68 – Passeando até à Suíça 2012 – A França – Laon, Paris…

1 de Setembro de 2012 – continuação

A minha entrada e França trazia já consigo o sabor a despedida, a regresso, embora ainda tivesse muitas coisas em mente para ver e uma série de quilómetros para fazer até casa!

A França é um país encantador e os seus encantos são do tamanho do seu grande território, já que cada província, cada região, é única e diferente de todas as outras!

Passear por França é, para mim, um dos grandes prazeres! Ter de a atravessar para começar ou terminar uma viagem, é sempre um encanto!

Passei em Guise onde, na berma da estrada, se encontra o Cimetière Militaire Franco-Anglo-Allemand de Flavigny-le-Petit… as duas grandes guerras separaram aqueles homens, a morte os juntou…

La Desolation… é realmente o sentimento que nos acompanha ao passar por ali!

Não tinha previsto parar em lado nenhum, apenas apreciar e curtir as belas estradas nacionais que atravessam o país, com paisagens deliciosas de perder de vista.

Mas não me contive ao passar em Laon… passara ali ao subir para Brugge e apeteceu-me tanto passar para ver a catedral de Notre Dame de Laon, que desta vez não resisti e fui lá acima numa corridinha! A catedral é uma enormidade lá na parte alta da cidade! A sua dimensão e imponência são visíveis a grande distância, no cimo da colina, parecendo desmesurada perto da envolvência!

Imagine-se de perto!

O tempo não era muito mas seria o suficiente para me encantar com aquela que é uma das mais importantes catedrais do gótico primitivo francês, construída entre os séc. XII e XIII, e chegou intacta até nós, em toda a sua grandiosidade, depois de revoluções e guerras lhe terem passado à porta!

Temos de fazer alguma ginástica para a apanharmos totalmente numa foto!

Lá dentro quase provoca vertigens!

Deslumbrei-me ao vê-la ao vivo…

Aqueles vitrais azuis são espantosos em contraste com a pedra branca!

E lá tive de me forçar a saír dali, ou ainda lá estaria hoje…

A envolvência da catedral é uma zona histórica pitoresca

Quase demasiado “apinhada” para conter uma tão grandiosa construção! Os franceses eram assim, não construíam à dimensão do ser humano, como por cá os portugueses! Construíam mais à dimensão de gigantes, de deuses!

E lá vim por ali abaixo, para seguir o meu caminho, mas sem perder a catedral de vista por muito tempo!

A bem dizer, parece que a colina da catedral é a única elevação por muitos quilómetros em redor!

Quilómetros de terra cultivada, longas searas, moinhos de vento no meio de lado nenhum!!

E por falar em moinhos!

De repente deu-me uma vontade de algo diferente, excitante e surreal, no meio de tanta planície! Como se faz na piscina, tapa-se o nariz e salta-se, eu retive a respiração e mergulhei em Paris!

Atravessar Paris foi a loucura total, depois de tantos quilómetros de condução solitária! Foi um mergulho na loucura da maior cidade da Europa ocidental, que já não estava de férias e por isso estava frenética!

O Moulin Rouge é o segundo ponto turístico mais fotografado da cidade, depois da torre Eiffel, e eu não quis perturbar a estatística e também tirei mais umas quantas fotos, lá à porta!

Ainda passei no Sacré Coeur, mas qualquer ilusão de o visitar por dentro, caiu por terra ao me sentir completamente engolida pelo trânsito e pela multidão! Siga mas é para a frente!

O povo e as bicicletas são como moscardos por aquelas ruas! Até os polícias engrossam a enchente nas suas biclas!

Passei na Catedral de Notre Dame e tirei uma ou duas fotos à minha Magnífica parecidas com as que tirei da última vez que ela lá foi!

Porque visitar a catedral por dentro estava completamente fora de questão já que, contra tudo o que eu esperaria de acordo com outras passagens por ali, tinha fila para entrar!!

