Há um mês eu escrevia:
Há momentos maus na nossa vida que servem para que a gente se aperceba de tudo de bom que ela nos dá!
Tanto tempo doente, mergulhada na dor, serviu para eu sentir o calor da amizade de todos os meus queridos amigos que se preocuparam comigo, e quiseram saber de mim, e telefonaram, e tentaram ajudar.
Serviu para eu sentir que não estou sozinha, que não sou apenas uma espécie de ilha que se visita porque se precisa de meditação e apoio e se abandona para esquecer, pois ela estará sempre lá, viçosa e intocável, sem precisar de ninguém para se recompor.
Serviu para sentir que há muitas formas de gostar ou de amar, mas só uma, inequívoca, de o mostrar: ”estando lá” , nem que seja a quilómetros de distância, para dizer “estou contigo”!
Serviu para eu sentir como a felicidade é possível, aconteça o que acontecer! Mesmo quando a dor já nos deixa exaustos, o corpo mortificado nem responde mais e a incerteza se instala cá dentro…
Serviu para eu sentir como tenho junto de mim alguém que se preocupa muito comigo e me quer bem!
Hoje faz um mês e meio que esta dor me atacou e, embora ainda não me tenha deixado totalmente, eu estou feliz!