Pintar e pensar…

Quer a arte seja figurativa ou não, quer ela seja conceptual, minimal, figuração livre, bad-painting; quer ela apreenda o ready-made ou quer ela jogue com as técnicas da visualização, a obra pretende sempre mostrar o combate do artista contra a matéria que desafia qualquer inscrição no domínio do sentido.

Cada técnica ordena-se à volta do mesmo esquema. O instrumento técnico está incorporado aos materiais que trata, ele prolongou o olho, a mão, o gesto, sem grande dificuldade, sendo a finalidade do trabalho, da obra a mesma – a arte, sem ou com instrumento técnico…

Pintar como quem respira… uma necessidade incontrolável, indescritível… Como pode algo inanimado dar tanta vida, dialogar?

O negro contem a resposta a tudo o que quero dizer. Profundo, limpo, puro… como se fosse possível, tudo encaixa, tudo se harmoniza, suavemente com toda a agressividade que contem! Volume, espaço profundo. Vida …

A luz é o fundamental, tudo gira em seu redor.

(Como se pode permanecer eternamente na escuridão? Confundir pequenos clarões ilusórios com luz?)

Até o preto depende dela, tudo absorve e permanece negro intocável. Tudo conflui para o negro. O negro tudo possui… o negro permanece!

Transcendo-me… não consigo apanhar as pontas…

Olho para o que sai das minhas mãos e não me acho capaz de continuar… É tão longe, tão fora, tão único que tenho medo de me perder e não conseguir lá voltar!

Tenho saudades de mim, de quando as formas flúem sem sofrimentos…

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