36 – Passeando até à Escócia – O dia dos 4 países!

28 de Agosto de 2011

E chegava o momento de partir, de sair do reino!

Finalmente voltaria a circular pelo lado certo, finalmente não teria de pensar todo o tempo “vai pela esquerda mulher” “chega-te para a faixa de lá no cruzamento à direita” “cuidado com o «SLOW» ao contrário”… “pelo sim pelo não encosta-te às sebes à esquerda” “ESQUERDA, ESQUERDA!” …

Mas afinal não me apetecia nada voltar… havia tanta coisa para ver que deixara para trás, que só queria um pouco mais de tempo!… mas era hora de partir, tinha o caminho traçado…

Tomei um grande e variado pequeno-almoço, despedi-me do pessoal simpático da pousada, um ambiente ainda mais acolhedor com o sol a entrar pelas janelas.

E fui embora, dar uma última voltinha pela cidade.

Não tinha feito nada do que toda a gente faz quando vai a Londres! Mas não quis partir sem ver de perto um guarda de chapéu peludo!

O Buckingham Palace estava fechado, era cedo e as pessoas amontoavam-se aos poucos junto das grades.

O Wellington Arch, também chamado de ‘Constitution Arch’ em frente ao Buckingham Palace. Dizem que representa a paz no seu carro!

Tirei uma última foto com a minha Magnífica e o Big Bem como fundo, para o álbum dela e segui para Dover. Não valia a pena perder mais tempo a ver o que quer que fosse à pressa. O embarque seria às 11 horas, por isso não iria stressar com corridas.

Desci até à borda do país nas calmas, segui o meu trilho serenamente e posicionei-me para embarcar. Um senhor de Jeep, muito simpático veio oferecer-se para me tirar uma foto junto da moto. E eu lá fiz de modelo.

Logo a seguir um motard, que chegou entretanto ofereceu-se para ser meu fotógrafo também! Aceitei gentilmente (puxa, de repente toda a gente se oferece para me fotografar!) Lá fiz de modelo de novo!

A minha motita foi tratada com todas as mordomias, é o que vale ser-se uma de quatro motos! Se fosse uma multidão delas seria diferente, certamente!

Este ferry que me trouxe era tão confortável como o que me levara!

O dia estava chuvoso e nem me aproximei do convés! Vento e chuva não era o que mais apetecia naquele momento! Mas o azar do mau tempo ainda estava para chegar! E eu que me queixava do tempo em Inglaterra, apanhei a chuva toda em França!

Desembarquei no sítio que já conhecia mas, de repente, tudo parecia surrealista!
Eu contava com tudo menos que iria stressar ao entrar na estrada pela direita! Hesitei, quase parei, o meu cérebro deu um nó e eu não sabia o que estava a fazer! Corri um pouco para chegar até aos carros e seguir atrás deles e tive medo de ficar sozinha na estrada com aquela confusão no meu sótão!

Como podia estar a acontecer tal coisa? Como podia eu, em apenas 18 dias, ter-me habituado tanto à condução pela esquerda, ao ponto de stressar para conduzir pela direita? “acho que os meus alarmes estiveram tanto tempo ligados para eu não fazer bosta a toda a hora que agora não desligam mais!”

Apareceram as rotundas e eu morri de susto em cada uma delas… valha-me Deus, com a porcaria da chuva e do miolo a funcionar ao contrário, ainda me ía matar por ali! Apanhei uma via-rápida, deveria ser mais fácil engrenar na circulação correcta em vias de um sentido apenas. E foi a escolha certa! Cheguei direita a Lile, embora ainda meio baralhada!

Chovia bastante e não me afastei muito do centro, junto da Bolsa Velha, um edifício muito interessante do sec XVII

Logo ali ao lado fica o Teatro Sebastopol e a Câmara de Comércio, na Praça do Teatro, com a sua torre do relógio que toca canções populares a toda a hora!

Dei uma volta pela cidade sem me deter muito nos seus recantos e encantos porque chovia.

