19. Passeando pela Grécia/Balcãs – a Eslovénia e a bela Ljubljana

6 de setembro de 2022

Depois da longa distância de mais de 500km de ontem, hoje eu tinha um pequeno trajeto para percorrer.

Frequentemente eu faço isso ao planear as minhas viagens, quando tenho um percurso longo num dia, trato de desenhar um pequeno para o dia seguinte.

Na realidade eu quis fazer a costa croata de uma vez só, como uma história contada seguida, um passeio de dia inteiro, e deixara a passagem pela Eslovénia para um passo a passo e assim poder apreciar cada curva do seu caminho, cada subida e descida, até à capital.

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O meu quarto era tão bonito, com a cama junto à enorme janela de parede inteira, a dar-me a sensação de que estava a flutuar sobre a paisagem! Até apetecia viver ali mais tempo!

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A vista sobre a baía era fenomenal!

Mas estava na hora de partir. A sensação de ter de seguir entristecia-me um pouco, estava numa viagem encurtada e, de alguma forma, sentia isso no meu esqueleto, habituado a passar muito mais tempo na estrada.

Naquela altura eu já estava tão habitada à dor que, se pudesse, teria alongado a viagem mesmo com o ritual de dor-estrada-gelo-e-mais-estrada, sem problema!

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Não foi longo o caminho até passar mais uma fronteira e lá estava a Eslovénia.

A Eslovénia é um país deslumbrante, com uma paisagem natural impressionante de majestosas montanhas. As minhas memórias, das vezes que me passeei pelo país, sempre são recheadas de percursos encantadores, mesmo quando não há mais nada para ver para além de estradas rodeadas de natureza.

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Estava a passar em Bač quando vi a indicação do castelo de Kalec. Não pude resistir e tentei ir até ele…

Mas tive de o ver de longe, porque o caminho era ruim, em terra batida… Isso não me teria stressado noutras circunstancias, mas, naquele momento, não me atrevi a meter a moto por ele. Era triste para mim sentir-me limitada, mas não tinha alternativa, não podia correr riscos.

O castelinho do séc. XIV, tem apenas uma torre e alguns trechos de muralha, mas parece que está em ruinas. Então contentei-me imaginando que, se calhar, ele até era mais bonito visto ali da rua, com a torre a aparecer por cima das árvores… 😦

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Normalmente eu percorreria caminhos e ruelas, sem me importar com o estado em que estivessem, mas tinha de me reduzir à minha incapacidade e permanecer civilizada, andando apenas por estradas em bom estado. Nada a fazer!

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Logo à frente, em Pivka , fica o Parque de História Militar.

O Parque é o maior complexo museológico da Eslovénia, tornando-se um dos museus mais visitados. O projeto transformou Pivka em atração turística, impulsionando o desenvolvimento local. A exposição “Caminho para a Independência” relata a defesa da Eslovénia em 1991, aquando da Guerra dos Dez Dias, ou Guerra da Independência da Eslovênia, o conflito armado decorrente da declaração de independência da Eslovênia da Iugoslávia.

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Eu queria visitar o museu, mas o paleio com um par de motociclistas acabou por esgotar-me e esgotar o meu tempo, e a visita seria muito demorada para eu a iniciar tão tarde!

É muito gratificante ficar à conversa com motociclistas, mas, numa viagem, normalmente é pouco produtivo, porque se fala essencialmente de motos e se gasta muito tempo com isso. Mesmo eu tendo tentado saber coisas diferentes, sobre locais e historias de viagem, nem sempre adiantou. Falou-se de motos e mais motos, encontros e outros motociclistas que fazem trilhos e convívios… tudo coisas que não conheço e de que só gosto de falar quando estou quieta, porque me esgotam quando estou em viagem, pois não trazem nada de novo!

Momentos giros que me tiraram o tempo que podia ter usado visitando o museu…

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Entrei na loja, comprei um boné para o meu moçoilo, dei uma olhada em redor e segui o meu caminho… Pode ser que um dia eu lá passe de novo e consiga visitar a coisa com calma!

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Parei mais à frente na sombra da igreja Župnijska cerkev sv. Petra, a igreja paroquial lá do sitio. Igrejas sempre me prendem a atenção, sobretudo em países onde sei que os interiores são inesperadamente diferentes dos nossos!

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E mais uma vez não me enganei! Embora a igreja fosse simples no exterior, era muito bonita no interior, todo pintado com cores e imagens extraordinárias. Pelo que percebi tudo aquilo foi pintado por um padre pintor! Fantástico!

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Estava nos domínios do Castelo de Predjama – o Predjamski grad.

O imponente Castelo, que tem mais de 800 anos, está encrustado no topo de um penhasco e é uma maravilha de origem medieval que parece saída de um conto de fadas.

Ali por baixo dizem que há uma rede de túneis secretos pelos quais o cavaleiro Erasmo de Lueg, saia e entrava, para as suas expedições de saque. Sob o castelo, encontra-se a Caverna de Predjama, com uma colónia de morcegos, acrescentando um toque misterioso e fascinante a toda a área.

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E há mais lendas ali, eu adoro descobrir lendas, e castelos sempre têm as suas.

