8 de Agosto de 2012
Era hora de seguir para outro pouso, naquele dia iria de Sion para Lugano, onde passaria os dois dias seguintes.
Cá para nós o Ticino nunca foi a zona Suíça que eu mais gostei! De facto a zona alemã é, sem dúvida a mais bonita do país, (também é a maior), depois é a francesa e a italiana é a seguinte. Claro que isto é a minha opinião e, a cada vez que me passeio pelo Ticino algo acaba por reforçar a minha ideia!
Claro também que isto não quer dizer que aquela zona seja feia, longe disso! É lindíssima, as pessoas são simpáticas e assemelham-se aos italianos, não apenas na língua!
Claro que a caminho de Lugano fui dando uma vista de olhos a algumas coisas lindas que se encontram no caminho!
Começando pela despedida da cidade de Sion e as ultimas fotografias à sua paisagem!
Depois voltei a subir os montes, que é o que mais gosto de fazer por ali!
As estradas de montanha são deliciosas de fazer e ainda por cima têm paisagens lindas, por isso não há como evitar ir fazer mais uma ou outra!
E, já agora, encontrar recantos de paraíso que sabia estavam por ali! Como a barragem de Moiry, o seu lago e o glaciar!
A barragem tem 148 m de altura, pode-se ver a imponência do seu muro! Foi concluída em 1958, dando origem a um lago lindíssimo!
O lago tem uma área de 1400 m ² e fica a uma altitude de 2.249 m, isto é, acima da nossa Serra da Estrela! A sua profundidade máxima é de 120 m.
De lá de cima do muro pode-se ver a estrada para um lado e o lago para o outro.
A estrada que nos leva até lá, entre os montes, sempre a subir e a curvar, fica bem lá em baixo!
As águas do lago são de um azul turquesa que parece artificial, mas a cor deve-se à quantidade extraordinária de calcário concentrada nela!
Olhando para as margens quase perdemos a noção da dimensão daquilo, até vermos uma pessoa no meio das pedras e percebermos como tudo é grande! Alguém vê o pescador?
Ok, eu fiz um zoom com a máquina. Está ali, vêm-no agora? 😀
E o glaciar de Moiry espreita lá ao fundo!
Era lá que eu queria ir a seguir, não sem antes dar uma olhada ao lago visto no sentido contrario, com o muro da barragem ao fundo.
Não importa de que ângulo se olhe as aguas, elas mantêm a sua cor espantosa! E se chovesse e o céu estivesse cinzento, a cor manter-se-ia!
O riacho que alimenta o lago e vem desde o glaciar é branco.
E a agua por lá também! Como se ainda não fosse filtrada e ainda não se tivesse convertido em turquesa!
E lá está ele, um glaciar de 5km de extensão! As pessoas caminham até ele e ao seu refúgio a Cabane de Moiry, que fica a mais de 2800m de altitude!
Também ali perdemos a noção da dimensão das encostas mas, se observarmos as pessoas que caminham por elas até ao glaciar, podemos ter uma melhor noção!
Eu não sou de grandes caminhadas, sobretudo por ali que é um caminhar sem fim, que não é para quem quer fazer mais coisas no mesmo dia! Mesmo assim ainda dei uma boa volta aos lagos, por caminhos quase invisíveis!
Apreciei as florinhas alpinas e tudo, embora nunca tenha avistado a famosa edelweiss!
Um senhor seguia-me pelo trilho, mas com tanta dificuldade que comecei a ficar preocupada se ele não iria cair nos calhaus!
É inspirador passear por ali, não haja duvida!
Mas lá me decidi a descer o monte e continuar o meu caminho!
Porque quando tudo é bonito apetece ficar em todo o lado, mas não faltarão oportunidades de lá voltar!
As aldeias nas encostas dos montes são sempre tão bonitas e os chalés tão arrumadinhos, todos para o mesmo lado!
Parece que olham para nós, lá de cima, de um anfiteatro!
A estrada d’Anniviers é muito bonita!
E termina numa descida deliciosa até ao grande vale, numa sequência de curvas linda, que nos faz descer em SS como que de degrau em degrau! As árvores não nos deixam ver todo o percurso, mas houve um momento em que não resisti e encostei a moto à berma e apanhei o ziguezague em que eu seguia! Adoro passear pelos Alpes!