Encontrei o rio e a cidadela, que não fui visitar.

Na berma do Rio Vauban.

Há quem viva no rio, não é só em Amesterdão!

Acabei por me por a andar pois a chuva estava a chatear-me mesmo, continuei a descer o país!

Há muito que andava para passar em Luxemburgo e foi desta vez a vez de lá passar.
Luxemburgo é o nome do país, o único Grão-Ducado do Luxemburgo existente, e é também o nome da sua capital. É pequenino mas muito bonito, ainda hei-de visita-lo melhor.

A capital é uma cidade muito bonita, entre dois rios, o Alzette e o Pétrusse.

Do lado da catedral pode-se ver a torre de Plateau Bourbon, do outro lado.

A ponte mais famosa da cidade, a ponte Adolphe, construída de 1900 a 1903, era a maior ponte do género na época. O vão do arco tem 85 metros e a altura máxima é de 42 metros.

Lá em baixo fica o vale do Pétrusse

Andei por ali a passear e atravessei a famosa ponte, claro!

Para ter uma outra perspectiva da cidade, com a catedral de Notre Dame como cenário.

Fui ver a torre do Plateau Bourbon de perto

Era domingo, estava tudo fechado, por isso segui o meu caminho calmamente.

Grande parte da fronteira ente Luxemburgo e a Alemanha é marcada pelo Rio Mosel, um rio muito extenso e lindíssimo que me anda a cativar há muito tempo e que quero visitar de ponta a ponta um dia destes. É afluente do Reno e é ladeado por cidades e aldeias adoráveis!

Uma das razões que me levou a passar por aquelas bandas foi precisamente o rio!

Por isso ninguém se espante de um dia surgir um “Passeando pelo Mosel” na minha vida!

A outra razão que me levou a passar por ali foi Trier! A mais antiga cidade da Alemanha, fundada pelos romanos e cheia de traços da sua presença!

É também a terra onde nasceu Karl Marx e eu nem pude ignorar o facto pois dei com a casa à primeira voltita pela cidade!

O que me chamou ali foi a “Porta Nigra” uma construção romana do sec III espantosa, baptizada assim por causa das pedras que a compõem enegrecidas pelo tempo. Uma obra extraordinária!

Pousei a motita e fui procurar comida! Passeei-me pela zona histórica e senti-me de novo “em casa”! Havia vida por ali, não tinha mais a sensação de abandono que tantas vezes sentira no Reino Unido, quando mesmo antes do anoitecer, tudo estava já deserto!

Encontrei a catedral Dom St. Peter, que é a mais antiga igreja da Alemanha!

E junto à catedral havia vários pátios com mesas, de onde vinham os sons da animação!

Entrei num, muito simpático, a lembrar os pátios sevilhanos, com diversas mesas, toldes e muitas plantas. Estava um grande grupo numa fila de mesas perto de onde me sentei, cumprimentaram-me alegremente!

Expliquei à menina que não sabia ler a lista e ela trouxe-me uma outra em 4 línguas! Inglês, francês, espanhol e Italiano! Genial!

Pedi cerveja, afinal não estava mais no país onde só há cerveja onde ela não é precisa! Era deliciosa.

A comida era divinal! Era comida a sério! Eu nunca tinha dado tanto valor à cozinha alemã como naquela noite! Tinha arroz e tudo!

Enquanto me deliciava com a comida relembrei passeatas anteriores pelo país e conclui que sempre comi bem na Alemanha! Eu apenas não dava o valor devido porque sempre comi bem em toda a Europa! Agora era diferente: eu vinha de Inglaterra…

O grande grupo que estava ali ao lado saiu e voltou a cumprimentar-me alegremente. Sentia-me tão feliz e “aconchegada”!

Adoro os alemães!

Fui passear mais um pouco pela zona antiga da cidade, a noite estava tão agradável e o ambiente era tão simpático!

No dia seguinte teria de catar aquela zona com calma à luz do dia!

Fim do 23º dia…

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