11. Passeando pelos Balcãs… – A bela Bled…

7 de agosto de 2013

Desde que passei por Bled a primeira vez que eu tenho vontade de voltar! Há algo de irreal na sua beleza que nos faz sentir a viver num conto de fadas ou num postal ilustrado de agência de viagens, daqueles que a gente sabe que são apenas para turista ver, pois beleza tal só pode ser falsa…

Mas tudo é real por ali e tudo é encantador também! Depois a acrescentar a toda a beleza havia uma brisa fresca e o lago que parece nunca aquecer seja qual for a temperatura ambiente no seu exterior!

Naquele dia acordei obcecada com a vontade de mergulhar no lago, por isso sai de casa já com o fato de banho vestido. À primeira oportunidade eu iria meter-me na água, isso era certinho!

Tinha pensado em casa num percurso a fazer pelas montanhas ali perto mas, ao sair para a rua a ideia não me inspirou minimamente! Tinha sofrido bastante com o calor dos últimos dias e aquele prometia aquecer também, logo ir para longe da água estava fora de questão. Parece que quando a gente anda perto de um rio ou de um lago o calor não é tão agressivo, por isso não sairia dali de perto e fui passear para o lago!

Chegar ao lago pela manhã, foi a imagem da frescura e do paraíso para a minha mente!

Pousei a moto e fui passear pela fresca, apreciar o castelinho de longe. Não iria visita-lo, embora ele seja muito bonito e o mais antigo do país, porque já o visitei noutra altura e queria apenas aprecia-lo no enquadramento lindíssimo em que fica!

Encontrei um pintor que tinha o seu estaminé montado à sombra das árvores e pintava uns postaizinhos muito coloridos em aguarela para vender. Ainda me pus ali no paleio com ele e desenhei e pintei um pouco também. As minhas aguarelas são bem menos coloridas que as dele, por isso mais próximas das cores reais e houve quem passasse e me quisesse comprar duas das que fiz ali! Eheheh

“Não, não são para vender!” repetia eu enquanto as pessoas insistiam que as minhas eram mais bonitas que as do homem.

“Fique aqui hoje comigo a pintar para eu ver como faz!” insistia ele.

“Nem pensar, estou a passear e desenho pelo prazer, não para ensinar ou por obrigação!”

Deixei-o tirar fotos aos meus desenhos e fui embora, que tinha muita coisa para ver por ali!

Não se pode ficar indiferente, a paisagem é mesmo inspiradora! A ilha natural vê-se muito bem dali com a Igreja e Santuário da Assunção de Maria, do séc. XV a encima-la.

Pus-me a olhar bem para a ilha e para a sua escadaria até ao santuário. Dizem que tem 99 degraus… pode-se ir até lá de barco, mas eu não tinha a certeza se queria subir todos aqueles degraus debaixo do calor que se preparava para chegar…

Passear pela borda do lago é tão agradável e encantador que só apetece continuar calmamente e fotografar a cada 2 passos que se dá! E nunca se dá conta se está muito ou pouco calor pois a sobra é sempre fresca!

Só ao voltar à moto, e ao sair debaixo das árvores, é que me apercebi que o calor já tinha voltado! O termómetro da moto, que estava ao sol, apontava já 38º!!!

Eu bem tinha razão que não era coisa boa ir passear para a montanha! Por isso fui mas é visitar as Vintgar Gorge ou Soteska Vintgar, um desfiladeiro deslumbrante ali mesmo perto da cidade, com as águas mais puras e frescas que se possa imaginar!

Este desfiladeiro foi descoberto no final do séc. XIX e desde então que foram criadas condições para que ele possa ser visitado, com passadiços de madeira, renovados ao longo dos tempos, até hoje!

Dizem que aquelas águas são das mais puras da Europa!

São 1600m desta paisagem e desta frescura! Se fosse 3 vezes maior a distancia, ninguém se queixaria, pois é simplesmente delicioso passear por ali!

Então chega-se à outra ponta e tem lá um bar com gelados e cerveja para a completar todo o prazer do caminho!

