71 – Passeando até à Suíça 2012 – A França – Meung-sur-Loire, Chambord

3 de Setembro de 2012

As coisas precipitam-se sempre um pouco na minha cabeça quando uma viagem se está a aproximar do fim. De repente a sensação de que não vi muita coisa que queria e a sensação de que passará muito tempo até eu poder voltar a partir, começam a interferir no meu ânimo! Tinha recebido um mail da escola comunicando uma reunião e eu teria por isso de chegar a casa a tempo! Isso entristeceu-me um pouco pois era sempre menos um dia na minha epopeia…

Então fiz-me à estrada querendo ver tudo o que me aparecesse no caminho, à medida que descia o país na direção de Tulle.

Claro que fui parando nas terrinhas que me apareciam e, a dada altura, tive de parar com isso e correr para não chegar a meio da noite ao meu destino! Nada disso aconteceria se eu não tivesse de repente de estar em casa no dia 8…

Meung-sur-Loire chamou-me atenção ao longe e fui ver como era. É comum os Franceses acrescentarem ao nome das cidades um “sur” e o rio que lhe está próximo e ali continuava a ser o rio Loire!

A cidadezinha é deliciosa! Medieval e com uma igreja espantosa, a Collégiale Saint-Liphard do séc XII, com boa parte românica e a sua torre fortificada que parece a torre de um castelo!

Encostadinho à igreja fica o castelo, quase se confundindo com ela, aliás as suas partes mais antigas serão mesmo contemporâneas da collégiale!…

O castelo é lindo e deu-me imensa pena não poder visitar, pois estava fechado! Por azar o horário muda em Setembro, quando começa a abrir só de tarde…

Um castelo cheio de história, que participou na história da França, entre outras personalidades Joana D’Arc passou lá!

Soube que é muito bonito e que vale a pena visitar, mas teria de ficar para outra altura!

Dei uma volta pela cidade, que é encantadora!

E lá estava a estátua da Joaninha! Afinal ela libertou a cidade por isso é venerada por ela! Chamam-lhe a Libertadora!

A torre imponente do antigo Hôtel Dieu do séc. XII. Curioso chamarem Hotel de Deus aos hospitais ou hospícios!

E mais uma igreja impressionante, a Abbatiale de Notre Dame, do séc. XI, que conservou elementos românicos espantosos, apesar das remodelações posteriores!

Aquele altar apaixonou-me! Quando temos o hábito de ter os batistérios aos “pés” das igrejas, ali a pia batismal está bem no topo da igreja, e o efeito é lindo!

Foi uma agradável descoberta Meung, serena e antiga como eu tanto gosto!

Há coisas feias que se encontram no meio do paraíso… que acabam por se tornar lindas no contexto!

E de repente não resisti, desviei-me do meu caminho e fui atras das placas…

Eu já fizera aquele caminho e já sabia que a estradinha é longa e cheia de avisos, pois há animais à solta por ali, é preciso ter cuidado com as velocidades! Já uma vez na Eslovénia quase chocava com um alce que atravessou a estrada de um salto e deu para perceber que, ou se vai devagar… ou é a morte do artista!

E pude comprovar que em França sabem que existem portugueses, e escrevem, entre outras línguas, na nossa língua, porque somos gente! Coisa que não acontece em Espanha, por exemplo, um país que fica tão longe do nosso que tem folhetos, placas e indicações em francês, inglês, alemão ou italiano, mas raramente em português!

E lá estava ele, o Château de Chambord, um dos maiores castelos do Vale do Loire!

Eu visitara os seus exteriores a pé, da última vez que ali estivera, por isso fui pelos caminhos que sabia onde a moto podia passar. Não me apanham a caminhar duas vezes por uma extensão tão grande se descobri caminho para a minha motita para lá! Claro que depois pusemo-nos a tirar fotos uma à outra com o castelo como paisagem, como fazem os turistas todos!

Mas desta vez fui visita-lo por dentro…

(continua)