15.Islândia-Ilhas Faroé-Noruega

– Subindo a costa leste –

14 de agosto de 2019

Aquela noite foi uma festa!

Começou pela montagem das tendas. Havia várias pessoas a tentar montar tendas debaixo do maior temporal. O vento era muito forte e os mochileiros tinham igloos altos demais para aquele vendaval. Juntaram-se vários a montar cada tenda, mas era difícil, quando tinham de colocar o oleado no chão, depois armar a estrutura e segura-la para aplicarem o interior de tenda e depois por cima prenderem a cobertura. Isto com a chuva a molhar tudo ao mesmo tempo. Percebia-se bem porque os islandeses aconselhavam usar tendas de uma peça só, tendas de alta montanha e estepes!

Eu escolhi o meu sítio e repeti a operação que fizera em Rekjavik. Arrastei primeiro todas as minhas tralhas para perto, estendi a tenda na terra negra e pousei tudo o que tinha em cima, para evitar que o vento a levasse. Preguei as argolas laterais da base com as estacas maiores, ergui a tenda com o grande aro e rapidamente preguei toda a tenda ao chão com as restantes, puxei a espias tanto quanto pude e pronto, estava a casa montada em pouco mais de 10 minutos. Sentei-me numa das minhas malas laterais e fiquei a olhar. Aquela gente ainda estava a lutar para montar uma tenda, e demorariam mais umas horas até terem todas montadas.

Mas mesmo depois de tudo montado era um pouco difícil entrar-se nas tendas que, com a força do vento, ficavam reduzidas a meias luas de pé, com os panos laterais a ficarem encostados, ameaçando levantar voo.

Ok, acho que vou apanhar com uma tenda em cima durante a noite!

O pior é que vários tinham as suas coisas molhadas, e molhar um saco cama grosso era passar uma noite gelada. Coitados. Ainda tentei ajudar e até emprestei a minha bomba elétrica para encherem os colchões, embora alguns nem um bom colchão tivessem! Foi uma das coisas que li antes de partir, naquela terra é bom ter-se um colchão de ar, que afaste o corpo do solo, ou o frio subirá durante a noite, gelando-o, como se estivesse deitado no verdadeiro gelo.

E sim, de noite duas tendas voaram, ficando presas como bandeiras, por uma ou duas estacas mais resitentes. A minha aguentou-se firme, como se nada tivesse acontecido!

De manhã o tempo estava calmo! Oh benção dos céus! Afinal a costa marota ir-me-ia deixar subir sem voar, até Eskifjörður!

A minha maior pena foi não ter podido carregar o telemóvel para poder tirar fotos àquela praia magnífica… perda imperdoável…!

Fiz alguns desenhos e passeei pela praia cheia de nostalgia. O meu tempo estava a esgotar-se e tudo o que eu queria era poder ficar mais uns dias…

Ainda pensei em dar umas voltas para dar tempo ao telemóvel carregar um pouco, na tomada de isqueiro, mas acabei por seguir. Tinha de confiar desta vez nas memórias que ficariam na minha mente, pois comecei a divertir-me com os caminhos que fiz e voltar para trás foi deixando de ser uma opção.

Alguns percursos fora da estrada alcatroada foram surgindo e, sem a ventania de todos os dias, foi uma alegria explora-los!

Tudo é tão facil sem a força do vento a empurrar-me em todas as direções! Que bom!

Dei comigo a conduzir como se estivesse no alcatrão, sem nem pensar que o fazia, tal era o alívio da ausência do vento!

Depois eu queria ir visitar o desfiladeiro de Fjaðrárgljúfur. era um dos pontos que eu queria muito ver e precisava de tempo para isso!

A aproximação é muito bonita, com árvores e rio e tudo. Mas então percebi que a estrada estava cortada e não se podia passar para a frente! OH! Teria de caminhar e eu sabia que era bastante longe. Fiquei inconsolável…

Tentei saber o que se passava e não havia hipótese de moto ou carro passar, estavam a compor uma ponte de madeira mais à frente. Parei ali, sem saber o que fazer, precisamente quando a estrada era tão boa que eu não poderia imaginar que não se pudesse passar mais adiante!

São momentos como este que me fazem fazer promessas a mim mesma, pormessas de voltar….