É em momentos destes que eu sinto que o paraíso existe e é cá na terra mesmo!

Então volta-se para trás pelo mesmo caminho, que visto ao contrario e com o sol noutro angulo, parece renovado!

Há uma represa que torna o quadro mais perfeito e doseia o curso das águas!

E mesmo ali “dentro” com toda aquela sombra, o calor começava a querer entrar! A água chamava mesmo para lhe enfiar os pés dentro, e foi o que fiz! Mergulhei os pés e o corpo todo!
A água era incrivelmente fria!

Dizem que aquela agua é tão fresca e pura, que se pode beber direta do rio! O banho, na realidade não foi refrescante, foi gelado mesmo! Que sensação de contacto com o coração da terra mais inesquecível! Quando voltei ao trilho continuei gelada por muito tempo, agradavelmente fresca e cheia de vida…

Mal saí da sombra do desfiladeiro o calor estava todo à minha espera cá fora!

Peguei na moto e fui passear um pouco, mas à medida que o efeito refrescante do banho ia passando, eu ia recuperando a vontade de me voltar a enfiar na água! E foi o que fiz, fui pousar a moto junto ao lago e ali passei o resto da tarde, entre sombra e sol, mergulhos e longas braçadas a nado! Que bela é a vida assim!

A gente chegava-se um pouco para o sol e o calor era escaldante, chegava-se um pouco para a sombra e quase tinha frio! Curiosa a diferença de temperatura entre sombra e sol!

Acho que aquele foi o recanto do mundo onde eu nadei com melhor paisagem!

A água é límpida e tão fria que parecia impossível que todo aquele calorão existisse mesmo, quando a gente estava enfiada nela!

Eu bem digo que o paraíso existe!

Terminei a tarde acompanhada de uma belíssima cerveja, a apreciar os encantos do lago, com o castelinho medieval lá em cima do penhasco a completar o quadro irreal!

Depois fui passear um pouco, descalça pela relva e pelos passadiços de madeira, porque há vontades que não posso negar a mim própria e porque o momento assim me inspirava, para viver um pôr-do-sol lindíssimo digno das mais belas sombras chinesas do conto de fadas mais encantador!

E foi o fim do 9º dia de viagem!

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33 – Passeando até à Suiça 2012 – Le mont Moléson, Freddie Mercury e Lausanne

17 de Agosto de 2012 – continuação da continuação

O Moléson é um monte escarpado que atinge os 2002 metros de altitude e que pertence aos Rochers de Naye que eu visitei quando subi pela encosta em Montreux!

Existe um funicular que faz a primeira parte da subida e um teleférico que faz o topo.

Aquelas encostas, como muitas outras pelo país, são exploradas pelo turismo de inverno com ski alpino, ski de fond e caminhada com raquetes; e pelo turismo de verão com caminhadas, alpinismo e parapente.

Subir no funicular é uma experiência muito bonita, como em muitos outros nos Alpes, porque percorre a montanha serpenteando e revelando pouco a pouco diversas perspetivas da paisagem.

O vale de Gruyères vai ficando para baixo, permitindo ver-se ao longe o lago com o mesmo nome. Um lindo lago artificial provocado por uma barragem.

Ao chegarmos ao fim do funicular, subimos 1.109 metros, depois temos de apanhar o teleférico para subir aos 1.520 metros! E aí já vemos o Moléson, um enorme rochedo proeminente e impressionante!

Ali de cima o vale já é bem distante e pequeno!

Sentimo-nos no topo do mundo e a colina do castelo, lá em baixo, é quase imperceptível!

Lá está o lago ao longe.

Ali de cima, até o que está em cima parece baixo!

E os Alpes estão por todo o lado!

Olhando para sul, por cima dos montes onde alguns parapentes animam a paisagem, a longa mancha branca provocada pelo Lac Leman!

Afinal estamos num ponto alto a poucos quilómetros, a direito, de Lausanne e Montreux!

A sensação de estar-se ali, com uma cerveja fresca na mão e uma paisagem de cortar a respiração… é inesquecível!

