23. Passeando por caminhos Celtas – de Skye à procura do sol

15 de agosto de 2014

Ao acordar o tempo estava tão ranhoso que eu nem sabia em que direção ir! Tentei descobrir onde andava o sol para não ir na direção errada e passar uma bosta de dia enfiada num fato de chuva a ver coisa nenhuma para além de chuva e nevoeiro!

O que eu queria ver estava visto, eu tinha aproveitado bem o sol até ali, por isso qualquer direção que eu fosse seria boa para mim!

Quando passo no Eilean Donan Castle nunca consigo ficar indiferente, entro de fugida no parque e dou uma olhada, ele estava lindo!

E fui seguindo na direção de Loch Nesse. Eu tinha de lá ir, estando tão perto, para vê-lo mais uma vez!

As suas águas são negras de tão profundas e a sua configuração é longa, estendendo-se ao longo da falha geológica, a Falha de Great Glen, por cerca de 40 km!

Há recantos espantosos no lago, onde as aguas negras formam espelhos

E há o Loch Ness Centre & Exhibition, que desta vez eu fui visitar e… honestamente não vale a pena! Pequenos filmes de documentários criados, alongando a história de sala em sala, com efeitos visuais básicos e primários, criados apenas com a finalidade de prender o visitante e convence-lo de que valeu a pena pagar o bilhete… mas não valeu, de todo! Enfim…

O tempo estava fraco e deprimente, estava na hora de rumar para sul, a ver se tinha mais sorte na minha busca pelo sol.

E, ao meter-me por ruelas, lá estavam as minhas amigas vaquinhas de franja!

São tão simpáticas e bonitinhas que voltei a desenhar mais uma ou duas!

Apetece mesmo brincar com elas como se fossem cães!

O tempo estava a ameaçar chuva e eu desorientei-me! Nem sabia mais o que fazer, queria visitar o Urquhart Castle que fica logo ali, numa saliência do terreno sobranceira ao Loch Ness, mas a multidão era tanta e o tempo tão reles, que desisti! Em dias de sol ou, pelo menos, de boa visibilidade, ele tem uma boa vista sobre o lago, mas naquele dia nada se veria, para além da quantidade de pessoas que por ali andava, por isso decidi ir para sul, à procura do sol!

Passeando pela margem do Loch mais famoso da zona…

O Nessie não quis nada comigo e não se mostrou para mim…

As águas daquele lago são tão negras quanto espantosas!

“O Loch Ness estava triste e só. O lago é tão profundo que as suas águas são negras e sombrias e, naquele dia, pareciam mesmo mais negras do que nunca. Uma ponta de tristeza apoderou-se de mim, eu queria tanto ter um pouco de sol naquele momento… parei num recanto da sua margem e procurei que a cor das flores animasse o meu enquadramento. Revivi a ultima vez que ali passei, quando partia para casa e o tempo estava cinzento, depois de vários dias de sol radioso. Afinal são apenas perspetivas e sensações diferentes sobre o mesmo local… mas que fazem um efeito sobre mim!”

(in “Passeando pela vida” – a Página)

Ele é tão profundo que se perde a visibilidade rapidamente nos seus mais de 200 metros de profundidade e na turfa que o escurece! Por isso o Nessie se esconde tão bem lá no fundo da escuridão do lago! 😀

E ao longo da falha geológica outros lagos se alinham, estreitos e compridos, como o Loch Ness.
O Loch Lochy e o Loch Linnhe seguem-se em filinha…

E não havia maneira do céu se abrir e aparecer um pouco de sol, por isso fui descendo o mapa, com a paisagem sombria mas linda a acompanhar a minha busca!

Aos poucos comecei a pressentir uma luminosidade agradável por trás das nuvens cinzentas, andava eu a explorar rios e riachos que ladeiam o Loch Linnhe!

E voltei a passar pelo Castle Stalker. Ainda olhei para ele, mas eu passaria ali de novo no regresso e podia ser que aí me desse para parar e desenhar!

Porque eu tinha outro castelo em mente naquele momento, o Dunstaffnage Castle.
Havia motos e sol e um relvado delicioso à minha espera! Só por isso já valera a pena ter ido até ali!

O castelo fica junto à Baía com o mesmo nome, numa curva entre a foz do Loch Etive e o Loch Linnhe, Lin para os amigos.

É que por aquelas terras os lagos têm foz, desaguam uns nos outros e alguns são até lagos-mar, isto é, abertos para o mar!

O castelo é uma construção do séc. XIII, cheio de história.

Depois do caminho ladeado de uma relva perfeita e fofa, lá estava ele, em cima de um grande rochedo que mais parecia ter sido arrancado de um lado qualquer e levado para ali, com o castelo em cima e tudo.

O conjunto apenas não parecia ter nascido ali!

Mas nasceu!
Ali foi o reduto do clã MacDougall, no tempo das lutas pela independência da Escócia e foi mesmo tomado por Robert the Bruce, rei da Escócia e sucessor de William Wallace, o mesmo do Bravehart, na luta pela libertação do país do jugo da Inglaterra.

O Castelo não tem muito o que ver lá dentro, o seu encanto está no exterior e nos enquadramentos que permite!

Com a baía ao longe e um pouco de sol a animar!

É isso que me aborrece, cobrarem bilhete para vermos meia dúzia de muros em pé! Outros castelos mostram muito mais e são de visita libre! Não entendo o critério!

Pronto, ok, tive a honra de pisar o solo que Robert the Bruce pisou, mas ele também pisou o jardim e esse era de borla para visitar!

E, do jardim, o Castelo era bem mais interessante do que do interior!

Oh, eu tinha de aproveitar o sol!
Sentei-me por ali, no relvado fofo, e fui desenhando, uma e outra perspetiva, com o sol a aquecer-me as costas!

Ali ao lado fica a capela do Castelo.

E já que tinha pago bilhete para andar por ali, fiz um belissimo picnic no meio da relva, com o sol a animar o momento! Ao menos gozei o bilhete e aproveitei o sol!

Quando finalmente me decidi voltar para casa, ainda fui podendo ver perspetivas da baía e do Castelo, muito bonitas!

Voltei a passar no Castle Stalker, como imaginara na ida e, embalada pelos desenhos que fizera em Dunstaffnage, finalmente desenhei o castelinho no meio da água!

Os lagos estão por todos os lados e até me dei ao luxo de escolher quais acompanhariam o meu regresso a Skye!

As nuvens cinzentas estavam no mesmo sitio à minha espera…

E fui para casa, que seria ainda em Skye naquele dia…

E foi o fim do 18º dia de viagem.

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2 thoughts on “23. Passeando por caminhos Celtas – de Skye à procura do sol

  1. Since you’re traveling through Scotland I assume that you have a decent command of the English language. I just discovered your blog, and I want to say thank you for the beautiful photography. I love Scotland, and have traveled it before but never on a bike (set). Have a continuous safe and enjoyable trip.

    Cheers from the Black Forest, Germany
    SonjaM

    • Hello

      Yes, I can understand you very well!
      I’m happy that you liked my pictures and I hope that you understand a little of what I write on my blog in portuguese language, with some on-line translation.
      Oh, I went to Black Forest two years ago and that was amazing!

      Greetings from Oporto/Portugal!

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