15 – Passeando pelo Norte de Espanha – Huesca, Alquézar

15 de Julho de 2011 – continuação

O museu da catedral de Huesca vale a pena visitar, quanto mais não seja para apreciar e viver aquele clima tão característico de uma construção daquela época, com pormenores únicos, porque cada pais e cada cidade acaba por acrescentar elementos únicos ao grande estilo dominante.

Ali o que me fascinou mais foi o retábulo mor esculpido em alabastro no séc. XVI, simplesmente impressionante!

Dedicado a Jesus de Nazaré, o padroeiro da catedral.

Cá fora a fonte que sempre me encanta com a menina que parece pairar acima das águas!

A seguir a Huesca, se a gente fizer um pequeno desvio, vai encontrar uma cidade medieval lindíssima, onde apetece ficar por muitos dias, na paz e aconchego de um pueblo encantador: Alquézar!

Não se pode entrar na cidade com nenhum veiculo e, ao percorre-la, entendemos que não haveria condições! As ruelas são ingremes e estreitas, típicas de épocas em que não se pensava em carros ou motos!

Se eu morasse ali teria uma pequena scooter para poder chegar até à porta de casa, certamente!

É muito giro encontrar caminhos escavados na rocha, irregulares mas perfeitamente funcionais! Chamam-se “callizos” e são ruelas que ligam as ruas maiores umas à outras, cobertas por habitações, por forma a otimizar o espaço! Este é o “Pasador de Casa lailla” e já está tão polido de séculos de uso que quase escorregamos ao passar por ele!

Lá em cima a Colegiata dedicada a Santa María la Mayor, consagrada do início do séc. XI.

A cidade está situada na margem do rio Vero, a mais de 600 metros de altitude, numa cordilheira paralela aos Pirenéus, a serra de Guara.

Ali se pratica todo o tipo de desportos de aventura e a gente vê os praticantes caminharem pela redondeza lá em baixo.

A cidade é tão bonita e integrada numa envolvência tão perfeita que todo o conjunto foi declarado “Parque de la Sierra y Cañones de Guara” e a verdade é que o deslumbramento está na cidade e na paisagem que a envolve mesmo!

Havia um grupo de motards a visitar a cidade, mas pelo que percebi pousaram as motos e ficaram-se pela praça principal cá em baixo!

Voltei a subir até ao parque onde deixáramos as motos e a perspetiva da cidade voltou a parecer um cartão postal, com a igreja de San Miguel do sec. XVII em primeiro plano e a colegiata e o castelo ao fundo.

E foi o fim do décimo dia de viagem.

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14 – Passeando pelo Norte de Espanha – Uncastillo, Biel, Aguero, Loarre, Huesca

15 de Julho de 2011

Continuei para leste.

A Espanha é uma delícia para passear de moto e rola-se sempre com prazer por aquelas ruas! Não fiz vias-rápidas por isso o encanto estava por todo o lado! Depois há as placas cor-de-rosa, que indicam os monumentos e que me fazem querer parar a cada uma para ver o que há!

E cheguei ao Mosteiro de Nuestra Señora de la Oliva, um dos mais importantes e espetaculares mosteiros da ordem de Cister de Espanha, em Carcastillo

O mosteiro é grandioso, conserva as suas características românicas e é lindo!

Procurei a bilheteira para entrar, mas estava fechada. As portas, no entanto estavam abertas, por isso fui vagueando por ali, esperando ser surpreendida a qualquer momento com um guardião que me cobrasse a entrada!

No entanto ninguém apareceu para cobrar nada e, quando um monge se aproximou, foi para me abrir as portas e me deixar passar para onde quis, ver o que quisesse, sem dizer uma palavra! Uma simpatia!

Adorei o claustro gótico e as antigas dependências dos monges

Com todo aquele sol do verão de Navarra tudo se torna tão encantador, até as sombras!

Mais à frente fica Uncastillo, um pueblo encantador que contem um dos conjuntos históricos mais remarcáveis de Aragão!

E o que eu gosto de me passear por tão antigas ruelas, pisar solo medieval ladeado por casinhas tão antigas como o tempo!

Portinhas minúsculas onde eu teria de “vergar bem a mola” para entrar, tão lindas!

Portinhas lindas à medida do Jaky!

Ao longe as torres do castelo no topo da colina, a parte alta do Pueblo.

Um dia terei de ali passar sozinha para poder catar tudo com calma como eu gosto!

A igreja paroquial de San Martín, do séc. XV, estava em restauro e foi giro poder entrar e ver!

Ao contrário do que muita gente pensa, restaurar não é fazer de novo, nem repintar nem nada disso! É recuperar e preservar o possível sem adulterar absolutamente nada do original. Por isso é um trabalho demorado e minucioso, muitas vezes microscópico!
O laboratório estava montado…

e as figuras em recuperação!

É um trabalho que aprecio e gostei da simpatia de deixarem os visitantes ver!
Mas não convém importunar quem faz tão minucioso trabalho, por isso segui o meu caminho pelo Pueblo, com pormenores que me encantam sempre


e com mais uma torre medieval logo ali.

Até a cor das pedras e paredes é fascinante! Traz na sua história momentos antigos!

O meu destino seguinte era Agüero, uma cidade na encosta de um monte curioso, os Mallos de Agüero, característicos do vale do Ebro e que vou ter de visitar mais tarde com tempo, pois ali o azar me afastou de uma visita à cidade e aos montes…

Quando chegava ao ponto que queria visitar, o Jaky brindou-me com um “preciso de gasolina”… num sitio onde não há bombas e onde a mais próxima ou é muito para trás ou muito para a frente!…

Claro que já não fui visitar coisa nenhuma em pormenor, fomos mas é procurar gasolina e depois comer e depois… já não havia condições para voltar e visitar!
Segui para Loarre!

Loarre tem um castelo lindíssimo do séc. XII, no topo de uma colina que domina tanto a planície como a montanha da serra de Loarre!

As motos não se podiam aproximar e a caminhada até ele era “grande”…

Ainda olhei para ele uma ultima vez… não havia condições de o visitar! O Jaky não caminharia tudo aquilo, implicava outra condição física que me acompanhasse… por isso eu também não fui…

Segui para Huesca, onde houvesse ruas para andar de moto e esplanadas para sentar!

Claro que ao chegar perto da catedral acabei por não resistir e ir visita-la, já que das outras vezes que ali estivera ela estava fechada!

A Catedral de Santa María de Huesca, ou La Santa Iglesia Catedral de la Transfiguración del Señor, é um exemplar gótico extraordinário do séc. XIII

E os seus tetos altissimos são deslumbrantes!

A entrada para a catedral faz-se pelo museu e tem-se acesso a recantos que eu quería mesmo ver!

(continua)