27 de agosto de 2013
Innsbruck era uma cidade que despertava em mim todo o tipo de sentimentos!
A cada vez que a visitei, grandes temporais me acompanharam, chuva, vento, frio e visibilidade nula! Parece que tudo conspirou sempre para me ocultar os encantos de uma bela cidade, que se foi tornando misteriosa pelo clima que a envolvia!
E de manhã… lá estava tudo molhado e a chuvinha do costume à minha espera para me dar uma molha!
Apreciei com calma o hotelzinho tão bonitinho e simpático, e um pequeno-almoço monumental, como eu gosto!
Quando chove eu fico sempre sem saber muito bem o que fazer! Claro que posso sair e passear, a chuva nunca me assustou ou perturbou a condução, mas não posso fotografar!
Decidi dar uma voltinha por ali perto e depois ir para a cidade passar o resto do dia. Não valeria a pena andar de um lado para o outro com o céu tão baixo e tão húmido que nada deixava apreciar. Assim visitaria a cidade em pormenor, veria museus, exposições e tudo o que implicasse andar protegida da chuva e do frio, e pronto!
Eu estava na montanha a vinte e poucos quilómetros de Innsbruck, por isso não havia mau tempo que me impedisse de ver um pouco do sítio onde estava, que aquilo é bonito! Afinal é o Tirol! Por ali todos os hotéis dão as boas vindas aos motociclistas, incluindo o meu! Lindo!
Pus a máquina fotográfica ao bolso e subi a montanha. Logo ali acima ficava uma terra com um nome muito giro! Como eu não sei alemão pus-me a tentar traduções: “Alto da Peida”, ou “Alta Peida”
Escrevia eu no meu Face naquele dia: “Ontem cheguei aqui, perto de Innsbruck, de noite! Sem uma luz na moto, debaixo de chuva, por uma estrada que brilhava de água e serpenteava pelo monte acima, foi uma aventura! Hoje de manhã ainda chovia um pouco, mas fui “reconhecer” o local onde estou e descobri que estou perto de uma terrinha com um nome giríssimo! Como não sei alemão leio Alto da Peida! Eheheheh”
Mas a verdade é que por ali tudo é lindo, mesmo com chuva e nuvens baixas! Tive de arriscar e pôr de novo a maquina ao peito para ir captando todos os encantos possíveis!
Mesmo ao lado da estrada o riacho mais fofo! Estava a ver quando passava a Heidi por ali a correr!
E desci até Innsbruck, antes que a chuva e a humidade dessem cado da minha máquina fotográfica!
Lá estava ela como eu a conheci sempre: cheia de chuva!
“Rai’s-parta isto! Vou ter de cá voltar tantas vezes quantas as necessárias até apanhar um pouco de sol?”
Mas a cidade é sempre encantadora, mesmo cheia de chuva!
A Herzog-Friedrich-Straße, é o centro cidade antiga onde ficam construções muito bonitas, algumas autenticamente bordadas a cor e relevo, como a Helblinghaus!
E como o tempo estava uma bosta fui-me enfiar na casa dos licores! Que coisa linda, para além de saborosa!
Sim, aquilo bebe-se tudo!
Por esta altura eu já mudara de botas pois as outras tinham as solas gastas e metiam água!
E a dada altura lá estava a catedral da cidade, a Dom zu St Jakob do séc. XVIII! O barroco não é o estilo que eu mais aprecio, mas um magnífico teto pintado nunca me deixa indiferente e aquele é de me pôr definitivamente de nariz no ar! Não é por acaso que aquela catedral é um dos mais extraordinários e importantes edifícios de todo o Tirol!
Se por fora a igreja não é nada de especial, apenas mais uma construção barroca, por dentro os tetos são deslumbrantes!
Nem sei quanto tempo fiquei ali a olhar “para o balão”!
Quando finalmente saí o tempo parecia querer melhorar a qualquer momento! Que bom!
Voltei à Herzog-Friedrich-Straße, onde toda a gente começava a acreditar que o sol viria!
