7. Marrocos 2012 – Até ao Deserto!

(2 de Abril de 2012 – continuação)

Passar por ali ao lado de tais construções é uma sensação de verdadeiro exotismo!

o palácio parece não ter fim, ali na berma da estrada, a imagem de Ouarzazate!

E lá saímos da cidade rumo ao deserto!

O que me chocou no país foi a facilidade com que aquela gente vive e convive com o lixo! A dada altura a gente pressente a chegada a uma cidade pelo muito lixo que vai encontrando nas bermas da estrada!

A paisagem ia mudando em pormenores decorativos pelas encostas das colinas!

E de repente parece que cheguei à América!

Uma espécie de Grand Canyon marroquino!

De repente eu queria parar em todas as esquinas e tirar um milhão de fotos a cada paragem!

O que vale é que os outros também quiseram parar, senão eu só tiraria fotos de corrida!

Aquilo lá em baixo é fascinante! Grandioso!

A gente arrancava e eu voltava a parar, uma vez e outra!

Porque a cada curva do caminho os penhascos mostravam-se de ângulos mais extraordinários!

E sai uma panorâmica meio enrolada da minha máquina!

E a paisagem vai sempre mudando, com montanha diferente a cada quilómetro e as casinhas no meio de nada!

Parece que encontramos diversos países num mesmo país!

A chuva voltava em força e a gente ancorou na lama da praça central de Agdz, uma terra no meio de nada mas que tinha um sapateiro que socorreu o Rui, mais a sua bota “des-solada”

A minha motita nunca se tinha visto ancorada na lama… mal ela sabia o que a esperava a partir dali!

E cá está o Rui com o pé direito enfiado no sapato provisório enquanto a botita ía dar uma voltinha reparadora

Vendo bem de perto até ficava curioso o conjunto improvável do novo par de calçado!

Fomos ficando por ali a fazer tempo e morder qualquer coisa enquanto a bota não vinha!

O restaurante onde paramos até tinha bom aspeto visto de longe!

Não sei como é que aquela gente ainda conseguia tomar mais e mais chá de menta!

Ali mesmo ao lado estava instalada a cabine telefónica mais estreitinha que eu vira na minha vida! Quem é que caberá ali dentro?

E mais isto e mais aquilo, e pimba, mais chá de menta!

E finalmente a bota regressou ao seu dono, pela mão do seu salvador!

O patrão do rapaz é que fez o preço, não foi caro e foi eficiente! Pois aquela bota ainda fez muita lama, agua e terra depois de ter sido colada e pregada ali! Afinal Marrocos não é o fim do mundo! Fazem-se coisas uteis e em cima da hora, bem feitas! Não é verdade Rui?

Bem com o Rui já muito bem calçado lá seguimos, tínhamos muito maus caminhos para percorrer ainda!

Mas o ar de cada um era de alegria! Quem se queixa de passear à chuva? Desde que seja passear é sempre melhor que trabalhar!

A cada dia passávamos frequentemente por grupos de adolescentes que voltavam das escolas!

Ao longe há sempre pormenores surpreendentes na paisagem, por vezes só parando se pode captar o que se vê! O Rui e o Elísio é que estavam sempre a “levar comigo” que ficava para trás e eles faziam questão de ser os últimos e por minha causa ficavam lá para trás!

Voltamos a atravessar um pouco de Grand Canyon

E como aquelas paisagens me fascinam!

E chegávamos a Almif (acho eu) onde almoçaríamos uma farta refeição de 25 gramas de “steak” em 3 minúsculos pedacinhos, acompanhados de 14 palitos de batata frita, vá lá nem mais um, não fosse alguém sentir-se mal com o estomago demasiado cheio!

Foi aqui o grande banquete! O que prova que o tascoso fumarento de berma de estrada continua a ser a melhor opção para se comer, mesmo que a carne tenha moscas!

Ao menos dei o “gosto ao dedo” e fiz por lá algumas fotos do local com piada!

Nunca me dei muito bem a comer numa mesa mais baixa do que o banco em que me sento!

A vantagem de a comida ser menos que pouca é que, embora se perca muito tempo à espera, demora-se menos que nada a comer e a seguir viagem!

