33 – Passeando até à Suiça 2012 – Le mont Moléson, Freddie Mercury e Lausanne

17 de Agosto de 2012 – continuação da continuação

O Moléson é um monte escarpado que atinge os 2002 metros de altitude e que pertence aos Rochers de Naye que eu visitei quando subi pela encosta em Montreux!

Existe um funicular que faz a primeira parte da subida e um teleférico que faz o topo.

Aquelas encostas, como muitas outras pelo país, são exploradas pelo turismo de inverno com ski alpino, ski de fond e caminhada com raquetes; e pelo turismo de verão com caminhadas, alpinismo e parapente.

Subir no funicular é uma experiência muito bonita, como em muitos outros nos Alpes, porque percorre a montanha serpenteando e revelando pouco a pouco diversas perspetivas da paisagem.

O vale de Gruyères vai ficando para baixo, permitindo ver-se ao longe o lago com o mesmo nome. Um lindo lago artificial provocado por uma barragem.

Ao chegarmos ao fim do funicular, subimos 1.109 metros, depois temos de apanhar o teleférico para subir aos 1.520 metros! E aí já vemos o Moléson, um enorme rochedo proeminente e impressionante!

Ali de cima o vale já é bem distante e pequeno!

Sentimo-nos no topo do mundo e a colina do castelo, lá em baixo, é quase imperceptível!

Lá está o lago ao longe.

Ali de cima, até o que está em cima parece baixo!

E os Alpes estão por todo o lado!

Olhando para sul, por cima dos montes onde alguns parapentes animam a paisagem, a longa mancha branca provocada pelo Lac Leman!

Afinal estamos num ponto alto a poucos quilómetros, a direito, de Lausanne e Montreux!

A sensação de estar-se ali, com uma cerveja fresca na mão e uma paisagem de cortar a respiração… é inesquecível!

Lá tive de me forçar a descer dali, horas depois, depois de muito paleio com alguns caminhantes que se foram sentando perto de mim!

É curioso ver o trilho do funicular pela encosta abaixo, numa paisagem perfeita!

Voltei a passar perto da colina do castelo, para me dirigir para o Lac Leman mais uma vez nesta viagem.

É sempre tão reconfortante passear pelas margens daquele lago!

E fui até Montreux!

Porque estava perto e porque tinha prometido ao meu amigo Rui Vieira tirar uma foto com a minha Magnífica junto da estátua de Freddie Mercury.

Quando lá cheguei havia feira no local! Feira de venda de coisas e feira de gente em volta da estátua do homem!

Bolas, como iria eu fazer para levar a moto até ali com todo aquele povo?

Muito simples! Há um fator que nos permite fazer qualquer coisa sem que ninguém reaja: o fator surpresa!

Por isso fui buscar a moto, subi o passeio, atravessei toda a zona pedonal por entre tendas e povo que me olhava espantado e levei a Magnífica até onde quis!

Freddie Mercury passou em Montreux os seus últimos tempos de vida, onde gravou até morrer…

Diz a placa por baixo da escultura, (numa tradução direta e básica, sem floreios):

“Freddie Mercury, nasceu com o nome de Farrokh Bulsara na ilha africada de Zanzibar, tornou-se um dos maiores artistas de rock da nossa época. A sua carreira de cantor, durante vinte anos, no seio do grupo Queen permitiu-lhe vender mais de 150 milhões de álbuns no mundo inteiro. Visionário, musico fora do comum, ele deixa para trás de si uma herança inestimável assim como uma enorme influencia para as gerações de artistas rock posteriores.

Graças aos Mountein Recordin Studios, adquiridos pelo grupo Queen em 1978, Freddie soube criar até à sua morta, laços muito fortes com a cidade de Montreux.

Apreciador da simpatia e da discrição dos seus habitantes, Freddie considerava Montreux como o seu lar adotivo e um refúgio de paz propício à elaboração das suas últimas obras.”

E ainda aproveitando o tal fator surpresa, tirei as fotos que quis, dando-me até ao cuidado de mudar a motita de posição! Só não a pus em frente à estátua porque aí existe um passadiço de madeira desnivelado e não era mesmo nada aconselhável arriscar a desce-lo com a moto, senão…

Quase em frente da estátua fica uma plataforma circular onde as pessoas aproveitavam para fazer praia e banhar-se no lago a partir dali. Muito interessante!

E pronto, estava cumprida a promessa da foto por isso pus-me a passear por ali. Não me apetecia visitar a cidade, apenas curtir o lago, que o calor era demasiado!

E tratei de seguir caminho, pois com muito calor prefiro andar de moto que a pé! Segui pela margem do lago até Lausanne, logo ali a menos de 30 km.

A cidade estava cheia de gente e de movimento e de calor! Também não me apetecia visita-la de novo já que a tenho visitado em viagens recentes! Mas havia ali algo que eu queria ver: a catedral!

A Cathédrale protestante Notre-Dame de Lausanne é uma construção espantosa do séc. XIII que esteve recentemente em obras de restauro durante muito tempo!

A última vez que a visitei ela estava em obras de recuperação. É um exemplar lindíssimo de arquitetura românica já com elementos góticos, pois foi construída em várias fases! No séc. XVI foi dedicada ao Calvinismo aquando da Reforma Protestante!

