19 de Julho de 2011 – continuação
E como a cada vez que vou a Barcelona, passei em algumas “capelas”, e porque desta vez levava o Jaky e tudo, que nada conhecia da cidade, passamos no Parque Güell!
Poucas vezes vi aquele parque com pouca gente, parece sempre a “aldeia dos macacos” cheio de gente que teima em nem sair da entrada e fazer-se fotografar junto a todos os bonequinhos revestidos de cacos de cerâmica, como se uma foto sem gente fosse uma coisa a evitar a todo o custo, fazem mesmo filas para se fotografarem junto aos lagartos e fontes e sei lá que mais! Eheheheh
Ir ao Parque Güell será sempre uma animação para mim! O que vale é que enquanto toda aquela gente se mantem na entrada do parque e no patamar superior, o resto vai ficando meio livre para quem quer ver outros pormenores! Como os pavilhões da entrada, edifícios típicos do arquiteto, cheios de pormenores extraordinários. O pavilhão maior era a casa do porteiro e eu não me importava nada de ser porteira daquilo tudo só para viver em tal casa!
Não consigo ficar indiferente aos pormenores que eram, afinal, característica típica do arquiteto!
Da janela vê-se a entrada do parque e o movimento que nele se sente o tempo todo! Aquela escadaria é espantosa, com paredes revestidas a cacos de cerâmica que parecem ter ameias, e medalhas, e brasões!
A escadaria divide-se, volta a juntar-se e a bifurcar-se e nesses meios há as esculturas e as fontes que atraem tenta gente para a fotografia!
Àquela hora ainda não estava muita gente agarrada a elas, mas há horas em que nem as conseguiria ver!
O nome do parque vem do Conde de Güel, Eusebi Güel o principal mecenas de Gaudi e para quem o arquiteto realizou algumas obras bem famosas e que mantêm o nome do Conde, na cidade.
Inicialmente o local era meio desértico, chamava-se mesmo «Montaña Pelada» e foi Güel quem decidiu construir uma urbanização ali, ele queria uma cidade jardim e Gaudi “esculpiu” um jardim na encosta, onde plantou árvores mediterrânicas, por caminhos ladeados de muros ou pilares feitos em pedra local.
Na zona central e principal do parque ele criou um verdadeiro jardim suspenso, ou suportado por pilares, num ambiente quase surreal e absolutamente encantador!
Aquele espaço chama-se Sala Hipostila ou Sala das Cem Colunas, criada para funcionar como mercado da urbanização.
Lembro-me que a primeira vez que ali fui, estavam dois homens, no meio da “colunata”, a tocar guitarra e tambor de aço e a acústica do local tornou aquele momento inesquecível. Sempre que lá volto relembro a música e o ambiente que me acolheu naquele dia!
As colunas têm espaços maiores entre elas, de quando em quando, como se faltasse uma coluna, e nesses espaços os tetos têm medalhões que fazem a união decorativa entre elas, onde devia ter uma coluna e não tem. Estamos a olhar para o nosso teto, cá em baixo, que é o chão da praça superior.
Saimos da “colunata” e, que lindos aqueles telhadinhos dos pavilhões, que parecem de brincar!
Da base das colunas pode-se ver a entrada em enquadramentos planeados pelo arquiteto!
Então contornamos a Sala Hipostila e a perspetiva é original!
E vê-se a cidade e o mar Mediterrâneo lá de cima!
Dali podemos ter também uma ideia da variedade de plantas e árvores que foi plantada ali!
E o povo fica por ali sentado nos bancos adoçados aos muros, revestidos de cacos de cerâmica. O chão da grande praça é em terra batida e a água é drenada pelo interior das colunas, por baixo, até uma cisterna que a armazena para a rega do parque.
Depois das visitas daqueles dois dias e que me haviam levado a Barcelona, o dia estava feito, por isso foi pegar na moto e rolar sem pensar, apenas curtir a estrada e a condução, embora não me pudesse “esticar” muito porque para o Jaky andar a 120km/h era dar uma “boa aceleradela”. Por isso foi placidamente que passamos na praia para tomar uma bebida fresca e curtir uns momentos de paz ao sol.
A minha Magnífica fez logo uma amiga grande!
E fomos dormir a Andorra… Não, não o país! Andorra cidade espanhola que fica na província de Teruel! É no mínimo curioso depois de andar para longe de uma Andorra chegar a outra!
Fomos muito bem recebidos pelas pessoas que se fascinaram com as motos! A minha Magnifica encheu os olhos pela grande dimensão e por ser conduzida por mim! Foi um momento agradável em que os miúdos se aproximavam e os pais não sabiam o que fazer. Deu para tirar fotos e tudo e as pessoas perceberem que nós eramos boa gente!
O hotelzinho ficava logo ali na praça onde paramos e o senhor teve o cuidado de nos arranjar quartos virados para a frente para que a gente não ficasse muito longe das nossas motitas! Simpático!
Tivemos um belo jantar com oferta de digestivo e tudo. Gente boa!
E foi o fim do décimo quarto dia!
Mais uma bonita partilha!
Interessante parque e sua arquitectura! 🙂
Obrigada!