Nem pensar em pôr-me em filas! Tirei mais uma ou duas fotos ao belo edifício por fora. A bela catedral que é uma das mais antigas no estilo e que foi eternizada por Victor Hugo.

E deixei Paris para outra altura, em que eu lá decida voltar em Agosto, quando os parisienses estão de férias na costa e deixam o interior mais calmo e vago!

E saí do outro lado da cidade, como quem emerge de um mergulho prolongado, completamente revitalizada, depois de fazer uso dos meus dotes de condução mais agressiva e ágil, que já estava a fazer falta à minha motita!

E segui para Orleães, onde ficava a minha casa naquela noite!

Fim do trigésimo quarto dia de viagem!

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56 – Passeando até à Suiça 2012 – Reims, Arras, Kortrijk e a bela Brugge!

27 de Agosto de 2012 – continuação

Claro que Reims é aquela cidade que é grandiosa pela catedral grandiosa que tem! Que se há-de fazer? Foi o dia das catedrais/basílicas/igrejas! Fiquei muito mais santa depois daquele dia! 😉

E não consigo passar em Reims sem ir ver a dita catedral! É “apenas” a catedral mais extraordinária de França!

A Catedral de Notre-Dame de Reims é aquele monumento incontornável que ninguém consegue ignorar quando passa perto da cidade! Construída no séc. XIII é até hoje uma das duas catedrais góticas mais importantes de França, juntamente com a catedral de Chartres.

Na realidade ela é o monumento, é a igreja, é a cidade, é tudo naquele recanto de França! Olha-se para ela e olha-se para o poder humano sobre a pedra, a gravidade e a beleza!

Ali se passaram alguns dos momentos mais importantes e inesquecíveis do país, entre eles a coroação de Carlos VII, em 1429, com a presença de Joana D’Arc, depois de ela ter liderado a expulsão dos ingleses do território!

Sobreviveu milagrosamente aos intensos bombardeamentos da II Grande Guerra, embora bastante danificada. Mas felizmente, enquanto uns humanos destroem, outros reconstroem e ela ali está hoje, magnifica!

Grande parte dos vitrais medievais da catedral desapareceu, vítimas da sua fragilidade e da estupidez humana… já que a catedral foi bombardeada insistentemente na primeira guerra também, por exemplo!

E lá estavam os vitrais de 1974 de Marc Chagal, pintor francês de origem russa que visitava frequentemente a cidade para trabalhar.

Pela maqueta da catedral pode-se ver a dimensão do edifício, se compararmos o seu todo com a dimensão das portas, por exemplo!

E os interiores são lindos e misteriosos, testemunhas da história de um povo!

A rosácea, sobre o portal principal, é extraordinário e nesta catedral é única e característica, pela sua dimensão, beleza e enquadramento no conjunto arquitetónico e escultórico!

E ela faz-nos sentir bem pequenos e insignificantes aos seus pés! Curiosamente a sensação que tenho sempre, quando estou junto dela, é que é mais “poderosa” que a de Colónia ou Estrasburgo! Talvez porque, por não ser tão alta, tem um ar mais robusto e próximo de nós! Quase ameaçadoramente próxima de nós mortais! 😀

As suas torres são “cortadas” o que ajuda a sensação, pois não sendo pontiagudas, como as das outras catedrais, tornam-na mais larga e baixa!

No jardim em frente a estátua de Joana D’Arc, permanece junto do local onde levou o seu rei…

Para sempre espantosa aquela igreja…

E continuei o meu caminho para norte, fazendo com que Arras ficasse no meu caminho, uma cidade que me chamou a atenção na história!