A paisagem ali era tão bonita que dava para imaginar como seria uns quilómetros mais à frente! Por outro lado eu sabia que, desde que Justin Bieber lá tinha estado, os visitantes e fans tinham começado a estragar um bocado os caminhos e locais, para tirarem as fotos mais impressionantes para o Instagram… como eu odeio essas merdas….

E pensar que eu poderia ter ficado mais um pouco em Vik, deixar o telemovel carregar e tirar umas fotos fantásticas…

Não sou pessoa de choramingar muito, mesmo quando fico muito frustrada, por isso segui viagem e pronto, da próxima vez que cá vier tenho de vir preparada para caminhar tanto quanto for preciso para ir até ao Canion, garantido!

Arranjei um sitio muito fixe para tomar um sumo e comer um pão de ontem, tudo é melhor do que passar fome!

E fui descontar a frustração fora da estrada!

Não foi nenhuma aventura extraordinária, mas foi muito fixe!

A vida ensinou-me que aquilo que nos assusta quando é novidade, torna-se normal com a continuação e o receio reduz bastante, por isso, desde qua a moto não derrapasse muito eu seguia calmamente por todo o caminho!

Não havia vivalma em lado nenhum, as pessoas que eu encontrara em alguns sítios deviam evaporar-se pois na estrada era o vazio e eu!

E no entanto soubera que uns otários tinham saído da estrada, para tirar fotos em sítios nunca antes pisados para o Instagram e atolaram o carro alugado. Não há ninguém em lado nenhum, mas as autoridades logo apareceram e os influenciadores foram fortemente penalizados com multa e ordem de abandonar o país!

Porque não basta às pessoas ver o que está na frente dos seus olhos, sem terem de perturbar a natureza com a sua estupidez?

Afinal a gente para onde quer, por quanto tempo quer, pode caminhar, explorar, até pode sair da estrada com veículos próprios em sítios marcados. Porque tem a foto tirada lá mais ao fundo de ser mais interessante do que a tirada aqui?

Eu podia não conseguir ver as coisas todas que queria, mas ia-me divertindo à brava!

Sai-se da estrada e volta-se a entrar mais à frente, não falta onde pôr as rodas!

A sensação era de que tudo estava ao meu dispor, como se passeasse numa paisagem só minha!

Mas há sítios onde nem é bom pensar em andar. Mesmo que a vegetação possa parecer insignificante, é intocável. Se a gente se atrever a saír por ali fora, vai-se meter em problemas!

Mais à frente já é permitido explorar em redor. Longos caminhos em cascalho são uma aventura fascinante, sem que se perceba muito bem que distancias estamos a percorrer, porque ali tudo parece perto e longe ao mesmo tempo, como se a paisagem se afastasse ao nosso avanço!

Os caminhos são visíveis mas depois tornam-se longos e longínquos à medida que avançamos e não há atalhos, vai-se até ao fim, faz-se a curva pelo deserto e segue-se por ele até ao fim, que normalmente é a estrada mais à frente, depois de uns quilómetros de aventura no meio de nada!

E embora os glaciares pareçam alcançáveis, eles estão mais longe do que parecem, muitas vezes.

Mas consegue-se uma boa aproximação em alguns trilhos se a gente arriscar!

Os glaciares vão-se tornando mais frequentes e mais próximos à medida que se vai avançando e isso alegrava-me pois eu procurava do chamado Glaciar Rei da Europa!

Muito do que se vê pelo caminho faz parte dele, dizem que só na Gronelândia e na Antártida se encontram glaciares comparáveis a ele! O Vatnajökull é a maior superfície de gelo da Islândia e da Europa, podia ver pontas dele a todo o momento!

A fascinação fazia-me saborear cada quilómetro do caminho, como se me aproximasse pouco a pouco de uma grande entidade!

Fiquei feliz por fazer uma aproximação de baixo para cima. Se eu tivesse feito a volta à ilha ao contrário, teria passado ali debaixo do maior temporal, de chuva e vento, teria visto estes caminhos primeiro e seria como um anticlímax!

Assim eu ia subindo calmamente, com vento moderado, algumas pingas aqui ou ali, mas nada que me impedisse de apreciar em pleno aquela aproximação.

Glaciares, neve, gelo, sempre me fascinam de uma forma que não consigo explicar. E ali, eles são diferentes dos que eu vira até então nos Pirenéus ou nos Alpes.