Então, reza outra lenda que Erasmo de Lueg teria matado um nobre na Corte de Viena durante uma discussão onde o outro teria ofendido a honra de um seu amigo falecido. Como o nobre era parente do Sacro Imperador Romano Frederico III, Erasmo fugiu para seu Castelo de Predjama, para evitar a punição. Então o imperador enviou o governador de Trieste para cercar o Castelo, planejando privar Erasmo de comida. No entanto, Erasmo conseguiu sobreviver com alimentos entregues através de um túnel secreto no sistema de cavernas por baixo do castelo, ao que parece por uma mocinha que gostava dele.

Após o longo cerco de mais de um ano, Erasmo foi traído por um de seus servos e morto, quando estava a fazer as suas necessidades, com um tiro de canhão que destruiu a retrete toda e parte da muralha do castelo.

Que forma mais embaraçosa de um cavaleiro morrer!

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O castelo é conhecido como o maior castelo-caverna do mundo, sendo reconhecido como um dos recordes mundiais do Guinness. Devido à sua singularidade e grandeza, destaca-se como um dos castelos mais fascinantes do mundo, tendo já sido usado como cenário de varios filmes.

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O edifício atual é do século XVI, quando outra família nobre decidiu reconstruir as ruínas da estrutura medieval. Depois disso ele foi sempre habitado, até à proclamação da República Federal Socialista da Jugoslávia, quando foi confiscado pelas autoridades comunistas jugoslavas e transformado em museu.

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Eu já o tinha visitado numa outra viagem, anos atrás, por isso apreciei-o por fora, fiz uns pequenos desenhos e fui-me acomodar uma esplanada muito interessante, para lanchar qualquer coisa e apreciar o momento.

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Um lanchinho delicioso, numa esplanada cheia de esculturas de madeira, acompanhado por música e conversas com os senhores que estavam a servir no local.

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Até a placa dos bilhetes tinha direito ao seu próprio boneco em madeira! E sim, vstopnice que dizer bilhetes. As coisas que eu sei, heim?

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A seguir passei na famosa Idrija

A cidade é famosa por várias coisas: primeiro ali existem as maiores minas de mercúrio do mundo, depois o seu famoso Castelo Gewerkenegg é património mundial da humanidade e, finalmente, um novo mineral foi encontrado pela primeira vez em Idrija e recebeu o nome de idrialita em homenagem à cidade.

Segundo a lenda que, há mais de 500 anos, um fabricante de baldes descobriu mercúrio líquido perto de uma fonte e hoje sabe-se que Idrija é um local raro onde o mercúrio pode ser encontrado tanto na sua forma líquida como mineral.

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E lá estava o famoso Castelo Gewerkenegg. 

Foi construído pelos proprietários das minas, no séc. XV, para abrigar a administração, apoiar as minas e armazenar e proteger o precioso mercúrio contra as invasões turcas e venezianas. Por isso nunca foi um castelo convencional, dado que nunca foi residência de uma família aristocrática!

Não sei porquê, mas estava fechado, por isso tive de seguir caminho sem o visitar. Uma pena, pode ser que um dia eu volte a passar e consiga visita-lo por dentro!

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O verde é tão vibrante por aquelas terras!

A vantagem de se viajar de moto é que se sentem todas as variações de temperatura e todos os cheiros e aromas da natureza e isso é uma sensação que envolve completamente os sentido de forma inebriante, por vezes!

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É sempre como se a própria terra me convidasse com segredos antigos para explorar cada recanto de cada cenário em redor!

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A beleza cênica das estradas montanhosas da Eslovênia pode ser verdadeiramente incomparável.

Eu terei de voltar ao país para fazer algumas estradas fantásticas que estão na minha agenda. Mas, infelizmente, não agora, que o tempo não deixa e a mão não ajuda…

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Cheguei a Ljubljana cedo como eu queria

O meu hostel, moderno e bonito, foi ele próprio uma das razões da minha reserva, porque o queria ver por dentro.

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Na realidade, o edifício onde ele está, era uma antiga prisão militar que foi transformada num hostel moderno e artístico. Cada quarto do albergue foi projetado exclusivamente por diferentes artistas, tornando cada estadia uma aventura criativa e inspiradora.

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O hotel é reconhecido e premiado internacionalmente pela sua singularidade, perfeita adaptação de um espaço militar e beleza de decoração.

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Com um conceito e história únicos, passar a noite numa das 20 antigas celas de prisão, com grades nas janelas e portas, pode ser uma experiência muito interessante!

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E tem um pátio, onde mais tarde eu guardaria a moto, com pormenores interessantes!

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Outra razão para eu querer pernoitar ali é que o hostel está rodeado pela vibrante área de Metelkova, conhecida por seus bares, pubs, galerias, museus e teatros e arte urbana.

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O nome completo é Avtonomni kulturni center Metelkova mesto – “Centro Cultural Autonomo da Cidade de Metelkova”, e é um centro social e cultural autónomo localizado no coração de Liubliana.

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O nome completo do local é Avtonomni kulturni center Metelkova mesto – “Centro Cultural Autonomo da Cidade de Metelkova”, e é um centro social e cultural autónomo localizado no coração de Liubliana.