Quando fui visita-la, era tarde, deveria estar fechada… mas fui na mesma! Havia uma porta lateral aberta, espreitei, estavam dois homens lá dentro. Perguntei se podia visitar a catedral. “Está fechada menina, só está aberta para quem vem assistir ao concerto! Terá de vir ver o concerto para ver a catedral!” disse um deles “Mas eu não posso, tenho de ir embora!” disse eu. Então um dos senhores disse-me que me deixava ir até ao centro da igreja e voltar. Estávamos exatamente ao nível do início do altar. Fui e tirei 3 ou 4 fotos! Todas as cadeiras estavam voltadas para o novo órgão, (que é uma aquisição relativamente recente e de grande qualidade), no fundo da catedral. A catedral estava linda, mesmo voltada assim “ao contrario”! Tive uma imensa vontade de ficar para assistir ao concerto…

Não podendo ficar, tirei varias fotos a partir do mesmo sitio que o senhor me permitira alcançar!

Aquele teto é mesmo diferente e lindo!

E fui para casa que naquele dia era em Friburgo!

Fim do décimo nono dia de viagem!

10 – Passeando até à Suiça 2012 – Thonon-les- Bains, Genève

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5 de Agosto de 2012 – continuação

A ponta norte da Route des Hautes Alpes eu já conhecia por isso andei por ali a inventar pois há diversas possibilidades de ruas a escolher. Claro que eu escolho sempre as mais estreitas, menos concorridas e longe de tudo! Gostos!

Percorrer sem pressas estradinhas cheias de curvas que nos levam de terrinha em terrinha e de monte em monte é delicioso!

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Fui brincar um pouco pelo Col des Aravis que não tinha ninguém!

Mas havia muita humidade no ar e eu temi pela minha novíssima máquina fotográfica, por isso não tirei muitas fotos!

Andava por perto de Annecy e Megève, uma cidade ficava-me à esquerda e outra à direita! Ambas são bonitas mas decidi não ir a nenhuma! Eu queria mesmo chegar ao lago…

Há uns castelinhos por ali que são um encanto na paisagem e eu segui de um para outro.

O Chateau Fèodal D’Avulli é simplesmente delicioso, um castelinho do Sec XII que apetece fotografar até à exaustão!

Fica em Brenthonne e funciona como restaurante! A mim bastava-me olha-lo de todos os ângulos e fotografa-lo, já que visitar estava fora de questão.

Tem à entrada do seu jardim um par de guerreiros em topiária engraçados!

E é lindo!

Mais à frente ficava Thonon-les-Bains, onde eu passaria a noite e o castelo de Ripaille, onde viviam os Duques da Saboia.

Os domínios de Rippaille são um importante sítio histórico, que já esteve abandonado mas foi totalmente restaurado há 2 seculos e hoje é esta beleza de construção, com restaurante a funcionar e os domínios a visitar!

Mais à frente, um outro castelo encantador ainda, no Parc Municipal de Montjoux, o castelo de Montjoux, mesmo na beira do lago!

São lindos e adoráveis estes castelos por serem tão diferentes dos nossos e do que estamos habituados a ver por cá!

E segui até Genève, passando por Yvoire, aquela cidade encantadora na margem francesa do Lac Leman, porque passando perto não consigo deixar de lá entrar!

Esta pequena aldeia medieval fortificada está classificada como uma das aldeias mais bonitas de França e também no concurso promovido pelo pais para as aldeias e cidades mais floridas!

A verdade é que é tão florida, colorida e bonita que até parece irreal!

E tem também o seu castelinho!

O lago, que parece uma piscina de tão limpo, e os patinhos a embelezar o ambiente!

Tudo parece perfeito por ali! Só peca por ser um local muito visitado e estar sempre cheio de gente o que me tem sempre impedido de visitar o jardim dos 5 sentidos, que diz quem já visitou, é um miminho!

A primeira perspetiva que tive da aldeia, há muitos anos quando tinha chegado a Genève havia poucos dias, foi esta, a partir do ancoradouro, pois fui até lá num cruzeiro no lago. E tudo me pareceu irreal de tão belo! Hoje continuo a sentir o mesmo, cada vez que lá passo!

Foi em Yvoire, há muitos anos, que eu comprei o meu segundo chapéu, nesta chapelaria “Chapeaux à gogo” que quer dizer algo tipo “chapéus a granel”!

Pormenores giros que se encontram por lá, coisas que vou vendo, coisas que ainda não tenha visto!

Não falta onde deixar a motita por ali, com direito a tratamento vip!

Segui então para Genève…

É sempre aquela sensação voltar à cidade, as ruas, o trânsito, os pormenores cheios de sentido…

Fui visitar velhos amigos, velhos recantos da minha história…

O tempo estava a escurecer e a pôr-se negro, uma pena porque eu queria ver o pôr-do-sol no lago, com todo o encanto que já assistira tantas vezes…

Voltei ao “meu jardim” como faço sempre… gosto de terminar o dia ali, mesmo sem sol, mesmo com pingos de chuva, gosto!

Não voltaria a Genève durante esta viagem…

Fim do sétimo dia de viagem