25 de Agosto de 2012
Não tinha nada para fazer naquele dia, apenas deambular por onde me desse na telha! E isso é que é fixe!
Tinha uma cidade completamente desconhecida para explorar, o dia estava uma bosta meio cinzenta, mas não seria impedimento para eu catar umas coisitas por ali!
Na realidade um dia dá para fazer muito mais do que deambular por uma cidade e pelo dia fora fui desenhando de improviso o destino das minhas explorações, com calma e sem grandes ambições!
E fiz uma linha quase reta no mapa!
Eu dormira na margem do rio Reno, do outro lado é que se passava o que eu queria ver!
Descobri que o vocalista do grupo Modern Talking nasceu em Koblenz! Eheheh
Lá fui dar a volta para passar para o outro lado do rio, caminhando depois até ao jardim que queria ver!
Encontrei no jardim3 blocos do muro de Berlim! Acho que há “muro de Berlim” por toda a Alemanha!
Estas três partes do Muro estão agora dedicadas às “vítimas da separação”.
E lá estava o que eu queria ver! O Deutsche Eck!
É em Koblenz que os rios Mosel e Reno se encontram, na realidade o nome da própria cidade deriva do termo latino “Confluentia” que se refere a esse encontro entre rios!
A sensação de estar no vértice da união dos rios é inversa à de estar na proa de um navio, pois as águas ganham velocidade afastando-se de nós!
O ponto onde os rios se juntam chama-se Deutsche Eck, que quer dizer “Esquina Alemã” e nesse ponto ergue-se um monumento colossal ao Kaiser Wilhelm I.
Uma inscrição cheia de significado foi gravada na base da escultura:
“Nimmer wird das Reich zerstöret, wenn ihr Einig seid und treu”
(o Império nunca será destruído, se você for unido e leal).
O monumento original foi destruído pelos bombardeamentos da 2ª Guerra Mundial e no seu lugar hasteou-se uma bandeira alemã por muito tempo até que um casal, cidadão de Koblenz, doou o monumento atual, cópia do que foi destruído na guerra, apenas há cerca de 20 anos…
Aquela águia de asas abertas impressionou-me! Como pode uma pedra ter tanta vida!
Ali ao lado fica a St Kastor Basilika, um exemplo lindíssimo da arquitetura românica da zona!
Foi construída no séc. XII contendo elementos de construções anteriores e alberga os restos mortais do santo que é padroeiro da cidade, o São Castor. Os tetos parecem bordados!
E os jardins envolventes lindos! Os monges e padres sempre souberam cuidar da beleza dos seus recantos!
Passeando pelo centro histórico da cidade fiz amizade com um motard muito simpático, mais o seu sidecar!
Logo ali fica o Mittelrhein Museum, mas o que me impressionou foi o edifício medieval, gótico tardio do séc. XV, mas totalmente diferente do que estamos habituados a ver! Foi mais tarde renovado já em estilo barroco, mas continuou adorável! Aliás na praça Florinsmarkt os edifícios são todos bonitos e diferentes!
Como a Florinskirche, ou igreja Florim, protestante construída em estilo românico, com alterações posteriores, mas sempre espantosa!
Curioso o pormenor de se pintarem as paredes e as colunas imitando pedra! Não deveriam ser mesmo de pedra?
A mesma imitação de pedra continua no exterior do edifício a toda a volta!
As traseiras dos edifícios criam ruelas encantadoras, ainda bem! Eu nunca entendi como alguém pode projetar uma casa linda pela frente e monstruosa pela traseira, mas é o que não falta no nosso país, como se a ruas de trás não tivessem o direito de serem bonitas!
Depois a zona antiga contínua pitoresca e simpática por uma rede de ruelas giras!
Até encontrar mais uma enorme igreja, a Liebfrauenkirche, que é o mesmo que dizer Igreja de Nossa Senhora, fácil de ver! 🙂
Uma igreja católica do séc. XIII, que já foi a igreja paroquial da cidade é considerada uma obra-prima da arquitetura medieval do Médio Reno!
Impressionante por dentro, quando estava à espera que ela fosse toda em pedra, como o seu exterior e como grande parte das construções românicas… ela é pintada!
E os seus tetos também parecem bordados! A cada país seus hábitos!
Depois passeei-me por ali, há pela zona estatuas castiças, caricaturando personagens típicas da cidade, como o policia, a vendedora, ou o rapaz do tambor, muito giros e bonacheirões!
Os edifícios são bonitos e decorados com relevos pintados e balcões trabalhados!
Entrei na zona comercial e fui comprar umas botas. Estava tudo em saldos e as minhas já me saiam dos pés, para alem das solas gastas! Tantos dias a caminhar gastaram muito, mas o montar e desmontar da moto, rodando sobre o pé esquerdo, rapou-me quase totalmente a meia-sola da bota esquerda! 😮
A Igreja Católica do Sagrado Coração, está situado no cruzamento das estradas principais e na azáfama do centro de compras.
Surgiu com a expansão da cidade para fora do núcleo medieval, no séc. XIX, quando se tornou necessária a criação de novas paróquias. Foi construída nos primeiros anos do séc. XX em estilo neo-românico. Queria tê-la visto por dentro, mas estava fechada! 😦
Depois peguei na motita e fui procurar o caminho para o topo da encosta. Há ali um teleférico e eu podia tê-lo apanhado e subido direta, mas tem muito mais piada andar a catar o caminho e ver tudo o que houver para ver! Lá em cima ha um grande espaço aberto, que demora imenso a percorrer caminhando, pela sua dimensão! O que vale é que já estava de botas novas e até apetecia caminhar! 🙂
E lá estava o miradouro todo moderno! É que do chão nada se vê lá para baixo, já que há arvores que impedem a visão!
E lá estava a confluência!
Foi uma sensação curiosa aquela visão…
O Deutsches Eck teve um impacto forte para mim! Simbologias e histórias que me chamam a atenção e quando chego aos locais, fico hipnotizada por eles!
Pus o zoom da minha máquina à prova e apanhei o Guilherme, o Grande
Lá em cima, no enorme jardim onde eu estava, coisas giras se encontram!
A caminho da minha motita que estava toda entretida no paleio com as outras!
E parti para outras explorações fora de Koblenz…
(continua)
Fiquei deslumbrada com esta partilha!! 🙂
Obrigada!!
Beijinho