66 – Passeando até à Suíça 2012 – A Bélgica – Bouillon, Durbuy e Coo

31 de Agosto de 2012 – continuação da continuação

Bouillon em português chama-se Bolhão e, embora se escreva com um “o” faz-me sempre lembrar o nosso mercado do Bulhão no Porto! Em francês quer dizer caldo, sim, caldo de sopa mesmo!

Deu-me a preguiça e a saudade junto àquele rio, a viagem estava a acabar e eu queria continuar! Então decidi passar momentos de paz e natureza… eu não sabia quando voltaria a viajar e o peso dessa incerteza fez-se sentir ali! Não quis ver castelo nem cidade, apenas rio e verde!

A cidade é conhecida como a “pérola do Vale Semois” e tem um castelo medieval mas eu fiquei-me pelo rio. Fiz um pic-nic meio à chuva, num banco de jardim, a ver os pescadores a esconderem-se da chuva nos carros, para depois voltarem às suas canas, quando ela parou!

Eu tinha o chapéu e o guarda-chuva, não havia porque fugir da chuva, “pic-niquei” muito bem debaixo dela!

A Pont de Cordemoy permite enquadramentos extraordinários com o rio e as margens verdes! Foi a minha paisagem por horas…

E porque a ponte me fascinava ainda passeei por ali calmamente! Chamam-lhe ponte gótica mas foi construída em 1935, por isso será neogótica!

O castelo estava lá ao fundo a “olhar para mim” mas eu só o queria ver por fora!

E o sol voltou alegrando grandemente o meu dia… e o das vaquinhas também!

Não falta onde acampar ou pousar uma roulotte por ali, num local privilegiado!

E lá acabei por subir até ao castelo, apenas para ver como era a paisagem cá de baixo, vista lá de cima e lá estava a ponte gira!

E a encosta do castelo numa perspetiva gira!

Andava por ali tudo cheio de miudagem, uma excursão escolar de garotos pequenos que, por aqueles dias, as aulas já tinham começado por lá para os pequenitos!

O castelo não me conseguiu seduzir para eu o visitar! A bem dizer eu preciso de ter disposição para fazer uma visita guiada porque, na realidade, não gosto! Não gosto de ter de ouvir o que me querem dizer, nem de andar ao ritmo de todo um rebanho de pessoas, nem de não poder fazer muitas perguntas, pois nem toda a gente quer saber o mesmo que eu! Sou muito rápida nas minhas visitas e quando há um guia, tudo é lento e ao seu ritmo!

Por isso tirei umas fotos cá para baixo e fui-me embora!

Passei por Durbuy, com o seu jardim de topiaria, publicitado a quilómetros, mas que já estava fechado quando passei!

A terrinha é simpática para se passear a pé, pernoitar lá, num qualquer hotel romântico… É frequentemente considerada como a cidade mais pequena do mundo, embora não se tenha muita certeza! Que é pequena é, pois eu dei uma volta e sai do outro lado!

Estava na hora de voltar para Liege, mas ainda passei por Coo, por caminhos cheios de encanto!

Eu sabia que Coo tinha umas cataratas interessantes, bem pertinho da população, e não é que ao chegar as ouvia mas não as via!

Só depois percebi que estava em cima delas! Eu teria de descer para as poder ver! Um recanto de lazer muito interessante com caminhos curiosos e parque de diversões… que estava fechado, claro!

E lá estavam elas!

A Cascade de Coo, são as cataratas mais importantes do país! Têm 15 metros de altura e são espetaculares!

A rua principal passa-lhe exatamente por cima !

O parque de diversões fica mesmo ali, com carroceis, cafés, esplanadas e uma ponte coberta!

Tirei mais uma ou duas fotos e fui para casa!

Apreciando ainda a beleza do rio Amblève, ali onde se fazem também desportos náuticos mais radicais!

E o sol ainda veio fazer-me companhia até Liege!

Foi o fim do trigésimo terceiro dia de viagem!

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64 – Passeando até à Suiça 2012 – A Bélgica – Maastricht e a livraria Selexyz Dominicanen

31 de Agosto de 2012

No dia seguinte a minha Magnifica tinha feito varias amigas!

