12 de Agosto de 2012 – continuação
Havia ali uma aldeia que eu tinha toda a curiosidade em visitar, uma aldeia tão bonita que já ganhou o Prémio Wakker, atribuído pelo Património Suíço à comunidade ou entidade suíça que fez mais e melhores esforços para preservar o património do país.
E claro, o nome “Guarda” também tem a sua piada, para um português!
Guarda, no Engadine Inferior, é uma aldeia tão bonita que recebeu a distinção “de importância nacional”.
Não se pode estacionar na aldeia, há um parque antes de chegar à entrada e depois temos de caminhar… mas aquilo sobe e não é tão perto como isso! Fui espreitar como era e reparei que não havia ninguém estacionado em lado nenhum, apenas nos parques privados…
Voltei ao estacionamento fora da aldeia…
Fiquei ali sem saber o que fazer, honestamente não me apetecia subir a estrada a pé e depois voltar a descê-la! Então vejo passar uma Pan igualzinha à minha e o tipo lá foi todo contente!
Claro que tratei de ir atrás, ver onde ele punha a moto! Entramos na aldeia e ele parou-a num larguito onde eu já estivera. Bem, se ele pode eu também posso, sempre sendo dois nos defendemos melhor!
“no problem“ disse ele, vendo-me olhar para a placa de “proibido estacionar”.
A verdade é que ninguém nos disse nada e foi muito melhor aproveitar o tempo para visitar a aldeia em vez de o gastar na caminhada desgastante até ao parque!
A vantagem de não ser permitido estacionar é que as casinhas estão completamente visíveis, sem carros monstruosos na frente e podemos ver bem as suas pinturas decorativas a fazer lembrar autênticos bordados!
Há ali casas com 500 e 600 anos, lindas!
Uma destas imponentes mansões inspirou Alois Carigiet um artista famoso que ilustrou uma história infantil de grande fama, ao projetar a casa de Schellenursli, numa história infantil criada por Selina Chönz, uma grande escritora suíça.
Cá está a casa da Guarda de Alois Carigiet:
E cá está a casa real que o inspirou:
Mas não faltam por ali casas espantosas e inspiradoras! Eu própria queria lá ficar a desenhar algumas!
É curioso que a maior parte das casas tem pintada na decoração das paredes a data em que foi construída e depois a data em que foi restaurada!
A língua oficial de Guarda é o Romanche, mas dá para entender o que diz na pintura:
«Fabricha – 1650» – deverá ser o ano de construção e
«Renova 1973 – 1979» – deverá ser o período de tempo que demorou o restauro!
E lá estava a minha Magnífica de namoro pegado com a Pan do austríaco! Curioso que a cor prata na Pan European é a mais banal por cá, mas não pela Europa! De tanta Pan que vi, apenas 2 eram da cor da minha e uma foi esta!
Dei mais uma voltinha pela zona mas a seguir fica uma outra aldeia muito menos interessante, Bos-Cha, com as ruas em terra batida, por isso só andei enquanto o alcatrão era bom, depois voltei para trás, pois não me apetecia andar em malabarismos!
E voltei a atravessar Guarda, com mais umas fotos tiradas em andamento, pois é impossível passar sem querer fotografar!
E lá estava ela, vista do topo do morro que lhe serve de encosta!
E a ruínha tão agradável de fazer de moto e tão desanimadora para fazer a pé! Eheheh
Mais à frente O Schloss Tarasp, um castelo encantador do séc. XII, no topo de um penhasco que, embora seja alto, fica aninhado entre as altas montanhas alpinas que o rodeiam.
O castelo é visível desde todo o lado, até que uma montanha se entreponha, e eu brinquei contornando todo o vale em seu redor para o apreciar de todos os ângulos possíveis, porque na envolvência, ele é ainda mais extraordinário!
Estamos no Baixo Engadine, um longo e belíssimo vale rodeado pelas montanhas de Engadine, ali nasce e passeia-se o rio Inn, que vai buscar a sua água ao Piz Bernina, lá acima dos 4.000 metros de altitude! Depois segue para a Áustria onde atravessa a famosa e bela cidade de Innsbruck, antes de seguir para Baviera, na Alemanha.
É uma sensação tão curiosa sentir-me no meio de tanta beleza e tão perto de mais e mais beleza!
E na minha volta ao vale o castelinho estava sempre na paisagem, deslumbrante!
Na encosta em frente fica Ftan, uma aldeia muito bonita também com mais casinhas bordadas com pinturas lindíssimas!
E segui para a Áustria de novo! Porque na Suíça a gente nunca sabe quando será melhor sair do país para chegar melhor ao país!
Mas ali eu queria mesmo dar uma vista de olhos a um caminho e a uma cidadezinha de ski!
Nauders e o seu castelinho!
A cidadezinha está muito próxima das fronteiras com a Italiana e com a Suíça e por isso foi o ponto de passagem em fuga de muitos oficiais nazis no fim da Segunda Guerra! A fuga dos “heróis”!
O Schloss Naudersberg, um castelinho do Sec XIII domina a povoação!
Eu adoro ver um castelo numa paisagem deslumbrante de montanha!
Não é o castelo em si que eu quero visitar, normalmente, quero apenas fotografa-lo no seu meio!
E para isso às vezes faço muitos quilómetros até encontrar o que procuro!
E voltei para a Suíça.
Fazendo o caminho do Festung de Nauders, um forte construído no séc. XIX para proteger a zona, já que se tratava de uma rota comercial e internacional de 3 países. Hoje funciona ali um museu militar que estava fechado!
O que me chamou a atenção ali foi a arquitetura bizarra! Ainda por cima a rua passa-lhe quase em cima, nem dá margem para muito estacionamento!
Este foi o dia dos motociclistas simpáticos, os viajantes, que andavam na estrada para ver e visitar e fiz boa parte do caminho de regresso a Monstein com estes dois casais como companhia!
Aquela foi a segunda Pan prata que vi na viagem! Por isso vi as 2 no mesmo dia, até ali e depois dali só as vi de todas as cores inimagináveis por cá, incluindo amarelo, vermelho, verde vivo e azul!
O céu estava a fechar-se prometendo chuva, na hora certa em que eu chegava a casa!
Fim do décimo quarto dia de viagem!
Olá Gracinda!
Mais uma fantástica partilha! 🙂
Beijinho