Eles não são altos e bicudos, nem muito altos, parecem rasos, como se o grande glaciar derramasse seu gelo em extensão até quase à estrada! Fascinante! Como eu gostaria de um dia voltar ali e caminhar até ao glaciar, caminhar sobre ele, por os pés no gelo que dá afinal o nome à terra do gelo…

Então começaram a aparecer aquilo que eu chamei de dunas! Como muros ao lado da estrada que iam tapando a montanha e o gelo.

E eu previ o que estava por trás. Parei a moto e subi, para espretitar se a minha suposição estaria certa… e lá estava o Jökulsárlón, o lago dos icebergs!

Eu sabia que ele teria sempre os seu icebergs flutuando por ele, mas temia que o verão os tivesse reduzido a nada…

Dali eu podia ver os pedacinhos de gelo, como farrapos de esferovite, boiando, uma perspetiva encantadora, mas tinha de haver mais e maiores junto do ponto onde o glaciar chega ao lago… eu esperava que sim…

Mas ver o lago numa perspetiva que não atrai dezenas de turista, já era uma grande satisfação para mim, como se um pequeno segredo se desvendasse apenas para mim, quase em privado!

Vamos procurar então os grandes icebergs! Recordo que o meu coração estava acelerado de expectativa!

E sim, logo a seguir às ditas dunas, lá estavam eles!

“Cada pessoa tem os seus sonhos e um dos meus era ver os icebergs! O gelo e o frio sempre me fascinaram e estar tão perto de um glaciar, que solta seus pedaços de gelo, é como estar junto de um vulcão, uma grande caverna, perto do coração da terra! Sentei-me na berma do lago Jökulsárlón e fiquei quieta, como se o tempo parasse para mim e o silêncio fosse absoluto. Sempre vivo cada sitio como se não fosse voltar a vê-lo, mas regresso a casa prometendo a mim mesma voltar, porque estas sensações são vida, que não pode ser apenas eternamente relembrada…” (Passeando pela Vida – a Página)

Havia uma sensação de euforia dentro de mim, que me fazia acelerar o coração! Fiquei muda e quieta olhando e fiz um rápido esboço da primeira sensação que ficou na minha retina.

Eram tantos os monstros de gelo, muitos mais e maiores do que eu esperava encontrar! WoW

Havia uma lancha que levava pessoas para os verem de perto, mas nem tive o raciocínio ou a vontade de me juntar! De alguma forma sentia que arrebanhar-me com os turistas iria estragar a atmosfera de encantamento que preenchia o meu coração!

“Por muito que eu tivesse investigado sobre o Jökulsárlón, chegar perto foi toda uma surpresa! Eu vinha vendo o glaciar desde longe e, ali pertinho, eu podia ver a ponta dos icebergues por cima daquela espécie de dunas que separam o lago da rua. Mas ao passar a ponte que une o lago ao mar, tudo se revelou de repente. Pousei a moto e aproximei-me. Fiquei surpreendida por ver cabeças a emergirem das águas, enquanto um ou dois barcos passeavam por ali. Não estava muito frio, mas não estava seguramente temperatura para tanta gente se aventurar a mergulhar. ainda por cima não davam braçadas como quem nada, apenas mergulhavam e voltavam à superfície. O glaciar e o gelo flutuante fascinaram-me de tal maneira, que só muito depois de estar a olhar deslumbrada percebi que não eram pessoas que mergulhavam! Aquelas cabeças que apareciam e desapreciam, e eram bastantes, eram focas que brincavam na água! O lago era como um parque de lazer para focas brincalhonas. Momento lindo e inesquecível!” (in Passeando pela Vida – a Página)

E estava tudo tão perto da margem, como se a água não tivesse espaço para se tornar suficientemente profunda e gente pudesse caminhar até lá e tocar!

Fiz mais um ou dois esboços, até me render e ficar simplemente ajoelhada na areia negra a olhar…

Não sei quanto tempo fiquei ali a olha até decidir ir até à praia dos cristai. Ela fica do outro lado da estrada, mas mesmo assim levei a moto. Tudo o que parece perto é, na realidade, longe e eu não queria andar pela estrada a caminhar para lá e para cá.

Eu preparara-me mentalmente para não encontrar cristal algum. Afinal os cristais são pedaços de gelo que se soltam e são evados pelas vagas até à areia. Ora o tempo estava fresco, mas não tão frio que consevasse durante muito tempo gelo que flutua em pequenos pedaços…

E lá estavam eles, poucos, mas os suficientes para me encantarem!