Soube depois que os cavaleiros das outras meninas tinham ficado bom tempo a inspecionar a minha motita, queriam saber quem eu era, mas tal não foi possível porque eles deitavam-se muito tarde e levantavam-se igualmente tarde, por isso nunca nos cruzamos! Eram ingleses e deviam ter muita vontade de correr os bares até às tantas, enquanto os meus interesses eram outros, o que provocou sempre o desencontro!

Ali pertinho de Liege fica Maastricht! Há tanto tempo que eu tinha curiosidade de visitar a terra do tão famoso tratado de 1992! Foi daqueles nomes que, de tão repetido, ficou na minha memória para visita futura, salvaguardando sempre a hipótese de ser uma cidade sem qualquer interesse ou beleza!

As minhas vizinhas de quarto diziam que era muito mais interessante que Liege, por isso fui dar uma olhada! Afinal é uma das cidades holandesas mais antigas!

Fui recebida pela Basílica de St. Servatius, uma construção basicamente românica com mistura de estilo gótico. Estava fechada e tive pena pois deve ser bonita e diferente lá por dentro, depois é a mais antiga da Holanda que tem a sua origem lá pelo séc. III, com remodelações e reconstruções posteriores em pedra até ao aspeto atual… merecia mesmo uma visita!

Achei curioso o portal que leva para o pátio! Em cada país os estilos adquirem características únicas!

Do outro lado fica a igreja de St. Janskerk, gótica do séc. XIII, uma igreja protestante com uma torre vermelha. Dizia num placard “The Church of England” St Jean Maastricht, que é o seu nome em inglês, claro!

Faltou um pouco de sol para apreciar calmamente o ambiente sereno que sentia por ali!

Por entre as igrejas chega-se à Praça Vrijthof, que não tinha ninguém mas exibia vestígios de festa!

O ambiente mantinha-se sereno, como se toda a gente estivesse noutro lugar, já que por ali não havia quase ninguém à vista! Ou então estava tudo a dormir depois da festa que eu não vi!

também era muito cedo para festas por isso ía aproveitando para catar um pouco a cidade velha.

As ruínhas são deliciosas por ali, percorri diversas, todas bonitas, estreitas, limpas e pitorescas!

Aquilo prometia vir a ter um ambiente animado mais à tarde!

E cheguei ao rio Maas que atravessa a cidade.

Andei mais umas ruelas

e encontrei onde toda a gente se ia juntando, embora àquela hora da manhã o movimento ainda estivesse a começar!

Eu adoro feiras! Então em cidades desconhecidas é que eu gosto, pois mostra muito do que é um povo! Ali o povo era animado! A princípio ficavam a olhar para mim, diga-se de passagem que eu nem a cinta tirara, nem as luvas, apenas pusera o chapéu e andava por ali armada numa espécie de guerreira bizarra, já que uso a cinta por fora do blusão, para não me massacrar a pele!

Depois eu sorria, disparava uma foto e dizia “Good Morning”! E as pessoas sorriam também!

A dada altura eu também já dizia “Guten Morgen”, pois me parece que é parecido com o “bom dia” flamengo! 😀

A feira passava-se mesmo em frente à rathaus da cidade, o edifício do séc. XVII presidia a tudo ao fundo!

Aquela era uma feira muito parecida com as nossas e quase me senti em casa!

Achei um piadão à feirante gordinha e bonacheirona numa escultura lá no meio da confusão!

Então cheguei a uma igreja que me encheu todas as medidas! Entrei ali e nunca mais quis sair!

Uma Igreja gótica do séc. XIII linda…

Mas na realidade é a Selexyz Dominicanen e está instalada na igreja desde 2006! A livraria mais bonita do mundo, dizem eles e eu concordo que é uma das mais bonitas que conheço!

A Selexyz é uma das maiores cadeias de livrarias da Holanda e resolveu inovar ao abrir uma das suas filiais numa antiga catedral dominicana com 7 séculos, bem no centro de Maastricht.

No altar funciona o café e a galeria de arte!

