17 de Agosto de 2012 – continuação da continuação
O Moléson é um monte escarpado que atinge os 2002 metros de altitude e que pertence aos Rochers de Naye que eu visitei quando subi pela encosta em Montreux!
Existe um funicular que faz a primeira parte da subida e um teleférico que faz o topo.
Aquelas encostas, como muitas outras pelo país, são exploradas pelo turismo de inverno com ski alpino, ski de fond e caminhada com raquetes; e pelo turismo de verão com caminhadas, alpinismo e parapente.
Subir no funicular é uma experiência muito bonita, como em muitos outros nos Alpes, porque percorre a montanha serpenteando e revelando pouco a pouco diversas perspetivas da paisagem.
O vale de Gruyères vai ficando para baixo, permitindo ver-se ao longe o lago com o mesmo nome. Um lindo lago artificial provocado por uma barragem.
Ao chegarmos ao fim do funicular, subimos 1.109 metros, depois temos de apanhar o teleférico para subir aos 1.520 metros! E aí já vemos o Moléson, um enorme rochedo proeminente e impressionante!
Ali de cima o vale já é bem distante e pequeno!
Sentimo-nos no topo do mundo e a colina do castelo, lá em baixo, é quase imperceptível!
Lá está o lago ao longe.
Ali de cima, até o que está em cima parece baixo!
E os Alpes estão por todo o lado!
Olhando para sul, por cima dos montes onde alguns parapentes animam a paisagem, a longa mancha branca provocada pelo Lac Leman!
Afinal estamos num ponto alto a poucos quilómetros, a direito, de Lausanne e Montreux!
A sensação de estar-se ali, com uma cerveja fresca na mão e uma paisagem de cortar a respiração… é inesquecível!
Lá tive de me forçar a descer dali, horas depois, depois de muito paleio com alguns caminhantes que se foram sentando perto de mim!
É curioso ver o trilho do funicular pela encosta abaixo, numa paisagem perfeita!
Voltei a passar perto da colina do castelo, para me dirigir para o Lac Leman mais uma vez nesta viagem.
É sempre tão reconfortante passear pelas margens daquele lago!
E fui até Montreux!
Porque estava perto e porque tinha prometido ao meu amigo Rui Vieira tirar uma foto com a minha Magnífica junto da estátua de Freddie Mercury.
Quando lá cheguei havia feira no local! Feira de venda de coisas e feira de gente em volta da estátua do homem!
Bolas, como iria eu fazer para levar a moto até ali com todo aquele povo?
Muito simples! Há um fator que nos permite fazer qualquer coisa sem que ninguém reaja: o fator surpresa!
Por isso fui buscar a moto, subi o passeio, atravessei toda a zona pedonal por entre tendas e povo que me olhava espantado e levei a Magnífica até onde quis!
Freddie Mercury passou em Montreux os seus últimos tempos de vida, onde gravou até morrer…
Diz a placa por baixo da escultura, (numa tradução direta e básica, sem floreios):
“Freddie Mercury, nasceu com o nome de Farrokh Bulsara na ilha africada de Zanzibar, tornou-se um dos maiores artistas de rock da nossa época. A sua carreira de cantor, durante vinte anos, no seio do grupo Queen permitiu-lhe vender mais de 150 milhões de álbuns no mundo inteiro. Visionário, musico fora do comum, ele deixa para trás de si uma herança inestimável assim como uma enorme influencia para as gerações de artistas rock posteriores.
Graças aos Mountein Recordin Studios, adquiridos pelo grupo Queen em 1978, Freddie soube criar até à sua morta, laços muito fortes com a cidade de Montreux.
Apreciador da simpatia e da discrição dos seus habitantes, Freddie considerava Montreux como o seu lar adotivo e um refúgio de paz propício à elaboração das suas últimas obras.”
E ainda aproveitando o tal fator surpresa, tirei as fotos que quis, dando-me até ao cuidado de mudar a motita de posição! Só não a pus em frente à estátua porque aí existe um passadiço de madeira desnivelado e não era mesmo nada aconselhável arriscar a desce-lo com a moto, senão…
Quase em frente da estátua fica uma plataforma circular onde as pessoas aproveitavam para fazer praia e banhar-se no lago a partir dali. Muito interessante!
E pronto, estava cumprida a promessa da foto por isso pus-me a passear por ali. Não me apetecia visitar a cidade, apenas curtir o lago, que o calor era demasiado!
E tratei de seguir caminho, pois com muito calor prefiro andar de moto que a pé! Segui pela margem do lago até Lausanne, logo ali a menos de 30 km.
A cidade estava cheia de gente e de movimento e de calor! Também não me apetecia visita-la de novo já que a tenho visitado em viagens recentes! Mas havia ali algo que eu queria ver: a catedral!
A Cathédrale protestante Notre-Dame de Lausanne é uma construção espantosa do séc. XIII que esteve recentemente em obras de restauro durante muito tempo!
A última vez que a visitei ela estava em obras de recuperação. É um exemplar lindíssimo de arquitetura românica já com elementos góticos, pois foi construída em várias fases! No séc. XVI foi dedicada ao Calvinismo aquando da Reforma Protestante!
Quando fui visita-la, era tarde, deveria estar fechada… mas fui na mesma! Havia uma porta lateral aberta, espreitei, estavam dois homens lá dentro. Perguntei se podia visitar a catedral. “Está fechada menina, só está aberta para quem vem assistir ao concerto! Terá de vir ver o concerto para ver a catedral!” disse um deles “Mas eu não posso, tenho de ir embora!” disse eu. Então um dos senhores disse-me que me deixava ir até ao centro da igreja e voltar. Estávamos exatamente ao nível do início do altar. Fui e tirei 3 ou 4 fotos! Todas as cadeiras estavam voltadas para o novo órgão, (que é uma aquisição relativamente recente e de grande qualidade), no fundo da catedral. A catedral estava linda, mesmo voltada assim “ao contrario”! Tive uma imensa vontade de ficar para assistir ao concerto…
Não podendo ficar, tirei varias fotos a partir do mesmo sitio que o senhor me permitira alcançar!
Aquele teto é mesmo diferente e lindo!
E fui para casa que naquele dia era em Friburgo!
Fim do décimo nono dia de viagem!
Ai Montreaux… mais uma crónica PERFEITA!
Olá Gracinda!
Belíssimas fotografias!! 🙂
Obrigada!
Beijinho
um dia deveras fantástico!!!
you know, your blog is very well written, very close to life