28 de Agosto de 2012 – continuação
Fiz a curva no mapa e segui para Oudenaarde, uma cidade pequena que já foi grande na produção de tapetes! Uma cidade antiga com uma história longa e antiga, cheia de altos e baixos.
Fui recebida pela Sint-Walburgakerk, ou colegiada de St Walburga, uma igreja dedicada à padroeira da cidade! Uma igreja gótica do séc. XII, com um “chapéu” barroco no topo do campanário!
Pousei a minha Magnífica logo por trás da igreja e não tardou a fazer uma amiga igual a si! Senti um pouco de vergonha e pena por ela, pois estava mutilada, ao lado de uma menina lindinha e limpinha… mas depois pensei que não havia porque se envergonhar, já que a sua vida fora cheia e rica e isso cura qualquer orgulho ferido!
O que eu procurava era a belíssima Camara Municipal lá do sítio! Um edifício em gótico flamejante construído no séc. XVI. É nestes casos que os estacionamentos deviam ser arrumados para a periferia, mas na Bélgica encontraria muitos mesmo “em cima” dos monumentos, impedindo muitas vezes a completa visualização dos edifícios mais bonitos da cidade!
Alguns recantos encantadores são muito antigos por ali!
E fui andando para Gent, uma cidade que há muito queria visitar!
Gent é uma cidadezinha medieval encantadora onde tudo parece ficar no mesmo lugar! Dá-se a volta e encontra-se mais e mais coisas!
A Catedral de St Baaf nasce sobre uma primeira construção em estilo românico mas é renovada posteriormente em estilo gótico!
Curioso o jogo de cores de pedra que é usado no interior!
Na praça em frente as casas são deliciosas e perfeitamente enquadradas no conjunto!
Mais à frente, do outro lado da praça, fica o Beffroi, um campanário do séc. XIV que possui um carrilhão de 44 sinos conhecidíssimo nos Paises baixos!
É uma das três torres no centro histórico de Gent, com as da Catedral e da Igreja de Saint Nicolas logo a seguir!
E a seguir lá estava a Sint-Niklaaskerk que é o mesmo que dizer a Igreja de Saint Nicolas ou São Nicolau!
A igreja é um dos maiores e mais antigos edifícios da cidade e foi construído com pedra azul de Tournai. Diz-se que o seu estilo é “gótico de Tournai”!
Uma pena os fios dos trolleys por todo o lado a traçar os enquadramentos!
Depois há o rio Leie, com ar de canal, que atravessa a cidade e onde as pessoas se passeiam de barco ou a pé, ou ainda se sentam a curtir um solzinho da tarde que foi o que eu fiz também!
Ali é a Graslei, a área movimentada de comércio com edifícios remarcáveis, testemunhas da riqueza do local, ainda hoje!
E tudo parece ter sido desenhado para combinar com o que já existia por ali, em paisagens encantadoras e enquadramentos perfeitos!
E na outra margem do rio, e no extremo da ponte de Sint-Michiel, fica a Sint-Michielskerk, que é o mesmo que dizer Igreja de São Miguel, e que me atraía grandemente!
Algo de descomunal e exótico me atraiu, porque eu não vejo todas as igrejas que me aparecem pela frente! Apenas as que me atraem!
A construção, em gótico tardio, tem elementos posteriores muito importantes, devido aos diversos reveses e recuperações que sofreu, depois de incêndios, abandono, pilhagens e destruições deliberadas que quase levaram à sua demolição!
O interior é grandioso e os jogos de cores, entre a pedra e o tijolo, são harmoniosos e fazem pensar no que se teria perdido com o desaparecimento do edifício!
Pus-me a olhar para uma nossa Senhora que achei curiosa pela simplicidade e contraste com a parede de tijolo…
e fiz amizade com um senhor que estava ali sentado a desenha-la! Gosto muito de ver gente a desenhar, por isso pus-me ali no paleio com ele e ainda fiz uns sarrabiscos também!
E com a treta esqueci-me de fotografar a obra de Van Dyck que está lá numa parede, como se fosse um quadrozito de um habilidoso qualquer… apenas uma obra de um dos maiores pintores do barroco flamengo!
E voltei para o centro da cidade, do outro lado do rio.
Porque será que as grandes igrejas negras perecem mais colossais que as outras?
A minha Magnífica lá estava, discretamente encolhida junto com a biclas… a espantar olhos! Perguntaram-me pela centésima vez se estava tudo bem comigo, já que a moto estava partida…
Peguei nela e nem o castelo fui ver. Eu sei que o castelo de Gent é digno de uma visita, mas não me apeteceu, em contrapartida estava era a apetecer-me passear pelas ruínhas secundárias e ver o que passasse na minha frente, enquanto me dirigia para Brugge de novo, que já tinha saudades da bela cidade!
A perfeita imagem do paraíso, para mim, é encontrar ruínhas destas quando estou cansada da cidade!
Fui seguindo até Ooidonk, atrás de umas coisas e de outras, e encontrei um castelinho/palácio que me pareceu irreal à primeira vista!
Um dia vou passar pela zona e irei visita-lo por dentro, está na agenda! Mas naquele dia limitei-me a “roubar” enquadramentos!
E voltei para Brugge, aquela cidade que não me canso de visitar e onde é sempre um prazer passear!
(continua)
Continuo ainda mais deslumbrada a cada dia que passa, a cada “visita que faço contigo” nesta viagem.
Bem.. viajar desta forma contigo pelas tuas memórias é de sonho. É bastante gratificante!
Obrigada amiga!! Beijinho
Olha que aprendes mais pela crónica do que se andasses comigo, pois normalmente passo pelas coisas em silencio, sem falar delas! Não sou professora em viagem e não explico nada a ninguem! eheheheh
E fazes tu muito bem!! Eheheh.. 😀 🙂
i’m glad i could learn so much here in your blog. thanks a lot