Lá tive de me forçar a descer dali, horas depois, depois de muito paleio com alguns caminhantes que se foram sentando perto de mim!

É curioso ver o trilho do funicular pela encosta abaixo, numa paisagem perfeita!

Voltei a passar perto da colina do castelo, para me dirigir para o Lac Leman mais uma vez nesta viagem.

É sempre tão reconfortante passear pelas margens daquele lago!

E fui até Montreux!

Porque estava perto e porque tinha prometido ao meu amigo Rui Vieira tirar uma foto com a minha Magnífica junto da estátua de Freddie Mercury.

Quando lá cheguei havia feira no local! Feira de venda de coisas e feira de gente em volta da estátua do homem!

Bolas, como iria eu fazer para levar a moto até ali com todo aquele povo?

Muito simples! Há um fator que nos permite fazer qualquer coisa sem que ninguém reaja: o fator surpresa!

Por isso fui buscar a moto, subi o passeio, atravessei toda a zona pedonal por entre tendas e povo que me olhava espantado e levei a Magnífica até onde quis!

Freddie Mercury passou em Montreux os seus últimos tempos de vida, onde gravou até morrer…

Diz a placa por baixo da escultura, (numa tradução direta e básica, sem floreios):

“Freddie Mercury, nasceu com o nome de Farrokh Bulsara na ilha africada de Zanzibar, tornou-se um dos maiores artistas de rock da nossa época. A sua carreira de cantor, durante vinte anos, no seio do grupo Queen permitiu-lhe vender mais de 150 milhões de álbuns no mundo inteiro. Visionário, musico fora do comum, ele deixa para trás de si uma herança inestimável assim como uma enorme influencia para as gerações de artistas rock posteriores.

Graças aos Mountein Recordin Studios, adquiridos pelo grupo Queen em 1978, Freddie soube criar até à sua morta, laços muito fortes com a cidade de Montreux.

Apreciador da simpatia e da discrição dos seus habitantes, Freddie considerava Montreux como o seu lar adotivo e um refúgio de paz propício à elaboração das suas últimas obras.”

E ainda aproveitando o tal fator surpresa, tirei as fotos que quis, dando-me até ao cuidado de mudar a motita de posição! Só não a pus em frente à estátua porque aí existe um passadiço de madeira desnivelado e não era mesmo nada aconselhável arriscar a desce-lo com a moto, senão…

Quase em frente da estátua fica uma plataforma circular onde as pessoas aproveitavam para fazer praia e banhar-se no lago a partir dali. Muito interessante!

E pronto, estava cumprida a promessa da foto por isso pus-me a passear por ali. Não me apetecia visitar a cidade, apenas curtir o lago, que o calor era demasiado!

E tratei de seguir caminho, pois com muito calor prefiro andar de moto que a pé! Segui pela margem do lago até Lausanne, logo ali a menos de 30 km.

A cidade estava cheia de gente e de movimento e de calor! Também não me apetecia visita-la de novo já que a tenho visitado em viagens recentes! Mas havia ali algo que eu queria ver: a catedral!

A Cathédrale protestante Notre-Dame de Lausanne é uma construção espantosa do séc. XIII que esteve recentemente em obras de restauro durante muito tempo!

A última vez que a visitei ela estava em obras de recuperação. É um exemplar lindíssimo de arquitetura românica já com elementos góticos, pois foi construída em várias fases! No séc. XVI foi dedicada ao Calvinismo aquando da Reforma Protestante!

Quando fui visita-la, era tarde, deveria estar fechada… mas fui na mesma! Havia uma porta lateral aberta, espreitei, estavam dois homens lá dentro. Perguntei se podia visitar a catedral. “Está fechada menina, só está aberta para quem vem assistir ao concerto! Terá de vir ver o concerto para ver a catedral!” disse um deles “Mas eu não posso, tenho de ir embora!” disse eu. Então um dos senhores disse-me que me deixava ir até ao centro da igreja e voltar. Estávamos exatamente ao nível do início do altar. Fui e tirei 3 ou 4 fotos! Todas as cadeiras estavam voltadas para o novo órgão, (que é uma aquisição relativamente recente e de grande qualidade), no fundo da catedral. A catedral estava linda, mesmo voltada assim “ao contrario”! Tive uma imensa vontade de ficar para assistir ao concerto…

Não podendo ficar, tirei varias fotos a partir do mesmo sitio que o senhor me permitira alcançar!

