Passeando por São Miguel – Açores – II

(continuação)

A vida nem sempre corre como a gente deseja e precisa, e a minha tem dado voltas por vezes complicadas, afinal continuo a percorrer o mais difícil ano da minha vida, cheio de coisas lindas e novas, mas também de coisas ruins e difíceis… e as viagens ficam de repente tão longe que a necessidade de voltar a elas é já cheia de saudade e vontade de voltar a viver aquilo tudo outra vez!

Então volto aos Açores e ao momento em que partia para dar a volta à Ilha de São Miguel. Claro que não perdi a oportunidade de montar numa ou duas motitas… RRs sempre me despertam a atenção!

Quando vou passear com pessoas da terra eu nunca faço trabalho de casa, não estudo nada do que há para ver e apenas me disponho a seguir o grupo e ver o que me mostrarem, se estou com eles faço o que eles fazem.

A cada paragem uma oportunidade de conversar com os companheiros de viagem e de olhar em redor, apreciar pormenores!

As praias de areias escuras sempre me impressionarão, mas os rochedos como massas de pedra negra, que fundiu e se revolucionou, fascinaram-me!

Os pormenores me encantam

E a minha nova amiga parecia uma vedeta naqueles enquadramentos!

E Ribeira Grande deixou de ser letra de uma canção para se tornar ponto de paragem para “picnicar”

Motos de todos o géneros e feitios, porque se as pessoas são tão diferentes não será muito natural terem motos todas iguais!

Parabéns à organização, que pensou e preparou comidinha com fartura para toda a gente.

E aos comilões tão civilizados e bem-dispostos!

A casa do chá, tão bonita toda a envolvência. Fábrica de Chá Gorreana, a mais antiga, e atualmente única, plantação de chá da Europa.

Se estivesse ali sozinha teria feito alguma aguarelas bem fofinhas, porque tudo é inspirador, desde as cores até à ordem como as plantações de enquadram no conjunto!

Mas andei a passear um pouco no meio do chá, a ver se ficava chalada…

Muito interessante perceber as voltas que as folhas dão até se tornarem em chá

e provar o verdadeiro, ali mesmo, feito fresco para nós!

A estrada atravessa o Parque da Ribeira dos Caldeirões, permitindo perspetivas inspiradoras sobre a ribeira, os jardins e os moinhos

Mas a cascata é que prende quase totalmente a atenção, porque é linda e muito acessível

E, muito importante, há espaço para estacionar todas aquelas motos por perto!

Mas a volta à ilha não se faz de uma vez só, tradicionalmente inclui uma noite de campismo pelo meio! Tive direito a uma tenda gira, que ainda era aparentada com a que me acompanhou na Islândia! É a do meio, claro!

Campismo, serão e comidinha, claro. E lá estava o porquinho no espeto à nossa espera.

O sitio era lindo e por aquela altura a minha AfricaTwin já parecia minha e eu já a olhava de longe achando-a a mais linda de todas as motos! Que fazer, a gente aficciona-se a quem nos trata bem, né?

E comeu-se e bebeu-se na mais amena cavaqueira, que a mesa é sempre a melhor companhia para conversas descontraídas

Conversas sobre motos e moto-clubes também, afinal o motivo que nos levou até ali!

E eu iria falar sobre viagens e tal…
Eu nunca tenho vontade de falar de viagens antigas quando acabo de fazer uma nova, por isso aquele momento acabou por se tornar especial para mim, pois num instante (que foram umas horas, vá) revivi pormenores que não queria esquecer e as fotos ajudaram a relembrar.

E chegou a hora de nanar. Enquanto uns dormiriam na natureza, outros dormiriam na “cozinha”, mas com tenda e tudo 😉

Depois do estagio na Islândia e nas Ilhas Faroé, dormir numa cama baixa, com uma lona a tapar as estrelas, não custou nada. A única dificuldade era levantar-me da cama, que era mesmo muito baixa!

Foi muito agradável tomar o pequeno almoço com tanta gente conhecida em redor, depois de tantos tomados a solo algures no meio de lado nenhum! Uma animação logo pela manhã!

Para alguns o passeio terminava mesmo ali e na despedida ofereceram-me uma t-shirt que recebi com muito carinho, pois é uma memória de gente que gostei muito de conhecer! O autocolante ainda vai para a minha moto, que é tão negra que tenho de encontrar um sitio na zona vermelha para o colar 😉

Obrigada, havemos de rolar juntos de novo um dia!

As ruínhas e as localidades que cruzamos até completar a volta à ilha, deram-me vontade de explorar mais.

E as guloseimas também deixaram vontade de experimentar mais, embora eu não seja muito de doçarias, tenho de admitir que os doces tradicionais frequentemente me agradam!

Este passeio terminou com um simpático almoço, com a também simpática direção do Moto-clube no restaurante do hotel que me hospedou.

