“O meu tempo por Marrocos está a esgotar-se aos poucos, como noutras viagens parece que, de repente, tudo se precipita! Já não há mais aquela sensação de estou longe, estou à descoberta, na traquinice de quem está longe de casa…
Começo a sentir-me perto e a aproximar-me do país, de casa e tudo parece que passou tão rápido!
Sinto que precisava de mais tempo pelo Marrocos profundo, precisava de passear a pé pelas aldeias, demorar-me na contemplação do horizonte, sentar-me umas horas no deserto.
Precisava de desenhar um pouco, de puxar dos meus pincéis e fazer uns sarrabiscos dos locais que mais me fascinaram, precisava… de viver Marrocos mais lentamente!
Ficar sozinha hoje fez-me muito bem, fez-me sentir juntinho a mim! Mesmo imaginando que os outros estão todos juntos a conversar e na grande cavaqueira, estar comigo fez-me reencontrar a minha grande companheira de viagem: eu.”
***
Estávamos no 9º dia de viagem, era dia 24 de Abril…
Espreitei pela janela e reparei que as nossas motitas não estavam sós, o Jorge andava por lá a tratar das coisas dele, mas outras motos se tinham juntado a elas!
Ao chegarmos cá abaixo, constatamos que havia outro grupo de motards no hotel, com uma característica curiosa: eram senhores com uma idade meio avançada!
Gosto sempre de ver motociclistas com idades avançadas, dão-me mais confiança para imaginar que eu poderei também um dia conduzir com uma idade avançada também!
E lá tratamos de partir
Tirei algumas fotos para trás, vi pelo retrovisor que o grupo vinha tão direitinho, que não resisti a fotografa-lo!
O trânsito estava meio atrapalhado por isso apanhamos a auto-estrada. Assim ficamos também a saber como ela é por lá!
E para que ninguém diga que estávamos cansados ou tristes, o povo fez a festa!
Ora veja-se quanta animação!
E chegamos a Tanger. Demos umas voltinhas por lá e encontramos motinhas bem engraçadas, um modelo comum por terras marroquinas!
Atravessamos a cidade, que podia ser uma cidade qualquer do sul de Espanha
E chegamos ao mar
O hotel ficava mesmo ao lado do porto, num quelho, na entrada da Medina.
Mais uma vez fiquei hospedada no topo do hotel! Um senhor carregou a minha mala lá para cima e, qual não foi o meu embaraço, quando ele ficou à espera de uma gratificação e eu não tinha nem um dirham na carteira… ups
O hotel não parecia nada de extraordinário em termos de decoração, mas as salinhas de entrada tinham o seu encanto
Depois encontrei o amigo Diamantino cá fora e fiz dele meu modelo por 2 ou 3 fotos
Continuei a minha exploração do local, que não parecia nada de especial.
Conferi que as motitas estavam bem, lá em baixo.
Quando descobri um recanto que nem parecia pertencer àquela construção!
Maravilhei-me com o pormenor decorativo daquelas paredes, não conseguia deixa de fotografar!
A sala do pequeno-almoço
E as salinhas intermédias, com aberturas no chão, que permitiam olhar para o andar de baixo.
Janelinhas que abriam para corredores com pequenas cúpulas no tecto.
Os tectos…
As cupolas…
E as paredes
Desculpem, não resisti a mostrar o que tanto me fascinou!