E lá fomos passando por mais um e outro oásis

Putos vindos de lado nenhum esperavam que os cumprimentessemos nas bordas da estrada que já ía estando cheia de areia

E de repente… o deserto!

“Avistar as dunas do Saara a partir da estrada, vê-las lá ao fundo, depois do deserto de cascalho negro, em cambiantes de laranjas rosados… foi como avistar um paraíso superior! Como se o deserto fosse uma entidade viva, um ser avassalador que me atraía a si… percorrer todo o cascalho irregular, em ondulações por vezes violentas, foi o menor preço a pagar para chegar com a minha moto Magnífica até ele…”

Teríamos de fazer 8 km pelo cascalho negro até às dunas, onde as motos ficariam no hotel.

Um dia eu prometi à minha motita que nunca mais faria terra batida ou fora de estrada com ela! Ela não nasceu para isso e fica sempre nervosa, um dia atirou-se para o chão e tudo!
Mas ali era a exceção!

Esperamos pelo Jeep que viria buscar as penduras e indicar-nos o caminho. Há que aproveitar o tempo de espera!

Na direção oposta o sol preparava-se para se pôr

O Carlos tinha ido fazer o reconhecimento do caminho e procurar o Jeep desaparecido! Um grande guia!

E lá fomos até à grande duna, a ponta da grande manta que é o Saara! Quando lá chegamos levantava-se uma ventania que fazia o ar encher-se de areia. Coisa ruim para uma máquina fotográfica, mas linda para uma fotografia!

Os Ferraris que nos levariam às tendas já nos esperavam!

Não perdemos muito tempo, o percurso era longo e ajudaria a digerir o resto do almoço minúsculo que tivéramos… santo Deus, se a comida no deserto fosse também uma miséria eu iria morrer de fome! ?

O hotel ia ficando para trás e a hora e meia de caminho começava apenas, a passo de caracol… ok, a passo de camelo!

O grupo mantinha toda a animação de sempre, em 2 grupos de 5 camelos lá se iam trocando piadas de um grupo para o outro!

Os vestígios do sol desapareciam de uma forma muito bonita mas, lá de cima do camelo, é difícil conseguir-se a quietude suficiente para o fotografar sem tremer!

E ficou noite!

Quando chegamos às tendas a comidinha esperava-nos!

Oh quanta alegria! É que depois de almoçar pouquinho, andar de moto e depois de camelo, dá cá uma fome!

E serviram-nos 2 tajines gigantes de frango, deliciosas!

E lá estávamos todos muito contentes a encher-nos de comida!

Lá fora os Tuaregues entoavam canções e tocavam bombos à luz de candeeiros engalanados em caveiras de camelo

E fui para o “meu” quarto dormir!

Os outros ficaram ainda em volta da fogueira, juntamente com outros hóspedes das tendas

Fim do 5º dia de viagem…

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9 thoughts on “7. Marrocos 2012 – Até ao Deserto!

  1. Olá Gracinda! 🙂

    Fantástico!!
    Belas fotografias. Algumas bastante interessantes!

    A foto do por do sol, a que fotografaste quando se levantou o vento e a quando anoiteceu, simplesmente adorei.
    Enquanto há cabine telefónica.. bem caso para dizer que eu com os meus centímetros lá entro dentro! ehehehe… 😀

    Aguardo continuação da crónica.

    Beijinho

  2. Superbes photos ! Merci Gracinda… Après avoir regardé ces photos je pense que l’on va prendre les tenues de pluie en juin ! Comment s’appelle l’endroit où vous avez fait cette balade en chameau et dormi sous les tentes ? Encore bravo !

    • Merci!
      L’année passé on n’as pas eu tout cette pluie! Ça depend de l’epoque de l’année! Mais, de toute façon, il veux mieux prendre les tenues de pluie, parcequ’on ne sais jamais! 😉
      Ont est dormi sous les tentes tou prés de Merzouga, c’est le commencement du desert Saara! Ça appartient au Auberge du Sud tu peux voir ici:

      http://www.aubergedusud.com/fr/

  3. Andar fora de terra com uma Pan não é muito fácil não…
    Mas parece que andar de camelo por lá é muito melhor!!
    Como é dormir numa tenda no meio do deserto??

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