havia carros parados, assim sem mais nem para quê!

Só depois de observar melhor é que percebi o motivo: estava tudo a ver as vacas peludas!

Continuei o meu caminho pelo outro lado da ilha.

Até encontrar a Estrada que me levasse para a outra parte norte da ilha, a oeste, lá onde fica o Dunvegan Castle, o castelo do chefe do Clan Macleod!

Diz-se que é o castelo mais antigo habitado continuamente na Escócia e tem sido o reduto dos chefes do clã há quase 800 anos!

Tem os interiores bem conservados, cheios de retratos de família e pertences dos habitantes de outras épocas…

e jardins muito bonitos.

O castelo fica na margem do Loch Dunvegan, um lago-mar, de onde se pode partir de barco para ver as focas.

Não fui ver as focas, visitei o castelo e os jardins, andei por ali uma infinidade de tempo e continuei o meu caminho.

Ao fundo o Munro Blaven de Torrin, espantoso – Munro é um mote com mais de 3.000 pés de altitude.

Um dia vou explorar melhor aquele recanto do paraíso…

Aventurei-me um pouco por caminhos bem mais interessantes…

Mas de repente eu só tinha fome, dei-me conta de que não almoçara ainda! Eram quase 5.300h!

Fui para Portree e acabei por pedir o famoso fish and chips … não estava bom nem mau, (eles não temperam nada, nem o peixe nem as batatas e depois põem aqueles potinhos com molhos para a gente disfarçar a falta de gosto da comida!) mas com a fome que tinha qualquer coisa servia para eu comer!

E foi hora de…

Portree, não é bonita nem é feia! É a capital da ilha, tem uma paisagem envolvente bonita e mais nada!

Voltei para a estrada, havia ainda muita coisa lindíssima para ver!

Regressava para o Great Glen com a ideia de dar uma volta pelo Loch Ness

Todos os caminhos são deslumbrantes por ali, basta a gente perder-se um pouco por lá e simplesmente passear! Encontrei uma das raras casas típicas da ilha e tudo!

Mas de repente o tempo deu uma volta sobre si e mudou de forma drástica e o céu desabou sobre mim!

Só tive tempo de meter a maquina fotográfica dentro do blusão e seguir pelo meio do temporal que saiu nem eu sei bem de onde!

Refugiei-me no hostel e já não fui a mais lado nenhum, tinha esgotado o meu dia de sorte, era melhor não abusar!

Da janela do meu quarto ainda vi o tempo melhorar qualquer coisa, mas já não me apetecia sair de novo!

O céu estava baixo de qualquer maneira e o tempo gélido!

Fim do 21º dia de viagem!

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9 thoughts on “34 – Passeando até à Escócia – Ilha se Skye… passeando pelo paraíso!

  1. Adorei. Fantásticas fotografias! 🙂
    Vontade de lá ir e ver toda a beleza que vejo através das fotos.
    Parabéns Gracinda!!
    Boas Curvas

    • Obrigada!
      Tive muita sorte com o tempo! Há pessoas que já lá foram 2 vezes e apanharam sempre ceu cinzento, nuvens baixas e chuva!
      A Escócia é tão bonita que merecia mais tempo de sol e céu azul!

      Beijucas

  2. Palavras para quê ?

    Fotos muito lindas, com uma cor e profundidade excelente, em especial a primeira, um autentico postal.

    Para quem gosta da natureza sem a intervenção humana é dos locais a visitar, já estou sem adjectivos para me expressar nesta tua viagem e eu conheço as outras todas, mas esta bate todas as expectativas, parabéns Gracinda por nos deixares viajar na tua companhia, mesmo sendo virtual.

  3. Olá Gracinda. Hoje, com uma gripalhada em cima, arranjei finalmente umas horitas para me perder nas tuas belissimas fotos que me levaram de novo a estas paragens. Que saudades da Escócia! Obrigado pela partilha das fotos.

  4. BOM JÁ ERA DOIDA PARA VISITAR AGORA ENTÃO …..???
    ESTOU ARRUMANDO AS MALAS ,QUERO FICAR 30 DIAS PARA VER TUDO !
    SOU BEM PASSARINHO , E ESPERO QUE CONTINUE COMO UM TAMBÉM !
    LIVRE !

    • Ui, um mês pela Escócia será o paraiso, certamente, boa sorte e voa viagem!
      Eu tenho de lá voltar pois deixei muita coisa para ver!
      Pois eu tambem sou passarinho, mas não tenho 2 asas… tenho 2 rodas! 😉

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