Uma cidade com uma história antiga, feita de invasões, influencia, cultura e encantos, mas também de destruição e guerra, já que foi palco de batalhas e invasões com edifícios destruídos tanto na Primeira quanto na Segunda guerra! Centenas de suspeitos da Resistência francesa foram executados ali, durante a Segunda guerra, quando a cidade esteve ocupada pelos alemães…

A Camara Municipal e o seu campanário estão catalogados pela Unesco! Originalmente construídos entre os sécs. XV e XVI em estilo gótico, mas destruídos durante a Primeira Guerra, em 1915: o campanário foi destruído e o edifício da Camara queimado juntamente com grande parte da cidade …

A reconstrução foi feita com todo o cuidado, mas desta vez em betão armado, segundo o trado original…

A Grand’Place d’Arras com cerca de 2 hectares de área, onde desde sempre se fizeram feiras e mercados, e as suas 155 casas flamengas de estilo barroco, construídas a partir do séc. XVII.

Tudo ali e pela cidade toda, foi severamente afetado pelos bombardeamentos da Primeira Guerra. Toda a gente foi também sujeita à obrigação de apresentar os planos para as reconstruções, afim de que não se perdesse o traçado nem o aspeto anterior à destruição!

E foi uma medida acertada a considerar pela harmonia e beleza que se recuperou!

E voltei a partir, para entrar finalmente na zona flamenga da Belgica!

Segui para Kortrijk, nome flamengo que em português se chama Courtrai, com a sua Grote Markt, uma praça encantadora e que parece o centro do mundo dali!

O campanário da igreja de Sint-Maartenskerk ao fundo, que é o mesmo que dizer igreja de São Martinho como está fácil de ver!

Estava fechada, mas mesmo por fora é linda!

Gótica do séc. XIII … há lá dentro coisas que eu queria muito ver, mas terá de ficar para a próxima vez…

O seu campanário de 83 metros! Imponente!

Mais à frente fica a Onze-Lieve-Vrouwekerk kortrijk, que é o mesmo que dizer a Catedral de Nossa Senhora de kortrijk!

Uma construção do séc. XII em estilo românico, é um dos edifícios mais antigos da cidade e é “protegido” por isso!

Já foi como que uma fortaleza para proteger a população em tempos muito remotos e isso é visível pelo seu ar robusto e inexpugnável!

Ao longo da sua longa história muitas histórias passaram por ela, desde pilhagens, destruições, roubos, armazenamento de serreais e a iminência da demolição… a tudo sobreviveu com o esforço da população…

Foi fortemente danificada durante a Segunda Guerra em que, alem dos bombardeamentos, peças, como o relógio da torre, foram roubadas pelos alemães!

Os seus interiores não são românicos há muito, devido às remodelações posteriores, mas contem ainda recantos muito bonitos e antigos, como a Gravenkapel, do séc. XIV, já em estilo gótico!

No meio da praça fica o monumento aos mortos na Primeira Guerra..

Uma espécie de campanário com um telhado no topo onde personagens douradas deverão tocar um sino, ou algo parecido!

Na outra ponta a camara municipal, um belíssimo edifício barroco!

Cá está ele! A minha motita estava estacionada pertinho!

Peguei nela e segui caminho para Brugge, uma das cidades mais encantadoras que conheço e onde ficaria vários dias.

A sua Grande Praça, Grote Markt, é encantadora! Como eu dizia um dia, que me desculpe Vitor Hugo que achava que a Grande Praça de Bruxelas era a mais bonita do mundo… mas esta não lhe fica nada atrás!

A torre Halletoren, do séc. XII é espetacular e possui um carrilhão com 47 sinos que naquele dia estaria em concerto, por isso havia uma bancada montada na frente!

Podia-se entrar no espaço interior

Mais uma torre que eu gostaria de subir um dia, mas são 366 degraus que me arruinariam os músculos das pernas… por isso ainda não foi desta vez que subi!

O palácio provincial fica logo ali ao lado!

Mas eu estava era cheia de fome e fui buscar a motita para o meio da praça, onde outras motos estavam instaladas também e fui eu mesma instalar-me para comer!