E os tetos e as paredes estão ali, ao alcance da mão, do olhar, por entre livros!

De um lado da nave fica a escadaria, com elevador incluído, que nos permite subir por 3 níveis de estantes, até tão perto do teto!

E lá de cima pode-se ver melhor como ficou o altar, com o barzinho montado, onde as pessoas se podem sentar em torno de uma mesa em forma de cruz! Lindo!

Eu nunca tinha estado tão perto do topo de um edifício gótico e fascinei-me!

Simplesmente não conseguia ir embora, nem parar de fotografar!

Espreitei em todos os ângulos…

e deslumbrei-me!

Tenho de reconhecer que, se existisse uma coisa destas no Porto, provavelmente passaria lá os meus dias!

E voltei a passar pela Praça Vrijthof para ir buscar a minha motita.

Pormenores de uma casa de instrumentos musicais!

E sempre que vejo um chapeleiro não resisto a ir espreitar!

Mas não tinha nada do meu agrado!

E lá estava a minha motita à minha espera! O tempo piorava e eu pus-me a andar, com uma livraria na memória!

(continua)

62 – Passeando até à Suiça 2012 – A Bélgica – Brugge e Bruxelas

30 de Agosto de 2012

Acabavam os meus dias por Brugge, a cidade encantada!
Como sempre faço, ao deixar uma cidade onde pernoitei, dei uma voltinha por uma zona onde ainda não tinha passado por aqueles dias. Claro que comecei passando na Grand Place, porque a minha rua ía lá ter direitinha!

É tão giro ver uma cidade pela manhã, quando se pode passar com a moto por todos os lados que ninguém diz nada!

Claro que não resisti a tirar uma foto com a minha Magnifica em frente ao grande campanário, para memória futura!

E fui na direção de uma torre fantástica que se vê de todo o lado na cidade, por ruelas e canais sempre lindos!

É encantador o ambiente de beleza que casinhas e canais formam, parece que cada recanto é um cartão postal!

E lá estava a grande torre!

A Onze-Lieve-Vrouwekerk , igreja de Nossa Senhora, é um monumento espantoso de que a gente avista ao longe, de qualquer ponto da cidade, a sua longa e curiosa torre que faz lembrar um foguetão imenso!

Aquela torre, totalmente construída em tijolo, tem 122 metros e faz da igreja o mais alto edifício da cidade e o segundo mais alto do país. Dizem que é a construção mais alta do mundo, integralmente construída em tijolos!

Admirável a beleza do edifício, de tão diferente do que costumo ver!

É uma igreja muito antiga, uma das mais antigas de Brugge, gótica, construída no séc. XII, embora contenha hoje diversos elementos decorativos posteriores

A sua nave foi construída com pedra de Tournai e a sua cor é inconfundível!

Extraordinária construção em tijolo de diversas cores!

O ambiente envolvente é lindo e sereno, como nas histórias de encantar, com aquele mar de luz na manhã!

A igreja é ladeada, em L, por um canal cheio de casinhas encantadoras!

Voltei a apaixonar-me por aquela cidade…

E segui sem parar em lado nenhum, apenas apreciando o prazer de conduzir de manhã, por estradas nacionais cheias de sol e verde, até chegar a Bruxelas!

Claro que eu não podia deixar de passar em Bruxelas!

Pus-me a apreciar os polícias em bicicleta, que havia muitos pelas ruas naquele dia, num trânsito confuso e meio arranca e para, que não me deixava ir para onde queria e, pimba, dei comigo a entrar na Grand Place de moto e tudo!

O que estava a acontecer por ali eram os preparativos para uma grande festa da cerveja!

Os polícias riram-se de mim quando perguntei como sairia dali com a moto, mandaram-me furar pelo meio da confusão e sair pelo outro lado, já que a ruela por onde eu entrara era sentido proibido para sair! Mas afinal o trânsito é proibido na praça e tem sentidos proibidos para sair!?!?

Nunca me tinha imaginado de moto em tal sítio! E lá fui andando devagarinho e pondo o olho e tirando umas fotos, claro!