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Inicialmente, o aquilo tudo era o quartel-general militar do Exército do Império Austro-Húngaro e, posteriormente, do Exército Popular Jugoslavo.

Então foi ocupado por artistas e ativistas, desde setembro de 1993, depois do país se ter separador da Jugoslávia e após o exército se retirar, e recebeu o nome de Metelkova, em homenagem a um padre católico, filólogo e reformador linguístico esloveno do século XIX, Fran Metelko.

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Desde então, Metelkova transformou-se num centro cultural autónomo, conhecido por sua arte de rua, eventos culturais, clubes noturnos e exposições.

O quarteirão é composto por sete edifícios, antigos quartéis militares, espalhados por uma área total de 12.500 m².

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Metelkova atrai uma mistura eclética de visitantes com uma atmosfera alternativa e criativa, desde artistas e músicos a turistas curiosos em busca de algo diferente. Os edifícios coloridos e decorados com grafitis são palco para festas, concertos, performances teatrais e exposições de arte contemporânea. Além disso, o bairro é um importante espaço para a expressão artística e para o debate de questões sociais e políticas na Eslovênia.

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Metelkova é estudada por sua ocupação e convivência com as leis. É considerado um espaço heterotópico, que coexiste com a cidade legalmente. Dividido em áreas de arte, vida social, envolvimento civil, e comercial, convivendo bem com espaços institucionais como o Museu de Arte Contemporânea e o Hostel Celica.

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Em 2005, Metelkova foi declarada património cultural nacional, recebendo apoio financeiro do Fundo Cultural Europeu. É uma comunidade autogerida com urbanismo informal, inicialmente ilegal, mas agora legalizado, que contribui significativamente para a cena cultural de Liubliana, concentrado grande parte dos dos concertos musicais e eventos artisticos da cidade.

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Andava eu mas minhas explorações, quando um rapazão meteu conversa comigo. Na realidade eu andara por ali praticamente sozinha, por isso a sua abordagem não me inspirou muita confortavel. Mas ele era um tipo muito bem-disposto que se pôs a dizer uma infinidade de coisas até eu me rir. Aparentemente era esse o seu objetivo! Mas o ponto alto foi quando me dirigi à minha moto e ele ficou escandalosamente em estado de choque, por eu ir conduzir uma moto tão grande! Como ele continuava a gesticular eu acabei por lhe tirar uma foto para a posteridade, quando já me ia a afastar.

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Fui passear pela rua principal da zona antiga da cidade, que é sempre uma experiência encantadora. Àquela hora os monumentos estariam fechados, mas isso não seria um problema, visto que eu conhecia um pouco de tudo o que há para visitar por lá, de outras visitas anteriores à cidade.

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Os edifícios históricos sucedem-se de forma harmoniosa, com lojinhas, cafés e esplanadas a adornar a rua. E apetece parar, sentar e ficar a apreciar quem passa.

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Então chega-se à Praça da Cidade e lá está a Fonte Robba, também conhecida como Fonte dos Três Rios Carniolanos, um ícone de Liubliana. (Carniola é a região em redor da cidade).

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Felizmente não havia demasiada gente, o que permitia apreciar a beleza do local com uma luminosidade impressionante.

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Acho que não havia tanta gente nas ruas por ser setembro, como em agosto quando costumo viajar, por isso foi um passeio descontraído, sem demasiados turistas nem demasiado calor.

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O rio Ljubljanica atravessa a cidade serpenteando por ela de ponta a ponta e é ele quem dá o nome à cidade.

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Pude passear pelas margens calmamente. Lembro-me de passear por ali ao som de musica ao vivo, com magotes de pessoas a fotografar tudo e todos, sobretudo a si mesmas, e desejar voltar fora da época alta.

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Junto à Praça Peresen fica a Ponte Tripla e a Igreja Franciscana da Anunciação, do século XVII, a igreja paroquial é a mais icónica da cidade, que chama a atenção pela sua cor rosada, uma cor simbólica da ordem franciscana.

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Eu já lá tinha entrado há muitos anos, mas não deixei de dar uma olhada.

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O barroco não é o estilo que mais me fascina, mas não deixo de apreciar a sua grandiosidade decorativa.

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Havia um clima sereno e, aparentemente, não era apenas eu que tinha vontade de sentar e apreciar o momento.

O ambiente era super agradável, com o pôr do sol a aproximar-se. Era como se a tranquilidade do lugar convidasse todos a desacelerar e simplesmente apreciar.

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Acho que sempre que passo em Ljubljana janto junto ao rio e desta vez não foi exceção!

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Comi uma deliciosa piza, empoleirada numa tábua com pernas, acompanhada por uma enorme cerveja. Nunca me desiludo a comer naquela cidade!

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E fui embora com a barriga cheia, e o espirito leve por relembrar tão bela cidade, que já não visitava há alguns anos!