Como pedaços de vidro, desgastados e esculpidos pelo mar, as pedrinhas de gelo misturavam-se com as pedras cinzentas da areia…

Havia gente procurando-os mais além, mas eu não precisava de mais, precisava de ficar sozinha com os meu pequeno tesouro gelado…

Tinha de ver de perto como eram aqueles cristais.

Nunca vira nada assim. Eram irregulares, como se fossem um aglomerado de pequenos cristai pontegudos, num cristal só!

“O meu verão foi feito de inverno, passeando cheia de roupa como nem agora, no nosso inverno a chegar, visto! Toda a roupa que eu trazia vestida, com o fato de chuva por cima, permitia-me caminhar e sentar em qualquer lugar, e eu sentei-me na areia negra vivendo um momento único para mim, vendo as vagas irem e virem levando consigo cristais enormes de gelo, impressionantes! Não eram lisos, como os cubos de gelo dos nossos congeladores, eram muito mais trabalhados, em superfícies irregulares e reluzentes de mil reflexos, como mil cristais num só. Um momento inesquecível na minha memória…” (in Passeando pela Vida – a Página)

Tive de me forçar a sair dali! Credo, estava cheia de fome! Já era tarde, eu tinha de procurar comida e ainda me faltavam mais de 300 quilómetros até ao meu destino

Há sempre onde comer, mais atrás ou mais à frente, basta seguir a estrada.

Encontrei um sitio muito acolhedor, onde me trataram com muita simpatia e me mataram a fome.

Não importava quantos quilometros faltassem, nem se eram 4 horas da tarde, importava que eu tinha de viver cada coisa como se fosse a ultima que viveria naquele país, porque não faltava muito tempo para eu ir embora…

Café, muito café tomei naquela viagem, a forma mais facil de me aquecer e me manter alerta!

Turistas tinham-me contado como fora assustador descer a estrada dias antes de autocarro, com muito vento e carros que apareciam quase em sentido contrário ao contornar a costa. Ouvi-os com atenção, mas fiquei surpreendida, eu não imaginava a estrada da costa tão estreita assim, que fizesse os carros aparecerem em sentido contrário, nem imaginava como eles poderiam “aparecer” pois eu achava que a estrada era aberta e ampla e pouco elevada em relação ao mar! Mas eles tinham-na feito e eu ainda não, por isso tentei imaginar como sería… até chegar lá e constatar que a estrada era exatamente como eu a imaginara!

Linda, larga e ao nivel do mar!

O mar parecia um lago quieto! Um espelho de água sem nada que o perturbasse!

É por ali que o vento levanta areia e pedras negras da praia e as projeta, contra tudo e contra todos, partindo os vidros dos carros e martelando a sua chaparia. Eu vira Jeeps todos marcados com inúmeras pequenas covas em todo o seu corpo, como se tivessem sido metralhados em todas as direções!

A minha sorte tinha-se reservado para aquela subida, justamente quando eu precisava que o vento acalmasse… ele acalmou mesmo!

Até na Islândia os motociclistas se entusiasmam com a história de colar autocolantes nas tabuletas… enfim!

Aquela costa é simplesmente maravilhosa a meus olhos!

Com as praias de areia negra a confundirem-se com o negro da falésia que se lhe junta!

E o monte parece que vai desfazer-se, como um monte de areia, por ali abaixo!

Aquela é, sem dúvida, uma das estradas mais fascinantes que eu fiz até ali, e eu já fiz muita estrada fascinante na minha vida!

“Acho que os turistas que viajam de autocarro não têm muita noção de como é percorrer um caminho, pelo menos na Islândia não! Quando em Reykjavik falei que iria subir até Seyðisfjörður, varias pessoas esforçaram-se por me avisar e explicar que a costa era montanhosa, que a estrada contornava a costa e que se apanhavam carros meio em contra-mão, por isso era um percurso perigoso… Eu não tinha essa ideia, mas como eles já tinham ido até lá, achei que teria de ter cuidado, imaginei a encosta em fiord, com a estrada escavada na berma da escarpa, estreita e ziguezagueante, pois só assim poderia acontecer de os carros virem fora de mão! Mas afinal tudo era tão diferente do que elas me diziam e tão mais parecido com a minha primeira ideia! As paisagens eram quase surreais, com a montanha a parecer um monte de areia que escorregou até às praias negras e uma estrada larga, fascinante e solitária, onde não parecia andar mais ninguém para além de mim, por mais de 400 quilómetros! Onde foi aquela gente buscar a imagem que me transmitiu?” (in passeando pela Vida – a Página)

Então, pimba, deparei com mais um sinal que me obrigava a sair da estrada e aderir ao todo-o-terreno!

