5. Passeando pelos Balcãs… – Albi, Cordes, Rocamadour

1 de agosto de 2013

Aquela zona de Albi é para se catar com calma, mas desta vez apenas fiquei o tempo de dar uma volta mais!

Quando se trata de zonas onde passo com muita frequência tento não as esgotar para continuar a ter assunto a cada vez que lá volte a passar!

Por isso são zonas que nunca cato a fundo, apenas vejo coisas! Então andei por ali a ver coisas e a curtir estrada, como se não tivesse estrada com fartura para fazer nos dias seguintes!

O sul de França é encantador (como todo o país, diga-se) há ruínhas deliciosas com castelinhos em qualquer colina ou planície!

Logo ali a seguir descobri Cordes-sur-Ciel, que tinha visto numa placa no dia anterior e me pareceu digna de visita. E era!

Uma terrinha medieval encantadora e fortificada, com ruínhas ingremes que sobem por ali acima ladeadas de casinhas deliciosas!

É uma das terras medievais agrupadas nos Grands Sites de Midi-Pirénées que reúne uma série de aldeias lindas. Eu passei por algumas mas não iria visita-las todas! Vou lá voltar e pronto!

Albert Camus, depois de visitar a cidade nos anos 1950, dizia «À Cordes, tout est beau, même le regret». (Em Cordes tudo é belo, até o lamento)

Cordes foi um reduto cátaro e pagou caro por isso à perseguição da inquisição! Ando há tanto tempo a pensar percorrer todas as terras e castelos cátaros e estou sempre a cruzar-me com eles!

O aspeto fortificado não se perdeu e as ruelas e casas mantêm hoje aquele ar medieval de castelo protetor! Tudo é lindo por ali!

Curioso que, ao contrário de outros sítios, aquilo estava meio vazio! Não havia enchentes de turistas por todo o lado a fazer barulho e a perturbar todo e qualquer enquadramento que se quisesse fazer! A beleza estava toda por minha conta! Delicioso!

Ainda me voltei para trás ao afastar-me! Que paisagem mais bonita! Fiquei rendida, está na hora de pensar em voltar e fazer a rota Cátara de uma vez por todas!

Mais à frente fica Cabrerets, que nem me atrevi a tentar ver de perto, ou nunca mais sairia dali! É outra cidade medieval dos Grands Sites de Midi-Pirénées que ficou na minha agenda…

E depois Labastide-Murat e por aí fora! Tudo é a visitar por ali!

Mas era a Rocamadour que eu queria ir! Estive lá no ano passado mas não deu para entrar, apenas vi a cidade por fora e apetecia-me vê-la de perto!

Fica encrostada na encosta de um longo penhasco sobre o vale do Alzou, num enquadramento espetacular!

Dei por ali meia dúzia de voltas, não me apetecia nada deixar a moto a quilómetros e aproximar-me no comboio turístico, como me sugeriam por lá! Eu vi motards fazerem isso mas tentei de novo a aproximação ao centro histórico e, surpresa, fui desembocar mesmo no meio da vila!

Bem, depois de estar ali não iria voltar para o fundo do penhasco para ficar a olhar para ele de longe! Então arranjei um cantinho entre carros de residentes e meti lá a minha motita muito escondidinha!

Ora, sem me ter cansado nada a caminhar até ali, já pude escalar o penhasco calmamente!

Foi aqui que eu comecei a levar o lenço motard vermelho comigo para limpar a cara, é que o calor fazia transpirar para caramba! E foi a partir dali que as pessoas começaram a identificar-me facilmente como motard, pelo lenço vermelho diziam, mesmo quando estava longe da moto e nada levava nas mãos, tipo capacete, que me identificasse como tal!

E aquilo sobe para caramba! A multidão de turistas que não estava em Cordes… estava toda ali, acho!

Lá em cima fica a basílica de Saint-Saveur

Onde não se podem tirar fotografias! Eles contam que as máquinas fazem barulho ao fotografar, por isso não tomam conta… das máquinas silenciosas como a minha! Por isso lhe tirei o pio e por isso fotografei em paz!

Rocamadour e os seus santuários cheios de lendas e histórias desenvolveu-se no caminho de Santiago por isso está nos locais de grande peregrinação, antes dos locais de grande turismo, com putos a correr e a gritar e adultos a tirar fotos patetas, com as suas caras em primeiro plano e as igrejas e penhascos em segundo ou ultimo….

O local é extraordinário, com as construções encravadas nas rochas e fazendo delas as suas paredes!

Cá em baixo, onde a moto estava estacionada, ficam as lojas de tudo e a multidão que se acotovela!

Eu gosto que os locais tenham gente, para só já basto eu em cima da moto, mas detesto tudo aquilo repleto de gente que anda por ali sem apreciar realmente o que há, e que grita, e que corre e dá gargalhadas histéricas, e devia mas era estar na praia e pronto!

Ainda passei em Le Puy-en-Velay mas a confusão era bem pior, porque ali é mesmo uma cidade cheia de gente e de transito e que esta em obras…

Os seus montes famosos sobressaem no meio do movimento da cidade, onde nem um espaço arranjava para estacionar a moto!

Raios! Um calor infernal, um trânsito terrível, uma multidão desencorajadora… amuei e fui embora!

Puxa, de longe aquilo tinha muito mais piada, com uma brisa fresca a arrefecer-me as ideias e a convidar-me para conduzir até casa, que naquele dia era ainda em Albi!

Fim do 3º dia de viagem!

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