14. Passeando pela Grécia/Balcãs – subindo a Bulgária até Pleven

1 de setembro de 2022

Hoje iria subir a Bulgária.
As saudades que eu tinha de passear por aquele país! Lembrava-me que a ultima vez que andara por ali, e estivera em Plovdiv, tivera sensações muito agradáveis, com a simpatia do povo, os caminhos solitários ladeados por campos cultivados e as paisagens rurais com aldeias quase escondidas entre a vegetação. Por isso agora tinha em mente explorar outros sítios e outros percursos, assim a minha mão mo permitisse…

Ao pequeno almoço pude encontrar-me com o pessoal do alojamento. De entre aquela gente simpática havia quem, efetivamente, se lembrasse de mim e da minha moto preta.
“Ah, já não tenho essa moto preta, agora é branca!”
“Pois, já passaram alguns anos teve de trocar por outra.”
 “Bem, na realidade esta é a seguinte à que tive a seguir à preta…”
E vieram ver o meu ultimo modelo!
Entretanto, tal como da ultima vez que ali estive, o gatão veio tomar o pequeno almoço no meu colo! Há coisas que não mudam!

Considerando que eu estive ali há 6 anos, o bichano terá pelo menos uns 7 ou 8 anos. Lá ficou todo contente no meu colo enquanto eu errefecia o meu pulso febril e tomava o meu café. Eu gosto de gatos!

Plovdiv, uma das cidades mais antigas da Europa, tem um imenso significado histórico como uma encruzilhada cultural que remonta aos tempos antigos. O antigo centro histórico de Plovdiv é um tesouro de património arquitetónico que reflete o rico passado e as diversas influências da cidade.

Na subida para a parte mais alta da cidade, perto da porta medieval de Hisar Kapia, fica a Casa Kuyumdzhioglu, uma casa do sec. XIX que é hoje o Museu Etnográfico Regional de Plovdiv. Só pude visitar por fora pois estava fechada. Mas é tão linda que valeu na mesma o tempo que lhe dediquei!

O antigo Centro Histórico de Plovdiv possui uma mistura única de estilos arquitetónicos, incluindo arquitetura romana, bizantina, otomana e renascentista búlgara. 

Quando eu volto a uma cidade sempre procuro ver o que ainda não vi e deixo sempre algo para ver quando voltar a lá passar. Desta vez eu queria subir até Nebet tepe, uma das colinas da cidade. Nada de especial em termos de caminhada, já que eu estava alojada perto dali.

Ali foi onde a antiga cidade foi fundada. Os primeiros assentamentos em Nebet Tepe datam de 4.000 aC.

Dali de cima pode-se ver toda a cidade, desde os vestigios romanos até às collinas no horizonte. Dizem que as colinas de Plovdiv são sete! (lembrei-me que Lisboa também é uma cidade de 7 colinas!)

No entanto, sendo um ponto tão importante para a cidade e um monumento cultural de importância nacional, com tanta história acumulada por tantos séculos, pareceu-me bastante negligenciado e abandonado a si próprio! Uma pena…

As icónicas ruas estreitas de parelo irregular, ladeadas por casas coloridas do século XIX, com distintos andares superiores salientes, são emblemáticas do charme da região. 

As casinhas são tão fofas com fachadas ornamentadas e pisos superiores suspensos sobre estruturas de madeira, que só apetece fotografar e desenhar até à exaustão! E a cor das paredes, com o reflexo da luz forte do sol, tornava cada ruela estreitinha num “tunel de beleza”!

A porta medieval de Hisar Kapia é imponente, com as casas em redor de cores fortes a tornar o conjunto verdadeiramente único!

Lembro-me que a primeira vez que cruzei aquela porta de moto, estava com a minha CrossTourer preta, assustei-me com a irregularidade das pedras do chão. Eu tinha tido motos mais baixas por tanto tempo que tive medo que, se me desequilibrasse com o saltitar da moto, não chegasse a tempo com os pés ao chão para me segurtar de pé!

Claro que acabei por me rir de mim própria, como podia eu ter medo de cair com uma moto tão mais leve do que a que eu tinha antes? Qualquer pésada ao chão me equilibraria muito facilmente! E lá continuei o meu caminho pelas ruelas todas tortas da cidade, toda contente.

Depois do piso torto do centro histórico, qualquer paralelo parecia alcatrão lisinho!
Eu sempre digo que, depois de experimentar o pior, qualquer coisa parece melhor!

A Bulgária pode não ser um país rico e ter algumas estradas em mau estado,(todos os paises têm) mas, num geral, pode-se circular com bastante conforto pelo país. Na realidade a maioria das estradas que já percorri no país, (e foram muitas) estavam em bom estado. E desta vez não foi diferente.

Outra curiosidade que sempre me agradou no país é que, embora seja exigida uma vinheta para se circular nas autoestradas/vias rápidas, essa exigência não se aplica às motos.

Lembro-me de andar pelo país e, embora sem conseguir ler uma palavra de búlgaro, perceber pelas figurinhas em placas, que estavam por todo o lado, que precisava de uma vinheta. Preocupada em poder ser intercetada pela policia e não ter a dita cuja, assim que vi uma cabine de venda da coisa, fui tratar de comprar uma para mim. Qual não foi a minha surpresa quando a senhora me diz “Moto free!”

Ainda perguntei se era free naquela estrada mas ela, fazendo gestos de negação com as mãos, respondeu: “motos free in all Bulgaria!”

Wow! E eu habitada a que a moto pagasse para tudo no meu país!

