27 de agosto de 2017
Há dias numa viagem em que a história é apenas sentida e vivida e aquele seria assim. A distância entre Estocolmo e Copenhaga seria apenas feito de condução e de deixar passar a estrada, porque em viagem eu só faço o que me apetece e a vontade de andar a catar em redor não era muita!
Claro que eu olho em redor, claro que não corro cegamente em velocidade, apenas não me apetece andar para um lado e para o outro à procura de nada! claro que há países onde a gente tropeça em coisas fantásticas, aldeias medievais lindas, ou cidadezinhas cativantes e aí eu nunca resisto, mas por ali as coisas não estão na berma das ruas a chamar por nós, por isso fui seguindo sem nem pensar em mais nada.
Depois há as curiosidades que apenas quem anda na estrada acha piada. Um casal de velhos que me acenava de dentro do seu carro também velhote, depois de se esforçarem por me ultrapassar e me verem o mais de frente possível, um grupo de motards que rolou comigo durante alguns quilómetros e uma estrada que se abre de repente, no meio de nada, em frente a todos nós !
Demorei um bocadinho a perceber que não era acidente nem nada, só uma ponte móvel!
Senti-me na Holanda, de repente!
Mas é claro que nem só a Holanda é cheia de canais, ali para cima o que há mais é rios, lagos, charcos e canais!
Ainda deu para dois dedos de conversa e sentir-me uma star, por estar na Finlândia a falar do norte da Noruega com motociclistas dali que nunca lá tinham ido!
Claro que aqui e ali fui vendo mais um pouco da arquitetura da zona, em Jonkoping, mas sempre sem me afastar muito da minha montada, porque a vontade não era de permanecer no meio de uma cidade!
Talvez fazer um piquenique no jardim junto ao lago, isso sim!
Dias antes um amigo do Facebook me convidara para passar na sua casa em Malmö e até pernoitar lá. Eu tinha dormida reservada em Copenhaga, mas podia passar e estar com gente portuguesa sim, porque não!
E era para lá que eu me dirigia, apreciando a infinita paz da paisagem e dos céus inspiradores!
A paz daqueles países inspirara-me tampo para permanecer na paz!
E foi um serão tão bem passado, com gente boa e conversas infinitas em português, tantos dias depois!
“Registos de viagem – 15
Tão longe de Portugal, tão perto de gente amiga! No meu caminho para Copenhaga, fui recebida como uma princesa, entre conversas a 3 línguas, num delicioso jantar como já não me lembrava de ter! O Facebook tem estas coisas fantásticas, uma facilidade de comunicação e uma rapidez de aproximação, que supera distancias e ultrapassa dificuldades, quando a gente quer! Não sei se cheguei a agradecer convenientemente …
Obrigada Carlos Nunes, esposa e amigos, foi muito giro estar convosco”
In Facebook
Naquela noite eu atravessaria a ponte-túnel, que liga a Finlândia à Dinamarca, e chegaria ao meu hostel com vontade de ficar mais uma infinidade e continuar explorando em redor… mas amanhã era dia de abandonar a Escandinávia…
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28 de agosto de 2017
Eu estivera em Copenhaga na minha ida, voltava a lá estar na minha volta…
Eu sabia o que tinha gostado e o que tinha detestado, por isso sai cedo para me escapar dos turistas aos milhões que enchiam tudo de confusão, e para me escapar também do transito meio caótico e apreciar o ambiente do cais Nyhavn, o mais solitariamente possível!
E foi possível mesmo!
Na verdade, andei por ali a meu gosto sem ninguém me perturbar nas minhas muitas voltinhas de mil fotos e alguns desenhos!
Fosse mais tarde um bocadinho e tomaria uma cerveja numa daquelas esplanadas encantadoras!
Como sempre, onde há uma ponte há a os cadeados aos montes! Enfim, coisa de turista que só turista tolera!
“Não importa quantos dias eu ande em viagem, a sensação de regresso sempre me deixa nostálgica! É a nostalgia que filtra tudo o que vejo e visito nesses regressos, não importa a que distância eu esteja de casa. Assim aconteceu em Copenhaga, tão longe e tão perto do meu país, apenas porque era o meu último dia por terras escandinavas… eu olhava tudo em redor com a despedida no olhar… “
(in passeando pela vida – a página)
E estava na hora de ir embora, não importava o quanto custasse!
O Que tem de ser tem muita força e o caminho de casa era uma obrigação, não uma opção!
O caminho que me esperava era longo e sem vontade de fazer mais nada senão… faze-lo!
Definitivamente, para quem stressa em meter a moto num ferry eu acabava de me diplomar na matéria, depois de uma infinidade deles que já fizera até chegar ao último da viagem!
A gente chega a uma portagem, como uma autoestrada, e é sempre a andar!
É só entrar num carreiro, pagar ao portageiro, seguir as indicações e pronto!
Algures um barco me esperava com alguém para me dizer o que fazer a seguir!
E do outro lado ficava a Alemanha…
…. Quanta nostalgia no meu olhar!
A minha motita cheia de terra e pó na sua última viagem através da água…
E foi sem parar que segui para a Holanda!
Às vezes é quase como arrancar um dente: já que se tem de ir embora, então siga sem muitas birras!
Que o pôr-do-sol esperava-me por lá com direito a belíssimos momentos!
Ok, vá lá, saíste dos países nórdicos, mas ainda tens algumas coisas para catar nos países do norte!
Naquela noite não jantaria, apenas petiscaria algumas porcarias, daquelas que ajudam a passar o tempo e organizar o pensamento, e que na maioria das pessoas são doçarias, mas comigo são fatias de queijo, presunto, pão e coisas afins! Afial havia um por-do-sol a apreciar!
E amanhã teria tempo para explorar a redondeza, porque a próxima noite seria também em Amesterdão!