Aquele teto é mesmo diferente e lindo!

E fui para casa que naquele dia era em Friburgo!

Fim do décimo nono dia de viagem!

28 – Passeando até à Suiça 2012 – O Mont Pilatus, Burgdorf e Biel…

16 de Agosto de 2012

Estava na hora de seguir para Friburgo e fi-lo desenhando um caracol no mapa! É que Friburgo fica logo ali e não teria qualquer piada arrancar direta para lá, com tanta coisa bonita para ver na redondeza! Aliás, as minhas dormidas são marcadas sempre em pontos estratégicos e nunca é por acaso que eu marco 2 num espaço de apenas cento e tal quilómetros!

Não me interessava passar por Bern, pois nos últimos anos tenho lá “passado a vida” e outros dias virão em que terei vontade de lá passar de novo!

Quando cheguei cá abaixo a minha Magnífica tinha feito amizade com uma Suzuki toda desportiva, eu bem lhe disse que nunca se metesse com motos desportivas pois nunca teria pedal para elas, mas ela esquecia-se por vezes que era uma maratonista e não uma R!

Ok, convenhamos que foi a R ZSX que se meteu com ela, pois estava mascarada e tudo quando cheguei lá fora, com uma cobertura preta, a trabalhar para o mistério!

Achei piada à moto com as “orelhas” recolhidas, fez-me lembrar a minha gata que punha as orelhas para trás quando ia fazer uma asneira!

O dono também meteu conversa comigo, era um rapazola simpático que ficou curioso por a Magnífica ser de uma mulher! Ele estava a viver em Genève e tinha ido dar uma volta até Lucerne. Mais tarde comunicou comigo através do meu blogue, um tipo simpático!

Antes de me ir embora dali, não resisti em subir de novo o Mont Pilatus! Eu sabia que se calhar nada se veria lá de cima, mas não resisti em passar, porque por vezes o tempo chuvoso reserva-nos surpresas nas montanhas, proporcionando perspetivas e enquadramentos da paisagem, únicos! E acabou por ser o caso!

Pela dimensão das casas e dos prédios lá em baixo, dá para imaginar a distância a que eu estava. Depois as nuvens ficavam um pouco abaixo de mim! Por isso a visibilidade estava longe de ser nula!

Fiz outras ruelas diferentes das que fizera já, quando por ali andara dias antes, encontrando outros pormenores na paisagem.

Depois segui pelos montes e pelo meio das quintas e dos campos verdes, por ruínhas estreitas e cheias de curvas, que é o que de mais bonito há para fazer naquele país!

Se as ruínhas não estivessem cheias de terra e marcas da circulação de tratores e carros rurais, dir-se-ia que as quintinhas apenas estavam ali para embelezar a paisagem!

Mas não, aquilo ali tudo funciona! As casa são habitadas e as terras trabalhadas!

E depois fica tudo tão direitinho e verde que parecem campos de futebol às ondas!

Lá cheguei a Burgdorf, estava no distrito do Emmental, sim a terra do queijo tão apreciado, com o seu castelo do séc. XII lá em cima duma colina que domina a cidade. Estava no cantão de Berna e o símbolo com o urso lá estava!

A cidade é muito antiga e já andou de mão em mão, como muitas ou quase todas naquele país, por isso se juntaram todos e formaram o seu próprio país, deixando de ter de lutar contra tudo e contra todos passando a defender-se em conjunto.

Comprei uns pãezinhos deliciosos na feirinha de rua e propus-me visitar a redondeza.

Subi até ao castelo e tudo!

Os castelos têm sempre a vantagem de ficar em locais elevados e proporcionarem vistas panorâmicas sobre a cidade em baixo!

No castelo funciona um museu há mais de 2 séculos e que eu não visitei.

