1 de Setembro de 2012 – continuação
A minha entrada e França trazia já consigo o sabor a despedida, a regresso, embora ainda tivesse muitas coisas em mente para ver e uma série de quilómetros para fazer até casa!
A França é um país encantador e os seus encantos são do tamanho do seu grande território, já que cada província, cada região, é única e diferente de todas as outras!
Passear por França é, para mim, um dos grandes prazeres! Ter de a atravessar para começar ou terminar uma viagem, é sempre um encanto!
Passei em Guise onde, na berma da estrada, se encontra o Cimetière Militaire Franco-Anglo-Allemand de Flavigny-le-Petit… as duas grandes guerras separaram aqueles homens, a morte os juntou…
La Desolation… é realmente o sentimento que nos acompanha ao passar por ali!
Não tinha previsto parar em lado nenhum, apenas apreciar e curtir as belas estradas nacionais que atravessam o país, com paisagens deliciosas de perder de vista.
Mas não me contive ao passar em Laon… passara ali ao subir para Brugge e apeteceu-me tanto passar para ver a catedral de Notre Dame de Laon, que desta vez não resisti e fui lá acima numa corridinha! A catedral é uma enormidade lá na parte alta da cidade! A sua dimensão e imponência são visíveis a grande distância, no cimo da colina, parecendo desmesurada perto da envolvência!
Imagine-se de perto!
O tempo não era muito mas seria o suficiente para me encantar com aquela que é uma das mais importantes catedrais do gótico primitivo francês, construída entre os séc. XII e XIII, e chegou intacta até nós, em toda a sua grandiosidade, depois de revoluções e guerras lhe terem passado à porta!
Temos de fazer alguma ginástica para a apanharmos totalmente numa foto!
Lá dentro quase provoca vertigens!
Deslumbrei-me ao vê-la ao vivo…
Aqueles vitrais azuis são espantosos em contraste com a pedra branca!
E lá tive de me forçar a saír dali, ou ainda lá estaria hoje…
A envolvência da catedral é uma zona histórica pitoresca
Quase demasiado “apinhada” para conter uma tão grandiosa construção! Os franceses eram assim, não construíam à dimensão do ser humano, como por cá os portugueses! Construíam mais à dimensão de gigantes, de deuses!
E lá vim por ali abaixo, para seguir o meu caminho, mas sem perder a catedral de vista por muito tempo!
A bem dizer, parece que a colina da catedral é a única elevação por muitos quilómetros em redor!
Quilómetros de terra cultivada, longas searas, moinhos de vento no meio de lado nenhum!!
E por falar em moinhos!
De repente deu-me uma vontade de algo diferente, excitante e surreal, no meio de tanta planície! Como se faz na piscina, tapa-se o nariz e salta-se, eu retive a respiração e mergulhei em Paris!
Atravessar Paris foi a loucura total, depois de tantos quilómetros de condução solitária! Foi um mergulho na loucura da maior cidade da Europa ocidental, que já não estava de férias e por isso estava frenética!
O Moulin Rouge é o segundo ponto turístico mais fotografado da cidade, depois da torre Eiffel, e eu não quis perturbar a estatística e também tirei mais umas quantas fotos, lá à porta!
Ainda passei no Sacré Coeur, mas qualquer ilusão de o visitar por dentro, caiu por terra ao me sentir completamente engolida pelo trânsito e pela multidão! Siga mas é para a frente!
O povo e as bicicletas são como moscardos por aquelas ruas! Até os polícias engrossam a enchente nas suas biclas!
Passei na Catedral de Notre Dame e tirei uma ou duas fotos à minha Magnífica parecidas com as que tirei da última vez que ela lá foi!
Porque visitar a catedral por dentro estava completamente fora de questão já que, contra tudo o que eu esperaria de acordo com outras passagens por ali, tinha fila para entrar!!
Nem pensar em pôr-me em filas! Tirei mais uma ou duas fotos ao belo edifício por fora. A bela catedral que é uma das mais antigas no estilo e que foi eternizada por Victor Hugo.
E deixei Paris para outra altura, em que eu lá decida voltar em Agosto, quando os parisienses estão de férias na costa e deixam o interior mais calmo e vago!
E saí do outro lado da cidade, como quem emerge de um mergulho prolongado, completamente revitalizada, depois de fazer uso dos meus dotes de condução mais agressiva e ágil, que já estava a fazer falta à minha motita!
E segui para Orleães, onde ficava a minha casa naquela noite!
Fim do trigésimo quarto dia de viagem!