Nada demais nisso se não fosse o estado do caminho, com gravilha solta e revolta, a forma abrupta como ele subia, com marcas profundas de erosão, e as nuvens negras que se amontoavam naquela direção!

A coisa complicou-se à medida que eu subia, porque, não bastando a gravilha solta e a erosão do caminho, as nuvens que eu vira lá em baixo não eram de chuva e sim de nevoeiro. E que nevoeiro! Não se via nadinha! Eu nem conseguia perceber se a rua curvava ou era a direito, pois não tinha marcação e era negra, por isso eu só via a mancha negra por todo o lado, abaixo de mim e cinza acima de mim!

No meio daquele nevoeiro todo havia um ou dois carros parados, de que me consegui desviar no último momento, pois eram invisíveis a menos de 2 ou 3 metros de distância. Chineses pularam aos magotes quando eu passei, pregando-me o maior suto. Aparentemente ficaram entusiasmados por ver uma moto passar… eu acho! Porque se era para me pedirem ajuda, eu nem parei! E um jeep apareceu atrás de mim, sei lá de onde, e seguiu por todo o caminho de neveiro sem me ultrapassar. Oh homem, passa para a frente para eu te seguir! Mas ele nunca o fez, acho que eu fui a fazer de farol para ele. Merda!

Então, de repente, tudo ficou para trás e eu saí do nevoeiro serrado para o sol! Este país tem o clima mais marado que eu conheço!

“Um bom pedaço da N1 – a Ring Road – está fechada….
Passei por tudo para chegar aqui!
Primeiro fizeram-me desviar por uma ruela de terra batida e gravilha, pensando eu que era só um bocado, como já aconteceu noutros pontos do país… mas foram dezenas de quilómetros!
Subi ao monte, cheia de medo que a moto derrapasse, pois era a pique, depois foi sempre a ziguezaguear, subindo subindo, e quando parecia que não podia piorar, cheguei às nuvens e ao nevoeiro e começou a chover!
50 e tal quirómetros depois encontrei o sol e fiz esta foto, enquanto finalmente respirava descansada…” (in facebook)

Sol e céu azul, quem diria que do outro lado do monte o mundo era tão colorido!

O prazer que foi percorrer aquele vale verdejante e solarengo!

Quando o desvio me fez percorrer mais 50 quilómetros que o previsto…

O meu destino estava para lá da fileira de montes à minha direita. Tinha noção que estava a andar para a frente para depois andar para trás!

Mas que importava! Importava que a paisagem era deliciosamente serena e cativante!

E lá estava o mar, mesmo em frente à minha casa por aquela noite!

“Hoje a minha casa é aqui, a minha Scarlet já fez duas amigas e somos três a embarcar amanhã, eles para a Dinamarca e eu para as Ilhas Faroé! Por isso não chamem ainda regresso à minha epopeia pois ela vai continuar” (in Facebook)

Tive direito a ancoradouro privado, com mesas e cadeiras e tudo, para poder apreciar o anoitecer!

E anoiteceu, com as luzes de Eskifjörður a brilharem ao fundo. É uma ciidade piscatória e podia-se ver um barco que saia para a pesca.

A montanda de Holmatindur fica mesmo em frente à minha casa e eu vi-a desparecer no novoeiro, que me devia ter seguido e acabava de chegar! O barco que saira para pescar, ao que percebi, pescaria por ali mesmo, pois não foi mais longe.

E aquela era a minha ultima noite na Islândia…

Tanta coisa que eu deixei para ver, que voltava a dar a volta áquilo tudo se pudesse! A minha alegria é que ainda teria muita coisa para descobrir nas Ilhas Faroé!

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2 thoughts on “15.Islândia-Ilhas Faroé-Noruega

  1. Cada capítulo uma aventura Se fosse para aí com a minha moto não percorria nem metade da Islândia ☺️ Muito bom 😉

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