Bastou-me deliciar-me com a sua arquitetura que é sempre interessante!

E desci para a cidade pelo lado oposto ao que subira, por caminhos giros e antigos!

Dali até Biel foi mais um instante de belas ruas!

A cidade de Biel fica na extremidade oriental do Lago Biel, no sopé do Jura e é a metrópole da relojoaria suíça pois ali se fabricam alguns dos melhores e mais conhecidos relógios suíços como os Swatch, Rolex, Omega, Tissot, Movado e Mikron.

Na realidade o país divide-se em 3 faixas, ficando o chamado Planalto Suíço, uma zona quase plana que ocupa cerca de um terço do país e onde vive a maior parte da população, ente a cordilheira do Jura a noroeste e os Alpes Suíços a sudeste.

Biel, e zona onde eu chegava fica, portanto, no início do Jura!

A sua cidade antiga é deliciosa, com as fontes medievais pintadas, tão características no país, como a fontaine de L’Ange, do séc. XVI.

Ali fala-se tanto o alemão como o francês e é a única grande cidade onde essa distribuição é de 50/50.

Dizem que Biel tem 72 fontes com água potável alimentadas até hoje por uma fonte romana!

A fontaine de la Justice é uma delas, do séc. XVI, tem sido mantida impecável ao longo dos tempos!

Anda-se por ruínhas e ruelas até se chegar à praça da catedral, que é sempre onde está o centro histórico e mais pitoresco de uma cidade antiga !

A Place du Ring é deliciosa, com cada construção a rivalizar com a outra, em cada esquina e em cada recanto!

E mais uma fonte do séc. XVI la fontaine du Banneret

A igreja gótica do séc. XV lá estava, a dominar o espaço !

É interessante por dentro, com o teto florido e luminoso.

Estamos numa zona elevada da cidade que continua a descer até à zona nova, com avenidas e prédios lá para baixo.

e voltamos à praça que é muito mais gira que tudo o resto !

Depois foi descer até à motita, por ruínhas tão fofinhas

e cheias de coisas curiosas!

Para seguir o meu caminho, que naquele dia eu estava com vontade de ver muitas coisas!

(continua)

27 – Passeando até à Suiça 2012 – Laufenburg, o Lago dos Quatro Cantões e as termas de Vals

15 de Agosto de 2012

Tirei o dia para não fazer nada de especial, para além de conduzir!

Há sempre dias destes nas minhas viagens: tiro um dia para não conduzir, ou um dia para ficar em casa, ou um dia só para conduzir! Enfim, tiro os dias que me apetecem para fazer o que me apetece e acabo sempre por ver coisas giras, mesmo saindo de casa para não ver nada de especial! 😀

Depois não ver nada é difícil por aquelas bandas pois, mesmo sem se querer, “o que ver” está por todo o lado! Então fiz um desenho louco, de vai e volta no meu mapa!

Primeiro fui numa direção qualquer e atravessei uma terrinha fofinha, com uma porta de entrada em torre, Sempach. Fica na margem do lago Sempachersee onde fica também Sursee que não fui visitar embora saiba que é uma terra interessante!

Esta é uma terra histórica na Confederação Suíça, pois ali se travou uma grande batalha contra os austríacos, lá atrás no séc. XIV, quando a confederação se expandia!

Tem também uma porta em torre para sair!

Segui o meu caminho sem destino, embora tivesse um nome em mente: Laufenburg.

Eu sabia que passaria ali perto dali a dias, mas apeteceu-me ir visitar com calma naquele momento!

Laufenburg era uma terra que eu não conhecia, como há muitas pela Suíça, e que irei cata-las um dia ou outro. E o que me despertou o interesse foi o facto de haver uma homónima na Alemanha e logo ao lado uma da outra!

Deixei a mota na Alemanha e fui procurar onde a cidade deixava de ser alemã e começava a ser suíça!

A entrada faz-se por baixo da própria Rathaus!

E ao chegar-se ao fim da rua aparece o rio Reno e a Suíça e Laufenburg, na outra margem!