Também nunca tinha imaginado ver a Câmara de Bruxelas com fraldinhas brancas por baixo!

Aquele edifício é considerado um dos mais belos do país e é fácil de ver porquê! É gótico do início do séc. XV e já esteve quase totalmente em ruinas, assim como toda a praça, quando a cidade foi bombardeada pelos Franceses, um século depois!

A Grand-Place é um espaço extraordinário rodeado por belíssimos edifícios do séc. XVII, mas com histórias anteriores que lhes foram dando origem.

Então, depois de fotografar um pouco da azáfama e confusão no solo, comecei a fotografar por cima de tudo aquilo, e os pormenores ganharam outro valor que não ganhariam em fotos panorâmicas!

Os edifícios da praça têm todos os seus nomes, mas eu só sei o de alguns! Não me dei ao trabalho de os descobrir todos! Sei que este é “la maison des Ducs de Bravant”!

Ao fundo da praça fica um grupo de edifícios de que sei o nome também!

Cá estão eles e chamam-se: Le Renard, Le Cornet, La Louve e Le Sac. Pode-se imaginar facilmente a qualidade de vida que ali se tinha na época, para se construírem tão magníficos edifícios.

E no meio, bem em frente da Camara (hotel de ville) fica a Maison du Roi, em gótico flamejante do séc. XV, que nunca foi casa de rei nenhum! Na realidade foi construída no lugar de um mercado de pão e acabou por ser usada pelo Duque de Brabante, o mesmo do palácio do outro lado da praça, e daí o nome… embora o homem não fosse rei!

Hoje funciona lá um museu que ainda hei-de visitar, onde estão as mais de 600 vestimentas do “Maneco mijão” como eu chamo ao “Manneken pis”. Aquilo por lá deve ser como o nosso Menino Jesus da Cartolinha, que toda a gente teima em vestir e encher de roupinhas!!

E lá fui eu, mais a minha motita, visitar o puto mijão mais famoso do mundo!

Não se sabe muito bem de onde vem a ideia da escultura e por isso foram aparecendo histórias, mas uma das razões porque é tão famosa é devido ao facto de ter sido repetidamente roubada e até destruída. Já foi roubada 7 vezes desde que foi fundida pela primeira vez em 1619!!

Há várias lendas sobre o miúdo e dizem que lhe vestem roupas diferentes de acordo com a previsão do tempo que é exposta num placard na grade, mas eu devo ter azar, vou sempre no verão, com sol e calor e o puto está sempre nu!

E o povo amontoa-se a olhar para ele e a tirar fotos! Eheheh

Ele é tão pequenino que se não for toda aquela gente ali a olhar, passa despercebido!

E como estamos na terra do chocolate e da bolachas waffles belgas, não podia faltar a publicidade com o puto!

Por acaso àquela hora ainda não estava muito calor e o cheiro não incomodava… ainda… porque da última vez que ali estive, deu-me náuseas…

Não aprecio chocolate mas acho piada ao que fazem com ele!

Depois fui dar uma volta pela cidade, vê-la de outros ângulos e descobrir coisas diferentes! E encontrei a igreja de Notre Dame du Sablon, mais uma igreja gótica…

muito bonita e que me chamou a atenção porque o moderno altar-mor deve ter sido lá colocado por um pedreiro estrábico!

Ora veja-se se alguém que não seja vesgo ou estrábico colocaria o dito altar de lado! Não seria suposto estar centrado? Ou faz parte da nova tendência decorativa assimétrica?!

Porque não há um livro de reclamações numa igreja? Se se presta um serviço público devia ser obrigatório, assim eu podia ter escrevinhado que o altar está de lado e que quem o lá pôs, provavelmente precisaria de óculos! Não?

Pelo menos as pendurezas no teto estão centradas e não estragam a beleza do conjunto de vitrais!

Já o escultor da Nossa Senhora, junto ao altar, devia ser meio míope ou de baixa visão, a considerar pela carantonha feia da Senhora….

Há tanta Nossa Senhora feia naquela terra que cheguei a pensar que foram todas feitas pelo mesmo escultor!

