27. Escandinávia 2017 – Trollstigen, a estrada do Troll…

17 de agosto de 2017
(continuação)

Qualquer coisa insignificante é extraordinária quando a gente viaja atenta ao que nos rodeia, em vez de seguir correndo de atração turística em atração turística. Se o nosso objetivo não se resumir em ver o que os outros viram estamos livres para valorizar o que nos prender a atenção e isso é que eu mais gosto. Como se aquilo que eu sei que está lá para ver, porque todos os outros viram, estivesse garantido, mas o que eu descubro não! Isso “é só meu”!

Mesmo um cemitério pode ser um cenário paradisíaco…

As águas quietas de um lago sereno podem parecer um espelho e reagem à menor perturbação com ondas paralelas perfeitas…

E o paraíso fica logo ali, ao alcance do olhar! Fascinante!

A sensação era de que, ao ritmo de parar a todos os quilómetros, eu nunca mais chegaria ao meu destino, mas isso nunca é importante para mim, desde que aquilo que me prende a atenção me realize!

Não importava em que direção olhasse, tudo valia a pena registar na memória!

O meu destino ficava logo ali, naquela direção.

Mas a pressa não era nenhuma e eu continuava a para por tudo e por nada! Ok, aquilo era mais parar “por tudo e por tudo” porque até o nada é extraordinário!

E os montes era muros verticais em meu redor!

Rios, riachos, cataratas, fios de água estão por todo o lado, como se percorresse o país da água!

Estava na terra dos trolls e ali estavam elas por todo o lado e tinham mesmo direito a um sinal de transito só seu!

Um parque de campismo, mesmo ali, é um luxo! Tenho de me lembrar de acampar um dia ali!

E não falta nada em nome dos trolls, com casas de telhado de relva, trolls que anunciam gelados e comida!

Eu tinha de tirar uma foto com a minha Negrita junto do sinal de transito original!

E logo a seguir, lá estava ela, a estrada do Troll, quase impercetível rasgada em zigue-zague no monte, que mais parecia uma parede!

Espectacular!

Subi-la foi uma diversão, apenas interrompida com as paragens para tirar fotos de vez em quando.

Lá estava o longo vale entre montes vertiginosos!

Lá em cima há um Centro de Visitantes, com um caminho definido para se chegar ao ponto mais espetacular em segurança.

Muito engraçado o aviso de proibição de animais no interior: cães e trols!

O caminho contruído passa sobre um lago, por pontes de vidro. Um casal que passeava por ali com os cães estava com dificuldades pois os cachorros tinham medo de atravessar a ponte porque via a agua debaixo do chão! Então eles atravessavam os cães ao colo até à zona de cimento, fartei-me de rir com eles.

A envolvência está muito bonita com o arranjo que fizeram, em vez de deixarem o local meio selvagem.

Eu tenho sempre o habito de apreciar todas as perspetivas em vez de correr para o destino mais desejado freneticamente, como algumas pessoas estavam a fazer por ali!

E onde há natureza e turistas, há sempre os montinhos de pedrinhas, por todos os lados!

Então estava a chegar ao precipício, já podia ver a estrada que me levara até lá cima, na berma do monte.

E lá estava ela, pela encosta do monte!

O caminho não estava cheio de gente, o que tornava a sensação de aproximação do precipício mais fascinante.

Cheguei ao miradouro e fiquei quieta, como uma pulga, a olhar para o infinito!

“Tão bom sentir-me no topo do mundo, com uma paisagem tão grandiosa aos meus pés que os meus olhos nem conseguem avaliar a dimensão! E não importa o barulho, os comentários, o burburinho dos turistas em meu redor tentando fotografar-se em selfies com aquele infinito como fundo, eu senti-me sozinha no mundo! Porque uma paisagem daquelas aprecia-se em solidão e silêncio absoluto, como se tudo absorvesse e apenas ela prevalecesse! “

(in Passeando pela vida – a página)

A neve ficava logo ali, tudo parece tão perto quando estamos nas alturas!

Não tinha vontade de ir embora, tudo é tão inspirador na montanha!

Não havia ninguém na estrada, como se tudo estivesse ali só para mim.

mas eu tinha de descer por isso voltei à estrada, justamente no momento em que um grupo de motards já a descia ao longe.

Descer uma estrada recortada assim no monte é sempre muito interessante, porque se tem uma perspetiva do que nos rodeia mais vertiginosa do que na subida.

E o tempo passou tão depressa que já era hora de voltar para Trondheim, com pequenos pormenores de paisagem sempre me encantando.

Mesmo a estrada simples é fantástica!

E cheguei a Trondheim pela perspetiva mais pitoresca da cidade!

Não havia nenhuma moto no hostel, a minha negrita teria de passar a noite sozinha!

Amanhã voltaria a partir na direção do norte!

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