Na realidade as duas Laufenburg foram a mesma cidade desde o séc. XIII até 1800, quando Napoleão as dividiu. Hoje ainda, as pessoas sentem-se e vivem como se da mesma cidade e do mesmo país se tratasse!

A ponte velha foi desativada para o trânsito dado que se tornara insuficiente. É uma ponte muito bonita, medieval com esculturas a meio!

E do outro lado do rio, outra Rathaus!

Ruínhas muito bonitas com pormenores deliciosos!

E ninguém diria que passamos de uma cidade para outra e de um país para outro e que voltamos atrás, sem nem a língua mudar!

Na realidade andamos entre Laufenburg pertencente a Baden-Württemberg e Laufenburg pertencente ao Cantão de Aargau!

Decidi voltar para o centro da Suíça passando por Brugg, ainda no cantão de Aargau, onde passa o rio Aar a caminho do Reno!

Brugg é uma cidadezinha muito interessante que fica na confluência de 3 rios: O Reuss, o Aar e o Limmat!

Com ruínhas curiosas de passeios elevados onde as esplanadas têm mais graça!

Comi uma belíssima refeição numa esplanada, com direito a sombra e musica ambiente mesmo a calhar!

De onde estava instalada avistavam-se pormenores curiosos!

E voltei a pegar na moto para dar mais umas voltinhas de condução relaxante, passando pelo lago de Zug.

A Suíça é um país cheio de lagos, alguns deles deslumbrantes, outros mais vulgares, mas todos com os seus encantos particulares e histórias mais ou menos felizes. O lago de Zug é considerado o lago menos limpo do país, devido às zonas de cultivo que vão afetando os rios que o alimentam. É no entanto também um assunto em permanente estudo e cuidado, acreditando-se que a sua situação será revertida a médio prazo, já que as questões ambientais sempre foram de primeira importância para o país. O lago não deixa no entanto de ser muito bonito, com a cidade de Zug a dar-lhe o nome e enriquecer-lhe a paisagem!

E o Zugersee tem recantos encantadores em que ninguém diz que aquelas aguas não são tão limpas assim! Na realidade é preciso ter-se uma ideia do que quer dizer “o menos limpo” para os suíços pois, na realidade, têm padrões de limpeza de aguas mesmo muito elevados!

Mas o lago que eu queria visitar era o Lago dos Quatro Cantões, logo ali a seguir!

Lucerne fica na berma de um dos lagos mais extraordinários da Suíça, o Lago dos Quatro Cantões. O seu nome deve-se ao encontro dos quatro cantões fundadores da Suíça: Uri, Scwyz, Unterwalden (que hoje é divido em dois: Ibwald e Nidwald, o que faz que o lago seja hoje, afinal dos 5 cantões!) e Lucerna. A grande beleza do lago deve-se às montanhas que o rodeiam e o tornam um lago em fiord! A verdade é que as paisagens nos surpreendem a cada quilómetro percorrido e a gente pára aqui, encosta ali, tira dúzias de fotos e nunca se sente satisfeita, pois a vontade é traze-lo todo para casa! Deslumbrante e apaixonante…

E ele é lindo… e eu fotografei-o até à exaustão!

E mesmo assim sei que deixei muito para fotografar das próximas vezes que lá passar!

Bendita moto que permite parar em qualquer recantozito da estrada e disparar mais uma ou duas fotos onde ninguém poderia parar!

E cheguei a Altdorf, a capital do cantão de Uri, famosa pela lenda de Guilherme Tell e a sua estátua está bem no centro da praça.

Reza a lenda que Guilherme era conhecido pela sua habilidade no manejo da besta.

“Na época, os imperadores da casa de Habsburgo lutavam pelos domínios de Uri e, para testar a lealdade do povo aos imperadores, Herman Gessler, um governador austríaco tirano, pendurou num poste um chapéu com as cores da Áustria, numa praça de Altdorf. Todos os que por lá passassem teriam de fazer uma vénia como prova do seu respeito. O chapéu era guardado por soldados que se certificariam que as ordens do governador eram cumpridas.