Enquanto a moto espantava olhos eu enchia-me de mexilhões! Ui, o que eu gosto daquilo!

A paisagem da esplanada do restaurante era tão bonita que nem apetecia ir embora!

Demorei o tempo todo do mundo, a comer, a beber e na conversa com quem estava por perto, até a noite me chamar para a cama!

O concerto do carrilhão iria começar a qualquer momento, mas eu não esperaria, fui-me embora para casa, que naquele dia era em Brugge!

Fim do vigésimo nono dia de viagem!

54 – Passeando até à Suiça 2012 – Luxemburgo e Verdun… o campo de batalha…

26 de Agosto de 2012 – continuação

Luxemburgo é um país surpreendente que ainda hei de catar devidamente um dia destes. Naquele dia eu apenas queria dar uma volta pela cidade de Luxemburgo, que conhecia apenas de passagem e sabia que tinha encantos que mereciam ser visitados!

Como a catedral de Notre-Dame, do início do séc. XVII, num estilo gótico tardio já com elementos renascentistas.

Estava em missa, mas ninguém impedia as pessoas de entrarem e admirarem a construção.

A igreja é muito bonita, sendo já uma mistura de estilos contem elementos decorativos curiosos que não existiram se fosse apenas gótica.

Muito bonita e eu ainda não a tinha visto por dentro por a ter encontrado sempre fechada!

Depois andei pela zona antiga da cidade, que circunda a catedral. Uma zona muito animada e cheia de turistas, o que contrastava com a última vez que ali estivera e que não havia vivalma na cidade!

Luxemburgo é uma cidade encantadora com o mesmo nome do país de que é capital e lá, na zona baixa da cidade, fica o também encantador Chemin de la Corniche, um percurso pedestre, conhecido como “a varanda mais bonita da Europa”. Era lá que eu queria ir!

Passeia-se por ali, por caminhos ora escavados nas rochas, ora pela borda do rio Alzette ao longo das muralhas da cidade velha e das fortificações construídas pelos espanhóis e austríacos no século XVII.

Lá em baixo no vale de la Corniche a perspetiva do desnível é deslumbrante, enquanto se passeia por entres as casas de pescadores de outros tempos.

Cá em baixo fica o Grund, um dos distritos de Luxemburgo, que se divide em duas zonas sendo a outra a zona alta da cidade.

A Abadia de Neumünster domina a paisagem, cá em baixo. Inicialmente românica, mas depois de diversas destruições e reconstruções, chega até nós numa mistura de estilos!

No “meio” entre o Grund e a cidade alta, fica uma série de cavernas, caminhos escavados e as Casemates, que são património da Humanidade, cá de baixo podem-se ver as aberturas nas rochas.

Enquanto as pessoas se apinhavam lá em cima nos percursos e nas casemates, eu passeei-me cá em baixo, completamente só no sossego da margem encantada do rio Alzette.

A abadia é também um centro cultural e ainda tive direito a visitar os seus claustros e uma belíssima exposição de fotografia de viagem!

Voltei a subir à cidade alta, porque o meu fascínio estava lá em baixo e de outra perspetiva é sempre encantador!

De cima podia ver os caminhos que percorrera cá em baixo na margem do rio e a abadia e o centro cultural.

Adorei a cidade vista desta perspetiva! Valeu a pena dar a volta ao meu caminho e passar por lá!

Mas o meu objetivo ao desviar-me não era apenas este destino… havia algo que eu queria ver ainda, mais à frente e num contexto completamente diferente!

Há 2 anos andei a passear por campos de batalha da Segunda Grande Guerra, desta vez andaria por campos de batalha da Primeira: Verdun!

Ainda parei em Esch-sur-Alzette, pois sabia que lá existia uma catedral espetacular… mas estava fechada!

A cidade é bonita e uma das maiores do país, mas o tempo estava uma bosta, o ambiente sombrio e desértico e eu deixei para visitar noutra altura… coisas que me dão!