Eu acho que já vi esta fulana mais o seu cãozinho noutras cidades da Europa! Ou teria sido ali mesmo?
E subi à torre do relógio! Eu tinha de ver aquilo tudo lá de cima!
Que pena eu tive de não ver os Alpes dali, como seria suposto, não fossem as nuvens baixas…
Fui tratar de comer. Tinha de decidir o que fazer, porque afinal o sol viera e eu podia dar uma volta pela redondeza em vez de ficar ali todo o dia!
Decidi passear, fui buscar a moto, que ficara na margem do rio Inn, aquele que dá o nome à cidade e que tem uma paisagem muito bonita do outro lado, mas que nada se via, apenas as casinhas giras e coloridas!
A Alemanha é ali ao lado e foi para lá que fui passear, havia umas terrinhas que eu tinha muita curiosidade de visitar por ali.
No caminho da fronteira encontrei uma Motorrad Classica! Coisa fota!
Parei a minha motita na berma da estrada e fiquei ali no paleio com uns senhores que me fizeram uma festa! A assombração foi total quando me perguntaram de onde eu vinha e eu nem sabia responder: “Me? I’m coming from everywhere!” brinquei, então fiz uma rápida lista de onde eu vinha enquanto eles contavam pelos dedos os 17 países que eu acabava de visitar.
Tão engraçadas as suas expressões!
E segui para o 18º país da viagem: a Alemanha!
Mittenwald fica logo a seguir!
Eu sei que Garmich-Partenkirchen é muito mais conhecida pelas suas casas pintadas, mas Mittenwald, que pertence ao seu distrito, despertou-me muito o interesse e foi a ela que eu dediquei mais tempo e atenção! E foi a decisão certa pois é mais encantadora!
A cidadezinha é um encanto, com casinhas pequenas, jardins e flores em todos os caminhos e as pinturas em todas as fachadas!
Os pormenores das pinturas são espantosos! Não são nada obra de amadores ou simples habilidosos! Quem pinta daquela maneira sabe o que faz!
Perdi-me por ali em milhões de fotos!
As ruas estavam cheias de gente, mas num ambiente calmo, nada que se parecesse com o clima frenético dos turistas ruidosos!
E eu sentia-me a passear pelas folhas de um livro de histórias de encantar!
Ao fundo a igreja despertou a minha atenção, se se pintam as casas por fora daquela maneira, como se pintará a igreja por dentro? Claro que fui ver!
Aquele teto era um pequeno deslumbramento!
Não sei o tempo que fiquei por ali a passear, mas lá decidi ir visitar Garmich-Partenkirchen, que também fazia parte dos meus planos.
Aquelas ruínhas eram deliciosas, não pude impedir-me de passear mais um pouco com a moto por elas… pronto, ok, eu sei que é interdito ao trânsito, mas eu queria mostrar aquela beleza à minha Ninfa!
A paisagem envolvente é apenas a imagem do paraíso, mesmo com as nuvens a tapar boa parte dos seus encantos!
E chega-se a Garmisch-Partenkirchen que deve o seu nome à junção de duas cidades antigas Garmisch e Partenkirchen, hoje permanece uma cidade cheia de encanto, com as suas casas pintadas como telas de museu em cenas que contam histórias desde contos locais até cenas religiosas, de uma forma extraordinária!
Frequentemente existem inscrições, dizem que elas contam a origem da casa ou a sua função, eu não conseguiria ler para entender! Mas encantei-me com muitas delas, espreitei pelas suas portas e quis entrar. Tudo parece lindo por ali, numa zona de montanha e neve a desportos de inverno.
Tudo parece lindo por ali, numa zona de montanha e neve a desportos de inverno.
Gostava de poder estar lá em época de Natal e apreciar a atmosfera que aquele ambiente deverá proporcionar por esses dias…
Eu sei que por ali tudo é lindo, por isso estava na hora de seguir mais um pouco para outra localidade encantadora!
(continua)
Partilha cheia de beleza!
Obrigada!! 🙂