Um dia, Guilherme e seu filho passaram pela praça e não saudaram o chapéu. Foram imediatamente presos e levados à presença do governador que, reconhecendo-o, o fez, como castigo, disparar a besta a uma maçã pousada na cabeça do seu filho. Tell tentou demover Gessler, sem sucesso; o governador ameaçava ainda matar ambos, caso não o fizesse.

Tell foi assim trazido para a praça de Altdorf, escoltado por Gessler e os seus soldados. Era o dia 18 de Novembro de 1307 e a população amontoava-se na expectativa de assistir ao desfecho do castigo. O filho de Guilherme foi atado a uma árvore, e a maçã foi colocada na sua cabeça. Contaram-se 50 passos. Tell carregou a besta, fez pontaria calmamente e disparou. A seta atravessou a maçã sem tocar no rapaz, o que fez a população aplaudir e admirar os dotes do corajoso arqueiro.

Ao observar que Guilherme trazia uma segunda seta, Gessler perguntou por que ele a trazia. Tell hesitou. Gessler, apressando a resposta, assegurou-lhe que se dissesse a verdade, a sua vida seria poupada. Guilherme respondeu: “Seria para atravessar o seu coração, caso a primeira seta matasse o meu filho”.”

Guilherme Tell ficou para sempre associado à libertação da Suíça das mãos do império Habsburgo da Austria.

E depois? Era cedo para ir para casa, por isso fui passear para os montes!

Passei no Rundweg Schöllenen, o percurso do Gotthard Pass através do canyon Schöllenen, que é lindíssimo, com paredes íngremes e caminhos rudimentares e sinuosos construídos pelas populações do vale do Urseren, um caminho para eu me dispor a explorar um dia.

É impressionante a facilidade com que a gente perde a noção da dimensão das coisas por ali!

Ao aparecer o comboio é mais fácil entender a dimensão do rochedo, não?

E decidi ir até Vals, não era no meu caminho mas apeteceu-me!

São mais umas estradas de montanha, algumas em terra batida, que estavam a cuidar delas antes que o inverno chegasse e depois de muita ruela em sucessão de SS, lá apareceu a vilazinha! Como dizem por lá: “Vals é a última aldeia no vale, depois é só montanha e céu!”

Depois de tais caminhos nem parece provável encontrar uma vila tão interessante e movimentada! Mas, a principal razão para eu lá ir é a mesma que leva ali tanta gente: As Termas de Vals!

Uma obra do arquiteto Suiço Peter Zumthor, considerado um dos mais importantes arquitetos do mundo! A obra, é um espetáculo! Uma pena que não a tenha podido fotografar por dentro, pois sei que é belíssima!

Na realidade no início de 1980 a comunidade de Vals comprou um hotel falido composto por três edifícios, da década de 1960, e contactou Peter Zumthor para projetar umas novas termas. Se no princípio isso até abalou a estrutura financeira da comunidade, rapidamente o edifício se tornou um sucesso na Suíça e apenas dois anos após a sua abertura, tornou-se um edifício protegido.

Hoje podem-se encontrar fotografias dele em qualquer tipo de revista no país, o nome do arquiteto é bem conhecido para o cidadão comum de Grisões e a vila de Vals está orgulhosamente no mapa, não só da Suíça mas também do mundo!

É curioso a forma como o edifício se integra na paisagem, sem a ferir ou perturbar sequer!

Por baixo do fino relvado a vida pulsa…

quase sem darmos por nada…

Uma pena não poder entrar para fotografar. Teria de ir fazer eu mesma um spa, mas nem assim poderia fotografar, pois o ambiente é quente e húmido lá dentro, nada próprio para uma máquina fotográfica…

E estava na hora de voltar para casa, por mais montes e curvas e uma deliciosa dança do ventre até Lucerne!

Passando de novo um pouco pelo Gottharpass

Embora não o tenha feito totalmente o que o põe na minha agenda para uma futura passagem, pois é um dos Pass do meu coração!

E o pôr-do-sol quase chegava primeiro do que eu a casa!