A minha Magnífica a espreitar para mim por trás de uma arvore! 😀

Peguei nela e segui para o sol e para a guerra…

A Batalha de Verdun foi uma batalha terrível, entre franceses e alemães, que durou quase todo o ano de 1916.

Andar por ali teve em mim um efeito próximo do que teve visitar Auschwitz… cheira a morte, quase 100 anos depois e os monumentos, marcos, lapides e todo o tipo de memórias de morte, multiplicam-se por quilómetros e quilómetros da área que foi o grande campo de batalha…

Aldeias “destruídas” na batalha são relembradas em capelas e placas…

Fiquei chocada quando, ao seguir as placas que indicavam uma aldeia destruída e ao chegar lá…

Tudo fora reduzido a placas e a espaços nus por entre a relva… como se cada casa desaparecida tivesse dado lugar a terra queimada onde nada nasce, nada cresce!

E tudo é silêncio por ali ainda hoje!

Na época calculava-se que tivessem morrido mais de 700.000 homens, entre franceses e alemães…

O que faria uma média de 70.000 mortos por cada mês de guerra…

Numa batalha que foi a mais longa e a mais sangrenta daquela guerra e de toda a história militar!

Hoje pensa-se que o número de mortos foi mais elevado que o estimado na época… para mais 250.000…

O Ossuário está em restauro, bem como o extenso cemitério militar… não entrei no Ossuário…

“A batalha de Verdun – 21 de Fevereiro – 18 de Dezembro 1916, 300 dias e 300 noites de combates ferozes, terríveis. 26.000.000 obuses disparados pela artilharia, sendo 6 obuses por metro quadrado, milhares de corpos mutilados, cerca de 300.000 soldados franceses e alemães considerados desaparecidos.”

“O ossuário mantém dentro de si os restos de soldados mortos no campo de batalha, a fim de preservar sua memória.”

Ali ao lado fica um monumento para os soldados muçulmanos que morreram na batalha.

Por todo o lado é frequente encontrarmos zonas de relvado ondulado que são trincheiras, espaços ocos, onde os homens se protegiam…

E o Fort de Douaumont, o maior da região de entre os 38 fortes construídos nos últimos 25 para proteger a linha fronteiriça numa área de 40km em redor de Verdun… era novo quando começou a batalha de Verdun…

Ao entrar ali percebe-se que ser soldado não era muito diferente de se ser prisioneiro!

500 homens viviam ali, por baixo de terra, sem grandes condições e numa guerra permanente, já que os ataques alemães eram intensos!

A “Tourelle de 155mm”

As casas de banho…

e uma cidade subterrânea e húmida…

e podia-se descer mais pelo abismo!

Os lavatórios, cheios de estalactites do tempo e da humidade!

Ao fundo a capela…

Atrás da cruz branca estão os corpos de 400 soldados franceses e 30 alemães mortos no forte…

O ambiente torna-se pesado, não pelo cheiro ou pela humidade, pois curiosamente não cheira a nada nem sequer à humidade! É a história que pesa no coração da gente!

Cá fora estava sol e subi ao topo do forte, que não é muito alto…

E por ali se entende o ondulado da relva, sabendo o que está por baixo!
As Tourelles…

Furos de balas nas carapaças das Tourelles…

Ainda passei por outra aldeia destruída, Vaux…

E fui-me embora, por entre mais memoriais e mais lápides de mais trincheiras…

Até só ver cemitérios de quando em quando…

Depois foi o vazio e a imensidão e fui andando, ainda com o coração oprimido pela viagem ao passado, tão presente ali…

Uma paisagem infinita e infinitamente bela serena-me sempre o coração e naquele momento era tudo o que eu precisava!

E parei para dormir em Troyes…

E foi o fim do vigésimo oitavo dia de viagem… sem conseguir evitar de falar e mostrar tanto de um dia que me ficou para sempre na memória… sorry!