Hoje os espaços culturais são tão importantes como os espaços de habitação ou de trabalho, a cidade não é feita só para comprar e vender, ou ser usada, é fundamentalmente feita de inserções sociais que enseja uma multiplicidade de práticas colectivas, sendo a actividade estética uma delas.
A cidade não é apenas uma estrutura externa a seus habitantes, é produzida por eles também, e hoje há cada vez mais a preocupação de devolver a cidade aos seus habitantes.
Depois de terem experimentado um grande processo de privatização do espaço público, através de projectos imobiliários privados, de barreiras que impedem o acesso igualitário de todos, condomínios fechados cercando áreas públicas, há um trabalho de recuperação do espaço público para quem o habita, frequenta ou visita.
Assim assistimos hoje à remodelação de jardins e praças transformando-os em espaços amplos retirando-lhes as barreiras arquitectónicas e o ruído visual. Espaços que não servem mais apenas para olhar e apreciar, mas para usar, usufruir, com condições, privilegiando a animação de rua, o ajuntamento espontâneo ou organizado do publico. Espaços vivos na cidade que não se quer morta.