A igreja é bonita e uma das muitas que a cidade exibe!

O dia estava lindo e as pessoas eram giras nas ruas!

(continua)

61 – Passeando até à Suiça 2012 – A Bélgica – Lier, Antuérpia e Sint Niklaas

29 de Agosto de 2012 – continuação

Voltei à estrada, por nacionais e secundárias. As casinhas na berma das ruas valem a pena o percurso, como as casas com telhados em colmo!

Lier é uma cidadezinha interessante

com a rathaus e o seu campanário a parecer uma igreja!

Logo ali fica o rio… aliás em Lier passa-se uma “guerra de rios” que se juntam e formam um novo rio, que se vai juntar a outro mais à frente para formar um novo ainda! Xi!

Na realidade em Lier forma-se o rio Nete, da confluência de 2 rios: o Grote Nete e o Kleine Nete! Depois ele segue pela zona de Duffel e vai-se juntar a outro rio, o Dijle e formam assim o rio Rupel! Muita água corre por aquelas bandas!

Mas eu tinha era fome, por isso andei a espreitar uma boutique de comidinha (e tinha tanta e com tão bom aspeto!) e decidi comprar o meu “tacho” e pic-nicar no jardim! Que fixe!

Ao fundo da rua da comidinha fica a Gummaruskerk, isto é a igreja de São Gummarus, o padroeiro da cidade.

Uma igreja gótica de entre os séc.s XIV e XVI, que não visitei por dentro porque estava fechada e porque me apetecia mais comer que visitar igrejas!

Mas certamente é muito bonita por dentro, a considerar pela sua beleza exterior!

Toda a cidade belga que se preze tem uma Grote Markt, isto é uma Grand Place, tal como as espanholas têm uma Plaza Mayor!

E era na Grote Markt que a minha Magnífica estava a chamar as atenções!

Umas senhoras ficaram estupefactas quando eu me aproximei dela e me prepararei para partir!
“Trop grande, trop lourd!!” (demasiado grande, demasiado pesada!) diziam elas!
“Pas de probleme, medames!” (sem problema, minhas senhoras) respondia eu! Eheheheh

“Vous êtes une diva!” diziam elas apontando para a montra mais à frente! Fartei-me de rir, mas não deixei de tirar uma foto ao passar na dita montra!

E foi no meio do trânsito mais intenso que cheguei a Antuérpia, a segunda maior cidade da Bélgica e o maior centro de comércio de diamantes do mundo!

(Para se ter uma ideia, 50% dos diamantes lapidados e 80% dos diamantes brutos são comercializados ali para o mundo.)

Antuérpia era aquela cidade que eu queria visitar apenas pelo nome! Porque desde sempre este me despertou a atenção, talvez apenas pela sua sonoridade…

Cheguei à Groenplaats… uma praça que tem uma história curiosa! Até ao séc. XVIII ali era o principal cemitério da cidade, então, quando a cidade estava sob o domínio austríaco o imperador mandou retirar o cemitério para fora da cidade e construir no seu lugar uma grande praça. Daí o nome "Groenplaats", que quer dizer “praça Verde”!

E é uma praça toda animada, com montes de gente sentada nos bancos enfileirados, ao sol!

Depois começam as ruínhas mais estreitas e chega-se à catedral, com uma escultura muito interessante que lembra os pedreiros construtores do edifício!

Mesmo à porta estava esta “coisa” monstruosa e minúscula! O homem devia ser quase um anão, mal me chegava ao ombro!

E lá estava ela imponente e linda!

A Catedral de Notre Dame, gótica dos séculos XIV e XV, é o maior templo da Bélgica, com uma flecha de quase 122 metros. Está em restauro e naquele dia estava fechada…

Paciência! Logo ali fica a Grote Markt com a rathaus do séc. XVI, linda!

Esta Câmara Municipal é muito importante na arquitetura porque foi construída num estilo inovador na época, contendo ainda vestígios do gótico tardio (o estilo anterior) em partes do edifício. Na realidade foi o primeiro edifício a ser construído em estilo renascentista! A obra do seu arquiteto Cornelis de Vriendt viria a influenciar outras construções pela Flandres!

