2022… história de uma viagem adiada 1

Era um passeio simpático e relaxante, num local muito bonito e inspirador, mas com um acesso bastante complicado. E tudo corria bem quando tudo começou a correr mal!

Era o meu moçoilo quem ia a conduzir. Ele é um excelente condutor, por isso eu confio e por vezes ando à pendura, mas ele enganou-se no caminho e seguiu por uma ruela íngreme e difícil.

Eu quis parar para que a moto ficasse mais leve, assim eu poderia ir ver o que nos esperava e perceber se devíamos continuar. Mas ele não parou. Afinal a ruela era em paralelo e isso deu-lhe confiança para continuar.

Eu tinha razão, devíamos ter parado e eu desmontado…

Depois de um ziguezague, a ruela subia imenso, de forma irregular e com muitas ervas nas bermas e no centro. A moto resvalou nelas e perdeu aderência, derrapou violentamente para trás e caímos…

O meu braço ficou todo torto, percebi imediatamente que tinha uma fratura feia e terminou ali a ideia de viajar em agosto…

Apenas muitos dias depois fui operada. A cirurgia foi feita por entre os tendões do pulso e isso, aliado à inatividade do gesso inicial, provocou uma mão inerte e sem sensibilidade…

Só depois de retirar os pontos pude começar verdadeiramente a ginasticar a mão marota. E veio a dor da recuperação. Se antes doía pela fratura, agora doi todo o dia e toda a noite, porque tendões, nervos e músculos são muito difíceis de recuperar…

O regresso da minha moto a casa, depois de ter passado umas pequenas férias na oficina, é um incentivo para trabalhar esta mão, mas é também a consciência de quanto ela é incapaz de me deixar conduzir…

Eu não sou uma lutadora intrépida, mas também não sou uma covarde, por isso sigo tentando convencer esta mão marota a funcionar… mas ela ainda só leva a manete da embraiagem até meio!

E aqui continuo eu, no meio de toda a dor, de muito gelo para controlar o inchaço e muito exercício, celebrando pequenas conquistas como conseguir comer com faca e garfo, apertar os cordões das sapatilhas, pegar numa garrafa de água de 1,5l ou apoiar-me nas duas mãos para me levantar do sofá!

16 thoughts on “2022… história de uma viagem adiada 1

  1. Hum, que tal trocar a mota por uma com câmbio DCT? Melhoras e estamos torcendo para a sua rápida recuperação para nos levarmos de carona.

  2. Gracinda, espero que muito em breve já possa rir deste período.
    A recuperação é difícil, mas se você é teimosa, pode conseguir que seja curta. O truque é estar movimentando todo o tempo, cada vez forçando um pouquinho mais. Force até o momento que começa a doer, e um pouco mais. Da próxima vez já começará a doer um pouco mais tarde. Vá assim até que chegue ao fim do movimento.

    A embraiagem é um bom mecanismo para fazer isto. Uma bola de borracha do tamanho de uma bola de tenis, daquelas usadas para fisioterapia, também pode ajudar muito.

    Abraços, e os votos de uma pronta e completa recuperação

  3. Um dia tudo isso não passará de recordações. 😉
    Uma história mais, a acrescentar ao rol das tuas histórias..

  4. Cara Gracinda, Não sei se por definição ou porque simplesmente costuma ser assim, os acidentes são sempre estúpidos. E geralmente porque também facilitamos. Faz parte da vida. Sei por experiência que essas recuperações são morosas e implicam sacrifícios. Mas também sei que quando temos um objectivo, com mais ou menos dor, a teimosia que nos é inata – chamemos-lhe persistência – leva-nos ao bom termo possível. Desejo uma rápida recuperação e muita paciência. Não tente acelerar porque o nosso organismo tem o seu ritmo. Faça o que os especialistas lhe recomendam e acima de tudo, não poupe na tal persistência. Desejo uma rápida recuperação e muita paciência. Até porque já temos saudades dos seus passeios. As melhoras e até breve. Henrique Saraiva

  5. Agora o importante é uma boa recuperação. Há que ter paciência, melhores dias virão.
    Espero em breve continuar a acompanhar essas maravilhosas e estimulantes viagens de mota.
    Muita força e uma excelente recuperação✌️

  6. Olá boa tarde Gracinda. Há muito que não vinha aqui ao teu blog e ao contrário do instagram, aqui fiquei a saber concretamente o que aconteceu. Já estive numa situação quase parecida e apesar das dificuldades com a minha Pan-european ST 1300, que tu bem conheces, acabei por me safar, mas foi árduo.
    As tuas rápidas melhoras e beijinho grande.

    • Obrigada
      Com uma Pan ou uma CrossTourer seguramente demoraria mais a conseguir conduzir, com a NT estou confiante que demorará menos, a embraiagem é muito mais leve! Por isso imagino como terá sido árduo para ti! 😮

  7. Olá amiga Gracinda,
    Tenho seguido pelo face a infeliz situação ( que pode acontecer a qualquer um de fato ) e é sempre complicado quando mexe com tendões e músculos
    Mas, resiliente como é, vai dar a volta a toda a situação e começar a rodar e a desfrutar do prazer da motinha grande !!
    Rápidas melhoras,
    bjs

    Carlos Pires

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