O meu destino era Veliko Tarnovo, uma cidade com uma importância significativa na história búlgara.

Não havia onde deixar a moto. Ainda andei para baixo e para cima, na rua, à procura de um cantinho para a pôr, mas nada! Então recorri à minha estratégia mais básica, subir o passeio e perguntar ao senhor da cabine de entrada se havia um sitio por ali onde pousar a minha motita para ir visitar a fortaleza. Claro que havia, ali mesmo!

E lá ficou ela, quase no meio do caminho, onde ele me indicou, de forma que ele a pudesse ver! Não são fantásticos os búlgaros?

Para visitar a Fortaleza de Tsarevets é preciso comprar um bilhete. Oh valha-me Deus, além de ir derreter a mioleira caminhando colina acima debaixo do calor, ainta tenho de pagar por isso!

A Kaca sempre me faz sorrir!

E lá estava ela, a Fortaleza de Tsarevets, também conhecida como “Cidadedos Czares”.

É uma fortaleza histórica construída durante o Segundo Império Búlgaro, possui até hoje um imenso significado histórico e atrai visitantes de todo o mundo.

As coisas que eu estudei e descobri sobre a Bulgária aparecem ali tão bem situadas!

O leão tem uma presença significativa na cultura oficial dos búlgaros e é um símbolo do poder do Estado, também sendo integrado no brasão nacional. A palavra antiga para leão, lev, é utilizada para denominar a moeda da Bulgária.

E à medida que se sobe, as perspetivas sobre a cidade são muito bonitas.

Toda a colina era cidade, cercada por densas florestas e altos picos. Era certamente bastante impressionante, sobretudo pelo seu poder e imponência, que na época seriam bem maiores!

A localização estratégica da cidade, nas falésias sobranceiras ao rio Yantra, tornou-a numa fortaleza natural e num símbolo de força e resiliência.

Olha-se para os desenhos dos mapas e olha-se em redor, e está lá tudo! O rio Yantra a dar a volta a tudo de uma forma que apenas um drone conseguiria registar!

No ponto mais alto da colina, fica a Igreja Patriarcal da Ascensão, que foi construida sobre os vestígios de uma igreja cristã antiga, do século V.

Durante o império búlgaro no século XIII, esta igreja era considerada a principal igreja do país, fazendo parte do patriarcado da igreja ortodoxa da Bulgária. Não haveria Czar sem o patriarcado, daí a grande importância desta igreja na época.

Hoje, depois de restaurada, não funciona mais como igreja e não conserva, certamente, grande parte das suas caraterísticas originais, mas é um espaço bonito e intrigante, pela decoração que ostenta.

Ui, estava tão fresquinho ali dentro que só faltava um banco ou uma cadeira para eu ficar por horas lái dentro!

Sair dali era como cair no mundo real, depois de ter relembrado trechos da
história da Bulgária que trazia comigo para me orientar, desde a cabine da
entrada.

Bora lá, que para baixo todos os santos ajudam.

 

Pleven está localizada numa região agrícola na planície do Danúbio, eu já lá andara perto quando fizera o Rio da nascente até ao delta, mas explorara a redondeza deixando a cidade para ver mais tarde.

Ora o “mais tarde” seria hoje, por isso siga para lá que tenho fome e quero ver coisas e comer sem pressas!

A praça principal de Vazrazhdane é o “centro do mundo” ali!

A gente começa a caminhar e parece que toda a praça foi preenchida por uma enorme fonte sem fim, que passa, ora por baixo ora por cima dela! Está por todo o lado!

Com desníveis, cascatas e repuxos de vários tipos e estilos, aquilo dá caminhos criativos em varias direções, com gente que se senta um pouco em qualquer lado a ler ou a conversar.

Há um clima curioso e diferente por ali!

Ao passear ao longo da enorme fonte encontrei os 3 famosos sapinhos de Pleven sobre uma pedra.
Ao que parece alguém tentou “sequestrar” um deles danificando a simpática obra escultórica.
Um cidadão anonimo conseguiu evitar o sequestro tornando-se oficialmente o seu salvador.  

Sempre que me passeio pelos paises de leste tenho aquela sensação de caminhar pelas histórias da História que estudei na escola, por isso memoriais sempre me chamam a atenção, pois podem referir-se a eventos que eu já conheci! E assim era, outra vez, naquele momento!

Aquele é o monumento “Bratska Mogila” que foi construído nos anos 70 em memória dos combatentes caídos contra o fascismo e o capitalismo. Hoje também glorifica os soldados búlgaros que morreram na Guerra Russo-Turca.

A câmara da cidade ao fundo

Lá estava a Capela-mausoléu de São Jorge, o Conquistador.

O mausoléu foi dedicado aos soldados russos e romenos que morreram durante o cerco de Pleven em 1877 e é chamado de São Jorge, em homenagem ao padroeiro dos soldados. E eu a pensar que estava lá dentro o santo!

Muitos dos restos mortais dos soldados foram depositados no local. O edifício faz parte do brasão da cidade.

E era hora de ir para casa…

O meu quarto ficava lá bem no alto, o que me proporcionava uma perspetiva bem bonita da cidade… ou antes, daquele lado da cidade!