Fim do décimo sétimo dia de viagem…

25 – Passeando até à Suiça 2012 – O Vale Lauterbrunnen e Grinderwald

14 de Agosto de 2012

Iria ficar 3 dias em Lucerne o que me dava tempo para tudo, até para perder tempo a fazer o que me desse na telha! E o que eu gosto de perder tempo a vaguear sem preocupações de depois ele não chegar para ver tudo!

Comecei por subir o Mont Pilatus, que fica logo ali pertinho da cidade, e que no dia anterior estava coberto por um grande chapéu de nuvem, mas que naquela manhã prometia alguma visibilidade, apesar da névoa matinal sobre o lago!

A névoa acaba sempre por dar um ar de mistério às paisagens e o lago parecia vindo de uma outra realidade.

Enquanto o monte estava bem descoberto e iluminado pelo sol!

As ruínhas são deliciosas pela encosta, ladeadas por relvados imensos.

E o mundo lá em baixo, mágico!

Chama-se frequentemente Lago de Lucerna àquele lago, mas o seu verdadeiro nome é Lago dos Quatro Cantões, mas ele seria assunto para um outro dia quando eu lhe dei a volta!

Naquele dia apenas me passeei pelas encostas para o apreciar ao amanhecer!

E segui por outros lagos, que por ali são frequentes e frequentemente lindos, como o de Lungern que vira ontem a caminho de Lucerne.

E segui para Brienz, uma terrinha muito mimi, com o seu lago espantoso, o Brienzersee.

O lago de Brienz, ou Brienzersee, é um lago lindíssimo de águas cor de esmeralda. As suas margens são íngremes e quase nunca se lhe vê o fundo pois é bastante profundo!

Recebeu o seu nome da aldeia de Brienz, de onde partem passeios de barco ou de comboio para as visitas mais encantadoras ao Oberland Bernense!

Tudo é lindo por ali e a atmosfera é de calma e serenidade, como se o tempo parasse na aldeia onde se fabricam os verdadeiros e únicos relógios de cuco suíços….

Todos os caminhos são bonitos, todos os montes são deslumbrantes, a caminho de Lauterbrunnen.

Lauterbrunnen fica no vale com o mesmo nome, um vale em U, escavado nas montanhas mais impressionantes dos Alpes, entre gigantescas encostas rochosas e picos montanhosos.

Dizem que tem 72 quedas de água, cada vez que lá vou descubro mais uma ou duas até que um dia terei visto todas! 😉

O Vale Lauterbrunnen é uma das maiores áreas de conservação da natureza de toda a Suíça e um “recanto” que venho prometendo a mim mesma explorar mais a fundo, um dia! É que há recantos que eu simplesmente ainda nem sei lá ir, pois conheço-os de comboio, não sei nem se há rua!! 😮

O nome Lauter Brunnen inspira já por si, querendo dizer algo como Fonte Pura ou Muitas Fontes!

E lá estão elas a cair em força por altitudes por vezes de 200 metros, sobre o vale!

Encostas escarpadas que mais parecem muros que ladeiam o vale!

A gente vê as longas linhas brancas pelos penhascos, de águas em queda e sente-lhe o som e a vida, mesmo de longe!

O rio Weisse Lütschine atravessa a cidadezinha e o vale, com as águas brancas típicas dos rios de grande altitude.

E todas as águas se lhe juntam em força!

Por ali tudo é lindo e muito fica para se visitar a cada vez que lá se volta!

Pertinho fica Grinderwald, um alto paraíso de montanha que visito sempre que posso porque a sua beleza é inesgotável!

Um dia tenho de me dispor a subir ao glaciar de Grinderwald, para isso terei de pernoitar uns dias na vila, para caminhar quanto baste por ali acima, por caminhos, escadas e pontes de madeira e ir até ao seu coração!

Desta vez limitei-me a andar pelas ruínhas estreitas das encostas com a minha motita!

E recolher imagens gerais dos topos mais espantosos!

E são caminhos deliciosos de fazer, com cascatas em ruas ingremes e estreitas onde não passaria muito bem um carro por mim!

Autênticos caminhos do paraíso!

(continua)