24 de agosto de 2017
Havia uma ou duas coisas que eu queria ver na capital e dediquei-lhes toda a manhã. É pelo pequeno almoço que eu decido o que fazer em cada dia, não importa o que tenha planeado em casa.
Mas eu conheço-me bem e sei do que preciso quando estou há muitos dias na estrada: passear sem pressas! E foi o que fiz naquele dia, passeei por Helsínquia e deixei-me ir ao sabor do muito tempo eu tinha, até ao meu destino, que não era muito longe.
Terminara o dia anterior junto da Catedral Ortodoxa e começava o seguinte na Catedral Luterana! Como eu pareço religiosa em viagem, heim?
Eu sou fan do estilo Neoclássico e o edifício não me deixou indiferente, tenho de confessar! É lindo a meus olhos, com as suas linhas sóbrias e interior quase excessivamente simples. Mas a vantagem dos templos simples é que os pormenores mais elaborados brilham em toda a sua beleza, e eu gosto disso!
Aquela simetria perfeita, tão típica no estilo, era fascinante!
Ao fundo da escadaria a praça do Senado – a Senaatintori – ainda estava a despertar! Gosto das coisas assim, antes da multidão as inundar!
Mas a minha ronda religiosa não terminaria ali!
Havia mais uns templos que eu tinha de visitar e que me haviam chamado ali desde muito tempo atrás, como a Hiljaisuuden Kappeli – a Capela do Silêncio!
Por entre o movimento e as tralhas da praça Narinkka, a capela luterana parece uma escultura gigante!
O contraste com a envolvência faz brilhar a construção, tão simples quanto fantástica!
Não se percebe logo como se entra no edifício, mas a planta está disponível no vidro do centro de interpretação.
A entrada faz-se por lá, como por uma antecâmara do silêncio! E ele estava mesmo lá dentro, não havia multidões, nem turistas, nem curiosos. Apenas eu e o silêncio!
“A capela foi construída em 2012, como parte do programa “Helsínquia, Capital Mundial do Design”, a partir de um projeto de Kimmo Lintula, Niko Sirola e Mikko Summanen, vencedor dos Prémios Internacionais de Arquitetura de 2010. O projeto espetacular deste edifício tornou-o num dos lugares mais reconhecidos da arquitetura contemporânea.”
(Do site da capela)
As suas linhas fascinaram-me!
A ideia era que as pessoas se isolassem do movimento e confusão do dia-a-dia e se encontrassem consigo próprias naquele mundo de serenidade e o objetivo foi completamente alcançado!
Não sei quanto tempo estive lá dentro, mas foi muito! Simplesmente perde-se a noção do tempo e, quando se chega cá fora, é como se tivesse saído desta dimensão e tivesse dado um passinho até à eternidade e voltado!
Ainda envolta na sensação boa que a visita à Capela do Silêncio tinha deixado em mim fui até à Temppeliaukio kirkko. A Igreja fica no meio de uma zona residencial, onde as motos ainda dormiam de pijama, mas o movimento à porta da igreja era bastante e eu percebi que não sentiria o encanto que desejava.
Construída no final dos anos 60 do século passado, fica meio subterrânea, escavada num imenso rochedo, em forma circular, e de fora quase nada se vê. O que se vê não deixa imaginar que estamos à porta de uma igreja!
Uma pena que estivesse cheia de gente que não arredava pé das suas selfies, porque quebravam o seu encanto!
A pedra em bruto contrasta com os materiais utilizados de uma forma harmoniosa e surpreendente.
Até a água benta tem direito ao seu pedaço de espanto!
O teto é elevado do limite da rocha em redor, por uma infinidade de janelas que permitem uma iluminação perfeita do imenso espaço.
As cores são garridas o suficiente para darem cor a um ambiente que tenderia a ser apenas cinzento.
Claro que tive de ir explorar o exterior e entender onde aquilo estava enfiado! E, do lado de fora, apenas a cúpula é visível.
Pode-se subir e passear em redor, conscientes de que estamos a passear em cima do corpo da igreja!
Depois de umas horas de passeio pelo mundo da arquitetura religiosa da zona, parti finalmente na direção de Espoo. Claro que eu sabia que o momento religioso apenas terminada em Helsínquia, pois havia mais igrejas no meu caminho que eu não poderia deixar de visitar!
Que fazer, com coisinhas tão lindinhas a aparecerem no meu caminho?
A catedral de Espoo parece-se mais com uma igreja apenas, é luterana, medieval e é linda!
Fica numa pequena colina, junto ao centro da cidade, com o cemitério a ladeá-la, como um imenso jardim.
Depois seguiu-se um percurso cheio de pequenos momentos de beleza, afinal estava no pais dos mil lagos e outros tantos rios!
Espreitando como vivem as pessoas
Em terras cujo nome não lembra ao menino Jesus!
Mas com pequenos encantos dignos de uma paragem para picnicar!
Até chegar a Turku, onde estacionar a minha motita no meio das bicicletas não pareceu perturbar ninguém!
Porque o rio Aura era logo ali e valia pena passear em redor!
E sim, ainda havia mais uma igreja para ver por dentro! A catedral de Turku, a igreja mais importante da Finlândia. Afinal Turku é a cidade mais antiga do país, por isso naturalmente as coisas são antigas e importantes por lá!
Muita coisa se passava em torno da igreja e foi curioso descobrir que ela funciona um pouco como o Big Ben, dando horas para o país!
Naquele dia havia vários grupos de jovens preparando alguma apresentação. Apreciei particularmente um grupo de anjinhos e diabinhos adolescentes. Foi curioso apreciar a sua dinâmica de concentração e empenho.
E a minha casa seria um barco naquela noite!
O meu camarote era pequerricho mas com espaço para tudo.
Mas as salas de estar, o bar e o restaurante eram suficientemente grandes para que eu me esticasse por ali!
E o convés simpático para apreciar o entardecer
Amanhã partiria para Estocolmo num outro barco num cais ali perto.
As fotografias da capela do silêncio são fantásticas – gostei de todas as outras – mas aquela capela que eu não conhecia deixou-me com “água na boca”.
Obrigado pela partilha.
Cumprimentos.
Alberto Cardoso
Olá
Estive a ver a disponibilidade no meu calendário de exames e, em principio, poderei pensar a N2 só lá para as primeiras semanas de junho, se para vocês estiver bom, podemos pensar nisso!
Entretanto vou apagar os vossos números da outra mensagem para que não fiquem expostos a quem ler a publicação.
Entretanto mandarei mensagem para os dois e assim saberão o meu numero de telelé.
Está bem assim?
Está muito bem.
Pois, obrigado por apagar os números, não me lembrei que estava a comunicar em “sinal aberto”!
Ficamos então a aguardar a mensagem.