Davam chuva para amanhã, por isso eu estava a preparar-me mentalmente para o banho e a escolher as visitas de interiores, já que na rua provavelmente não daria para ver grande coisa.

Amanhã seguirei para a Sérvia…

60 – Passeando até à Suiça 2012 – A Bélgica – Laarne, Leuven e Mechelen

29 de Agosto de 2012

Era o meu 3 dia de explorações por aquelas bandas, peguei no mapa e desenhei um percurso composto de cidades que há muito queria conhecer, mais algumas coisas que me apareceram pela frente e outras ainda que nem valeram a pena parar!

Mas tudo é fantástico quando se anda na estrada por conta própria e completamente ao nosso gosto!

Uma coisa que gosto sempre de ver e saber é como vivem as pessoas! Não dentro de suas casas, mas em termos urbanísticos e arquitetónicos, como são as casas no campo, como são as estradas nacionais, o que têm de cada lado?

E descobri casas lindíssimas por todos os caminhos que fiz!

Segui para Laarne onde sabia que havia um castelinho do séc XII giro que eu queria ver de perto, e lá estava ele!

O Kastel Van Laarne que… estava fechado naquele dia! Descobri lá que só está aberto à quinta e ao domingo!

Eu queria vê-lo porque ele é um dos mais bem preservados castelos com fosso da Bélgica.

Como estava fechado poupei os 7€ e andei a passear pelos seus domínios, porque o portão estava aberto e ninguém me impediu de entrar!

O castelo foi alterado no séc. XVII, quando perdeu o seu ar defensivo, e preserva hoje características dessa época.

Nas antigas dependências de carros hoje funciona um restaurante, que áquela hora estava fechado.

Mas do seu jardim pode-se ver o castelo rodeado pelo fosso, que é um lago!

E segui para Leuven, que em português se diz Lovaina! Uma cidade universitária com um centro histórico muito interessante e que eu queria ver de perto! Estão a construir uma espécie de grande passagem inferior no meio da rua/praça principal!

Diz-se que a universidade de Leuven é a mais antiga universidade católica do mundo ainda em funcionamento, lá estudou “o nosso” Damião de Góis!

Logo ali à frente está o “Fonske” o estudante que jorra, (dizem eles) ciência para a cabeça! A mim pareceu-me mais cerveja, a considerar pela espuma que aquilo fazia!
Depois estamos na cidade berço de uma das maiores cervejeiras do mundo, na terra da Stella Artois!

A Catedral em gótico tardio, do séc. XV dedicada a Sint-Pieters é mais bonita vista de trás do que de frente!

Porque na realidade a sua torre sineira nunca foi acabada, depois de diversos azares, colapsos e falta de fundos para completar a obra, o que a faz parecer incompleta… e é!

Por dentro é a beleza gótica!

Na Grote Mark – Grand Place, a animação é constante, embora seja muito mais intensa em época de aulas, já que os alunos universitários aumentam a população da cidade, como acontece por cá em Coimbra, por exemplo!

E aí fica o edifício mais espantoso: a Rathaus da cidade!

Um edifício gótico lindíssimo, do séc. XV, que demorou 30 anos a construir e é considerado um dos edifícios mais belos em gótico tardio da Europa e uma das Câmaras mais famosas do mundo! Embora siga pormenores de outros modelos, como a de Bruxelas, não tem nenhuma torre alta.

É linda e impõe-se sobre tudo o que existe na praça!

Tenho de reconhecer que fiquei deslumbrada! Sentei-me numa esplanada e fiquei a admira-la longamente!

A universidade e a extraordinária biblioteca ficaram para uma próxima visita, segui para a minha motita. Nunca tenho a pretensão de ver tudo o que há para ver, prefiro ver bem o que me apetece no momento!

E voltei à estrada, para apreciar o que me fosse aparecendo até Mechelen!

Que também tem uma catedral gótica ou a Sint-Romboutskarhedraal, do séc. XV e também com a sua torre incompleta!

Lá dentro tem diversos elementos posteriores, tanto decorativos como estruturais, depois de destruições, pilhagens e quase demolição, a reconstrução introduziu elementos barrocos importantes.

E mantem-se imponente com a mistura resultante!

A sua torre parece decepada mas é bem visível pela sua grande dimensão, mesmo incompleta, pois tem 97 metros e comporta quase 100 sinos!

Na Grote Mrakt estavam a desmontar os restos do que devia ter sido uma grande festa!

E é lá que fica mais uma Rathaus extraordinária! Esta mistura 3 estilos: o gótico do séc XV, o gótico tardio e um “remate” barroco!

Uma cidade curiosa que não precisa de muito tempo para ser visitada!

E voltei a pegar na motita para seguir para Lier!

(continua)

31 – Passeando até à Suiça 2012 – Romont, Moudon e Gruyères – Museu Giguer!

17 de Agosto de 2012

Friburgo é uma cidade que conheço bem e que visitei recentemente por isso serviria mais para “pouso” para dar a volta e ir a uma das regiões do meu coração: La Gruyère!

Claro que o caminho faz-se caminhando, no meu caso rolando, e até, lá fui vendo o que me aparecia na berma da estrada!