Um momento muito agradável de conversa e boa comida que ficará para memória futura, para mim…

Amanhã irei passear um pouco pela ilha por conta própria e depois com a companhia do meu amigo Nicolau Wallenstein, vamos ver os desenhos que eu consegui fazer até ele chegar à minha beira! 😉

(continua)

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Passeando por São Miguel – Açores – I

Para mim é sempre uma surpresa quando as pessoas querem estar comigo, ter-me como convidada e ouvir-me falar de viagens, porque acho sempre que há tanta gente a fazer coisas mais fantásticas do que as que faço. E, por muito que as pessoas se sintam agradecidas pela minha presença, eu serei sempre mais agradecida pelo convite e ficarei, de alguma forma, eternamente grata pelos momentos que me proporcionam.

Às vezes dizem-me que se sentem felizes pela minha presença mas feliz fico eu por ter o privilégio de conviver e partilhar estrada com gente maravilhosa!

E foi isso que aconteceu quando me convidaram para ir até aos Açores participar num momento tão importante na vida do Clube Motard de São Miguel, por entre os diversos eventos de comemoração dos seus 25 anos de existência.

É certo que estaria a voltar de uma grande viagem, mas, pudesse eu viajar por toda a minha vida, que seria tão feliz!

A volta à ilha é uma iniciativa já tradicional, para o Clube Motard, que foi retomada e que achei fantástica! Por isso voei para os Açores apenas três ou quatro dias depois de chegar da minha viagem à Islândia/Ilhas Faroé/Noruega.

Voar para mim não tem nada de stressante! Nenhum meio de transporte me stressa, desde que não implique grandes deslocações de carro e ver o mundo lá de cima sempre me fascinará.

Fui recebida pelo meu amigo Nicolau Wallenstein e uma magnífica Africa Twin gentilmente cedida pela EQUIPONDA. Um muito obrigado pelo cuidado e confiança de me porem nas mãos uma moto extraordinária, acreditando que eu vinha em condições de a conduzir sem fazer asneira, depois de tantos dias de viagem, que enfraquecem a minha capacidade e destreza. Merci!

E o que eu gosto daquela moto!

Claro que, ao passar na placa identificadora o arquipélago, e de acordo com a minha tendência que é já tradição, eu tive de parar e fotografar a moto junto dela. Ok, desta vez eu tinha quem me captasse a mim junto da dita e da moto, ficou melhor que a moto abandonada ali!

Tinham reservado para mim um pequeno recanto do paraíso que, ao anoitecer, era lindo, com o mar logo ali!

Naquela noite foi pousar as coisas e sair, mas deu para ver que estaria muito bem alojada!

Porque teria de levar a minha nova amiga AT a conhecer o Clube Motard que me acolhia!

Tenho de confessar que, cá no fundo, eu sou sociável, mas sou meio tímida! Fico sempre com receio de ficar num canto sem conhecer ninguém nem ter com quem falar ou quem fale comigo! Mas ninguém me deixou só e sem jeito!

Foram momentos muito giros, com gente tão boa que eu nem dei pelo tempo passar!

Ninguém me deixou sozinha e sem jeito e todos foram adoráveis! Ficaram no meu coração!

Há coisas que não valem nada, têm apenas o valor que a gente lhes dá, pelo menos para quem se lembra delas, e eu lembrei-me de trazer um potinho de areia da Islândia para os Açores! Afinal há coisas em comum entre eles, ambos estão sobre placas Tectónicas  (acho que é assim que se chamam) e têm pequenas semelhanças, como as areis negras!

Coisas a que eu acho piada, espero que tenham achado também! 😉

E foi um serão muito bem passado, sem que faltasse nada, risadas, histórias, estórias e cerveja!

E meninas de garra e bom humor a completar o quadro! Eu sempre fico feliz quando encontro meninas condutoras

A aventura começaria no dia seguinte.

Entretanto tudo esteve tão bem no espaço gentilmente cedido pela ANC Experience Resort, onde eu dormiria como uma princesa! Um grande agradecimento pelo acolhimento.

Senti-me uma privilegiada num apartamento delicioso, a experiência certa para quem precisa de relaxar depois de uma longa e exigente viagem, como a que eu terminara dias antes!

E a paisagem fantástica com Ponta Delgada no horizonte!

Vamos lá ao encontro dos meus novos amigos!

O espaço do Clube Motard é muito agradável e cheio de espaço para estacionar todas as motos que apareçam.

Motos de todas as marcas, géneros e feitos!

E as meninas de moto, a cereja em cima do bolo!

Eu estava sempre distraída com o que ia acontecendo, por isso não tirei tantas fotos assim, mas gosto de lembrar quem estava para memória futura, porque são pessoas que não quero esquecer!

Instruções do sr. Presidente para a partida…

E vamos lá dar a volta à ilha!

(continua)