A Grote Markt, em Antuérpia, é uma praça extraordinária rodeada por lindíssimos edifícios do séc. XVI, alinhados, com as suas centenas de janelas a fazerem padrões.

A fonte de Brabo, em frente à rathaus, honra a origem da cidade, que segundo a lenda foi libertada pelo soldado romano Brabo, que matou o gigante Antigoon que aterrorizava os habitantes e marinheiros que passavam pelo rio Escalda, cobrando metade dos seus bens pela passagem. Quando o “imposto” não era pago ele cortava as mãos aos desobedientes! Um dia Brabo navegava pelo rio e recusou-se a pagar e desafiou Antigoon para um duelo. Venceu-o, cortou-lhe a cabeça e a mão e atirou para o rio e é nesta atitude que é representado hoje nesta escultura!

Gostei bastante da cidade e da sua animação, com gente por todos os lados mas sem que isso significasse qualquer tipo de stress!

Mais à frente, na praça Hendrik Conscienceplein, fica a St Carolus Borromeuskerk uma igreja barroca impressionante, construída no séc. XVII.

Grande parte da igreja, incluindo a fachada e torre, foi projetada por Rubens.

Os confessionários são espantosos! Apeteceu-me tanto entrar e sentar ali!

Infelizmente, a maioria do interior de mármore e 39 pinturas do teto de Rubens e outros artistas da época foram destruídos por um incêndio em 1718… hoje é assim

Eu nem sabia que Rubens tinha projetado parte de uma igreja!

E voltei para a minha motita, por ruínhas com coisas muito curiosas!

Para vir encontrar junto ao rio Escalda o castelo Het Steen (A pedra), a construção mais antiga de Antuérpia. Começou a ser construído em 1200 e passou por diversas mudanças, reformas e demolições. Hoje funciona lá o museu marítimo.

Foi com este castelo que se “construiu” a lenda do gigante Antigoon e do soldado romano Brabo e lá está o gigante numa escultura inspiradora, antes de levar uma tareia do romano e de ficar sem mãos!

Desta lenda e deste castelo surge o brasão da cidade:

Ainda dei uma vista de olhos pelo interior do castelo.

Há momentos em que parece um castelinho de brincar, com uma vista para a cidade interessante!

Estava lá dentro a decorrer uma atividade com miúdos e eu pus-me a andar, que farta de miúdos ando eu o ano todo! 😀

Estava a chegar um grupo de turistas que tinha ido visitar a cidade naquelas coisas curiosas de 2 rodas! Um dia vou-me meter a andar naquilo numa cidade qualquer a ver como é! Eles pareciam muito divertidos!

Despedi-me da cidade e segui caminho para Sint Niklaas!

Por ruas secundárias ladeadas por casinhas deliciosas onde apetecia mesmo viver!

Sint Niklaas quer dizer São Nicolau, esse mesmo, o do Natal!

E na Grote Markt, que lá também há uma e também é grande…

está o santinho em frente à rathaus, um edifício do séc. XIX muito interessante!

Uma escultura do 1997.

Achei piada ao cesto dos presentes com as crianças dentro!

E estava na hora de ir para casa.

As ruas secundárias naquele país parecem todas feitas naquela espécie de lajes de cimento, como as pistas dos aeroportos! E o aborrecido são as junções que fazem um “trec…. trec…. trec” ao passarmos por cima! Uma pena porque as paisagens mereciam sossego na condução!

A minha casa seria ainda em Brugge por aquela noite… Brugge com os seus moinhos junto aos canais, à medida que nos aproximamos da cidade!

E entra-se serenamente na cidade

Com as pontes levadiças que Van Gogh tanto representou nas suas pinturas, embora na Holanda!

Não há muitos fins de tarde tão bonitos como naquela cidade!

Pousei a minha Magnifica no seu recanto, onde dormiria mais uma noite, e fui confraternizar com o povo da pousada, que o dia fora longo e apetecia conversar, comer e beber!

E foi o fim do trigésimo primeiro dia de viagem…