Parei logo em Romont para ver a sua Colegiada de Notre-Dame de l’Assomption.

Linda por dentro, muito mais do que prometia por fora!

A cidade é medieval (com origem no séc. X) e a sua Colegiada também, linda e cheia de cor e encanto, gótica do séc. XIII!

Quase em frente fica o castelo chamado de Grand Donjon, pois mais à frente há uma outra torre do Donjon Petit.

Neste Grand Donjon funciona o museu do vitral

Da muralha vê-se ao longe a torre cilíndrica do Donjon Petit.

Em frente fica o parque de estacionamento da cidade, onde eu estacionei e me pus a apanhar sol, que isto de andar sempre de capacete ou chapéu estava a pôr-me a cara de 2 cores: clara de meio para cima e escura de meio para baixo!

Continuei o meu caminho apreciando as paisagens que me apareciam a cada curva do caminho.

Caminhos daqueles que eu gosto, por entre campos alcatifados de verde e quintinhas de contos de fadas!

Ao longe Lucens e o seu Castelo do séc. XIII, faziam da paisagem um cartão postal!

E cheguei a Moudon, mais uma cidade de origem medieval e com os seus encantos e o rio Broye a atravessa-la!

Ruínhas antigas que gosto de percorrer!

Com escolas a funcionar há séculos em edifícios históricos!

E o meu destino estava já ali à frente! O Pays de la Gruyère é uma zona rural de médias montanhas, pois fica nos pré-Alpes, cheia de encanto pelas suas paisagens ondulantes e verdes!

É muito fácil alguém se apaixonar por aquela paisagem encantada e encantadora!

E cheguei à cidade medieval de Gruyères! A cidadezinha visita-se a pé, mas tem parque pertinho, sem que sejamos obrigados a fazer uma longa caminhada até ela!

Deixei a minha motita na conversa com uma série de outras motitas e lá fui, 8 anos depois da minha ultima visita, passear por aquele mundo medieval …

A cidade deu o seu nome à região e ao queijo, um dos queijos suíços mais famosos no mundo!

Ao fundo La Dent de Broc, os montes a lembrar dentes.

A capela Le Calvaire, ao centro da cidade!

Olhando para trás, um outra perspetiva da rua larga, (quase praça) central da cidade, com o Moléson a espreitar ao fundo. Eu tinha de subir àquele monte mais uma vez e seria naquele dia, pois o céu estava limpo e com grande visibilidade.

Mas eu tinha muito tempo por isso havia uma série de coisas a visitar antes de pensar em subir montes! Como o castelo, um dos castelos mais famosos da Suíça!

A sua entrada fica mesmo ao lado do chalé que se chama Chalet, onde se come uma deliciosa raclete e um não menos delicioso fondue de queijo… ui as duvidas que eu iria ter ao escolher o meu almoço ali, umas horas mais tarde!

As casinhas medievais em torno da praça são espantosas e bem conservadas. Parece que recuamos diversos séculos e só falta olhar por mim abaixo e envergar longas saias até aos pés, a condizer com a envolvência!

A cidade foi sendo restaurada e mantida em toda a sua beleza até aos dias de hoje e a verdade é que um bom trabalho foi ali feito!

E lá estava o chalé chamado Chalet! Às vezes que eu já la fui, posso ser considerada uma cliente da casa!

Logo a seguir à porta das muralhas do Castelo de Gruyeres, fica o edifício chamado de castelo de Sainte-Germain, onde fica o museu Giger!

E era ali que eu queria ir! Já há muito tempo que eu o visitara e apetecia-me voltar a ver a obra do grande criador de monstros!

Hans Ruedi Giger, ou H.R.Giger, como aparece referenciado, é um artista suíço surrealista que cria os mundos e personagens mais estranhos e inquietantes que se possa imaginar! Não é por acaso que é tão plagiado!

Foi ele quem criou o monstro e os decors do filme “Alian, o 8º passageiro” de 1972, que lhe valeram um Oscar!

Aquele museu sempre me impressionou pelo pormenor e riqueza coerente decorativa que contem! Aquele chão é espantoso!

Cá fora duas esculturas sugestivas

É proibido fotografar lá dentro, por isso todas as fotos que aqui aparecem… foram distrações da minha parte e das câmaras de segurança, por isso podem não ter a melhor qualidade de focagem! 😮

Não consigo deixar de me deslumbrar com as suas criações!

Parece que tudo deriva de interiores orgânicos, de ossos, ou vísceras! Olhando pela janela até a decoração do jardim faz parte do mundo Giger!

A sua obra é composta por pintura, escultura, design de comunicação e de interiores e cenários cinematográficos!

A receção é sugestiva, num ambiente negro e cheio de personagens alienígenas. Infelizmente não poderia fotografar de outro ângulo, pois as personagens são muito bonitas.

Encontrámos várias esculturas pelo museu, construídas em materiais que as fazem parecer corpos petrificados!

Aquela decoração de sala de jantar sempre me fascinou! Apetece mesmo sentar ali. Se bem que o espaldar das cadeiras é rugoso e com textura óssea!

Lá em baixo, em frente ao museu, do outro lado do caminho, fica o bar Giguer, deslumbrante também!