Eu tinha pensado ir até Zermat e visitar o Mont Cervin (ou Matterhorn, em alemão) mas “perdera-me” pelo Moiry e o tempo já não era muito. Ainda fui até Tach, a 5 km de Zermatt, depois não poderia passar com a moto, apenas de táxi ou comboio.
Era ali que eu gostaria de embarcar no comboio e ir até ao Mont Cervin, como fazia quando ia skiar, em tempos… mas era já muito tarde, dado que a viagem, passeio e regresso demora um bocado…
Prometi a mim mesma que da próxima vez farei todo o Glassier Express, uma das viagens de comboio mais bonitas do mundo… e cara também!
Ao longe via-se um pouquinho do glaciar mais famoso da Suíça…
Dei uma voltinha por Tach, uma terrinha que nunca tinha merecido uma visita minha! Apenas passava e seguia para Zermatt!
E eu que gosto tanto das casinhas rurais e de armazenamento de materiais agrícolas e cereais daquelas terras, já para não falar nos chalés lindíssimos que por ali há!!
E lá segui, pelo Simplon-Pass para Lugano que, por ali, é mais fácil aceder atravessando terras italianas do que dar a volta por terras suíças!
Este Pass não é nada difícil nem cheio de curvas acentuadas! O que o torna especial, são as paisagens lindíssimas e a altitude a que chegamos sem nos darmos conta!
Parece que estamos a passear por um livro de postais alpinos, daqueles que se compram só com imagens extraordinárias!
E lá estava no Pass, com partes cobertas que nos fazem ver o mundo por uma janela!
O rasgão provocado pelo Pass na encosta da montanha parece quase uma linha reta!
E a sua águia gigante, construída em grandes blocos de pedra, a marcar na memória de quem passa o Pass onde passa!
Adoro águias!
Depois é o deslumbramento dos Alpes a cada curva!
Próximo do cume do Simplon Pass pode-se avistar o Hospício Stockalpers, fundado por monges agostinianos em 1235, reconstruído e ampliado em 1666 e restaurado novamente em 1968. É imponente lá em baixo!
Cá para nós eu acho que os monges já andavam de moto de pau e por isso faziam os Hospícios sempre no topo dos Pass que hoje são tão famosos pelas gasadas que eles davam por ali abaixo!
Depois do fresquinho do Simplon Pass, veio o calor infernal de terras italianas e do Ticino! Quase morri! Lembro-me que ao passar em Ascona sentir um brisa fresca deliciosa e, ao olhar para o termómetro da moto ele acusava 30º! Dá para imaginar, se 30º são frescos, as temperaturas que eu já apanhara em cima!
Nem o lago me acalmou a mioleira esturricada!
Não parei em lado nenhum, quase nem tirei fotos, tudo o que eu queria era saír daquele verdadeiro inferno! Tudo o que eu queria era um banho, uma bebida fresca e uma sombra…
E cheguei a Lugano, onde me escondi na pousada de juventude, até começar a anoitecer e a baixar a temperatura! Uf…
Bendita noite, bendito lago, bendita frescura!
Pus-me a passear quase pelos quintais das casinhas na encosta, estava uma temperatura amena e eu sabia que, se no dia seguinte estivesse o mesmo calorão daquele dia, eu não iria ter paciência para ver nada, pois só há uma coisa que eu gosto de fazer com tanto calor que é conduzir! Parar, nem pensar e então caminhar, nunca!
Fim do décimo dia de viagem…
Olá Gracinda!
Perante tanta beleza que partilhas, só me resta dizer que Adorei. Maravilhoso!!
Obrigada pelo teu sentido de humor sempre presente! eheheheh… 😀
Beijinho
Muito bom… para não variar 🙂 Essas paisagens deixam qualquer um de boca aberta… um dia quem sabe não faço uma viagem dessas… para já está complicado, quando tudo estava a estabilizar, a troika apareceu, para todos +/-.
Um abraço.
Obrigada!
Vai-se fazendo o que se pode e o que a troika vai deixando! 😉
Para o ano não haverá viagem assim grande, mas tentarei que seja bonita, nem que seja no “quintal de nuestros hermanos”!
Beijucas
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