Também ali não gostam que se fotografe, aquilo é um bar não é um cenário para fotos! Mas venha lá alguém impedir-me de fazer meia dúzia de fotos!

Porque aquilo é lindo! Parece que estamos dentro da barriga da Moby Dick!

E são confortáveis aquelas cadeiras!

Tive de me forçar a sair dali, ou ainda por lá estaria hoje a tirar fotos aos molhos, como os chineses!

(continua)

17 – Passeando até à Suiça 2012 – de Lugano a Davos passando pelo Sant Bernardino Pass

10 de Agosto de 2012

Estava na hora de sair do Tecino e seguir para Davos, mais propriamente para Monstein, onde passaria 3 dias. Davos está longe de ser uma cidade bonita, embora também não seja feia de todo! O seu encanto reside, não da sua beleza como cidade, mas sim na sua envolvência! Por ser a cidade mais alta da Europa é rodeada por montes e estradas serpenteantes e Cols e Pass de fazer perder a cabeça! E os que não ficam perto de si, também não ficam longe, porque naquele país parece que tudo é perto de tudo!
Segui então alegremente para uma das minhas zonas preferidas na Suíça!

Claro que pelo caminho havia muita coisa que eu queria ver! Bellinzona, por exemplo! Afinal eu andara ali pela redondeza e deixara a capital do Ticino para visitar à partida para Davos!

Uma cidade com 3 castelos, o que a torna única e o seu conjunto o mais espantoso dos Alpes! O que fica mesmo no centro da cidade, o Castelgrande é o mais antigo dos 3, estava fechado aquela hora da manhã, mas podia-se ver a cidade a partir da sua muralha!

Andei por ali a cuscar um pouco… O castelo é do séc. X e XI e é mesmo grande, mas eu só o veria da encosta do outro monte.

A cidade cá em baixo é cheia de encantos e recantos!

O Palazzo Cívico, a câmara local, um edifício do início do séc. XX

Muito bonito por fora, com a sua torre

mas ainda mais bonito por dentro, com um pátio interior a lembrar um claustro!

A Igreja de Collegiata dei Ss Pietro e Stefano, que não me apeteceu visitar! (às vezes acontece-me sobretudo quando se trata de igrejas posteriores ao séc. XV… e está é do séc. XVI!)

Ao lado da Collegiata existe uma ruinha que sobe, sobe até ao castelo Montebello, mas a coisa seria muito mais interessante indo pela estrada aos SS de moto! 😀

e lá estava o segundo dos 3 castelos!

Não se paga para visitar este castelo, apenas se entra e anda-se por onde se quiser!

A paisagem a partir das ameias é muito bonita e permite ter uma ideia mais geral do “Castelgrande”, lá em baixo!

Duas torres são bem visíveis, a Torre Nera de 28m e a Torre Bianca de 27m, sobressaindo no meio do recinto muralhado!

Em ambos os castelos funcionam hoje museus! Deixei o castelo de Montebello

E segui para cima, para o castelo Sasso Corbaro e de lá pude ver o castelo de Montebello na sua totalidade! É sempre de uns que se vêm melhor os outros!

E como o Sasso Corbaro é o ultimo não havia mais nível superior para o ver!

Mas de lá podia ver toda a cidade de Bellinzona!

E pronto, estava na hora de continuar. Embora Bellinzona fique junto ao maciço de St Gottard eu não iria fazer o Pass, não me apetecia desviar do meu caminho para fazer a estrada, embora por momentos me tenha passado pela cabeça faze-lo…

Por aqueles dias andavam muitos militares nas ruas de moto, 2 a 2, de colete laranja!

E foi nessa sequência que apanhei a minha Magnífica na Cama!

E logo à frente encontrei a Sorte, o que foi uma alegria para mim, depois dos dias de azar que vivera antes da partida! 😀

As paisagens rurais por ali são simplesmente deliciosas e apetece parar a cada quilómetro para tirar mais uma foto!

E vai-se subindo e os montes vão espreitando!

E não há o que lamentar por não se ter feito um Pass, pois haverá logo outro mais à frente à nossa espera!

Com direito a lago e tudo! O Lago Dosso em Sant Bernardino Pass!

E o Pass continua cheio de beleza!

Todo enrodilhado pelo monte acima!

Lindo e delicioso de fazer, de curva em curva!

E no topo do Pass um outro lago nos espera, lindo e a grande altitude: O Laghetto Moesola!

E estava no cantão de Grisões, o cantão maior do país e o único onde se falam 3 línguas, para além de ser um dos mais bonitos da Suiça! As línguas que ali se falam são, o alemão, o italiano e o romanche (uma língua muito antiga que deriva do latim).

Já gora os cantões que compõem a confederação Suíça são 26, já que há quem pense que são 3 ou 4 de acordo com o numero de línguas que se fala no país! A prova é que num cantão apenas como os Grisões se falam 3 línguas!

E toca a descer do outro lado, pois o Pass continua por ali abaixo, delicioso!

O aspeto dele na imagem do GPS era lindo!

Mais à frente o lago de Sufnersee espera-nos, mais uma barragem lindíssima!

(continua)